WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo
(Brasil)
O sobrenatural e a visão
espírita
O milagroso,
sobrenatural, místico,
desde eras remotas causa
grande fascínio à raça
humana.
Presume-se que o caçador
primitivo desenhava suas
caças na parede da
caverna para que isso
lhe trouxesse o sucesso
na empreitada.
Na Roma antiga, havia
magia para obter sucesso
no amor, nos negócios,
nos jogos e até para
proferir belos e
persuasivos discursos.
Desde séculos imemoriais
somos acometidos por um
certo romantismo e
ingenuidade de que algo
ou alguém solucionará
nossas dúvidas íntimas.
Os escritores, com
acurada sensibilidade,
captaram bem a vontade
popular e trouxeram para
enriquecer nosso
imaginário os
super-heróis, seres com
qualidades
extraordinárias que nos
defendem do “mau”,
esforçando-se para
estabelecer a ordem e
harmonia no planeta.
Inconscientemente é
mesmo super-heróis e
salvadores que queremos.
Daí muitos considerarem
que o Nazareno veio para
nos salvar do pecado
original.
Daí muitos consultarem o
médium a fim de saber o
rumo que sua vida
tomará.
Daí muitos esperarem a
alma gêmea que trará um
amor de conto de fadas.
Daí muitos aguardarem o
governante que nos
colocará nos trilhos da
dignidade.
Daí muitos sonharem com
a vitória na loteria que
trará a independência
financeira.
A Doutrina Espírita,
porém, nos apresenta uma
outra visão, nos
informando que:
O sobrenatural é apenas
o natural que nossa
inteligência não
compreende.
Jesus, o professor que
nos ensina o caminho a
trilhar.
A propósito, as curas
efetuadas por Jesus em
sua passagem pela Terra
nada têm de mágicas
miraculosas, eram todas
provenientes de seu
completo domínio e
conhecimento sobre a
matéria. Jesus possuía a
realeza moral e
superioridade absoluta
dos Espíritos puros e
perfeitos, portanto seus
feitos nada tinham de
milagrosos, eram antes
fruto de seu
incomensurável
conhecimento adquirido
em milênios de
aprendizado. Ele
conhece-nos
profundamente, sabe de
nossas limitações,
incertezas, receios e
anseios, já esteve onde
hoje estamos, portanto
habilitado está a nos
dirigir, tem ele o
absoluto aval da
experiência.
Aliás, o grande legado
de Jesus à humanidade
não foram suas curas e
suas proezas no campo
material, mas sim suas
mensagens de paz e amor,
sua palavra de
mansuetude aconselhando
o perdão como base da
libertação, seu exemplo
de renúncia em prol do
semelhante
Por isso é o mestre, o
professor, não o
salvador, o milagroso;
salvador somos nós
mesmos a construir dia a
dia nosso destino. (Para
maior conhecimento do
tema concernente as
proezas de Jesus,
aconselhamos o leitor a
consultar a obra “A
Gênese” de Allan Kardec,
mais precisamente o
capítulo XV – Os
Milagres do Evangelho.)
Algo perfeitamente
compreensível dentro dos
padrões de justiça que
regem o universo,
porquanto colocam a
responsabilidade pela
felicidade ou desdita em
nossas próprias mãos.
O relacionamento difícil
pode se tornar fácil,
não por mágica, mas por
nosso próprio empenho.
O amor pode ser de conto
de fadas, não porque
somos almas gêmeas,
privilegiadas pelos céus
a viver harmoniosamente
aqui na Terra, mas
porque entendemos a
importância do cônjuge
ou do (a) namorado (a)
em nossa vida.
Essa visão racional, sem
devaneios, proporcionada
pela Doutrina Espírita,
é benéfica a todos,
espíritas ou não, porque
será desmistificando os
acontecimentos
existenciais que
tomaremos ciência de que
somos os construtores da
própria felicidade;
felicidade esta que
independe de magias,
milagres ou poções
mágicas, dependendo
apenas de nossa
iniciativa em
conquistá-la.