O espírito
de cizânia que predomina em muitos grupos
humanos decorre dos conflitos de indivíduos
que não se encontram psicologicamente
amadurecidos para o convívio em sociedade.
Sempre
encontram razão para gerar dificuldades, nos
relacionamentos, apontando erros e
poupando-se a solucioná-los.
Enfrentando desafios interiores de
ajustamento e equilíbrio pessoal, transferem
para os outros os tormentos de que são
objeto, criando situações embaraçosas,
perturbando a ordem, apresentando-se como
salvadores dos demais e vítimas de todos.
Atormentados, em si mesmos, não crêem nos
valores ético-morais do grupo em que se
encontram, tornando-se, invariavelmente,
aqueles que sempre discordam, que possuem
melhores e mais profundos conhecimentos, no
entanto, que se dizem perseguidos e
malsinados.
Apresentam-se, não poucas vezes, travestidos
de uma humildade que estão longe de possuir,
ou são arrogantes, prepotentes,
atribuindo-se valores que igualmente não
possuem.
Agitados,
dão a impressão de operosos, quando, em
realidade, são apenas instáveis
emocionalmente, abraçando diferentes
propostas de trabalho, que não sabem
executar.
Habilmente, apresentam suas idéias, mas
transferem o esforço para os outros,
desejosos sempre que os seus amigos
abandonem os seus próprios compromissos, a
fim de ajudá-los naquilo que pretendem, por
considerarem ser de suma importância, quando
não passam de campeonatos de vaidade pessoal
e de promoção do ego.
São gentis
na aparência e, quando contrariados, logo
apresentam a outra face, a da agressividade.
Impulsivos, falam sem pensar, escrevem
desarrazoadas acusações, dominados pela ira,
acreditando-se únicos possuidores da
verdade, que dizem defender.
São
insinuantes, a princípio, para logo
demonstrarem as reações íntimas e absurdas.
Fazem-se
iracundos com facilidade e expressam
sentimentos que não são verdadeiros, quando
desejam conquistar simpatizantes para os
seus objetivos.
Insinuam-se com facilidade onde desejam
reinar, a fim de alterarem o clima de
fraternidade, mediante intrigas bem
trabalhadas, acusações descabidas, frutos da
inveja e da insensatez.
A cizânia
é uma arte terrível, de que se utilizam os
Espíritos moralmente fracos, para
torpedearem as realizações edificantes.
*
Tem
cuidado com eles.
Não
disponhas do teu tempo, gastando-o
inutilmente nas discussões infindáveis que
geram, a fim de lograrem a autopromoção.
Incapazes
de produzir com elevação moral, exaltam-se,
apresentando-se como grandes realizadores,
assim diminuindo o esforço dos outros, de
que se utilizam, na condição de defensores
dos Espíritos nobres que deram sua quota de
sacrifício em favor dos ideais que
abraçavam, como se estes necessitassem dos
seus encômios e referências.
Esses
indivíduos encontram-se por toda parte.
Imiscuem-se nos labores edificantes que já
encontraram em realização, desejando a
autopromoção, e logo geram dificuldades que
perturbam e produzem sofrimento às pessoas
honestas, normalmente suas vítimas.
São
acusadores sistemáticos, perversos,
dissimulando-se de colaboradores ou
apresentando-se como vigias que ajudam,
preservando o patrimônio superior que dizem
ameaçados.
Não se dão
conta de que os ideais sempre vicejaram
antes deles, prosseguirão apesar deles e
após passarem no rumo da sepultura...
Se te
encontras abraçando uma realização
dignificadora, não ficarás livre da sua
peçonha, nem dos seus espículos.
Não percas
tempo defendendo-te ou acusando-os.
Segue
adiante!
Ninguém
alcança o acume de um monte, se permanece na
baixada evitando cair nos precipícios ou
tentando eliminá-los.
Tampouco
procures justificar-te, quando eles criarem
embaraços para os teus pés.
Considera-os doentes espirituais e
compadece-te das suas façanhas infelizes,
mas não pretendas salvá-los.
Cuida de
promover o teu serviço, dando-lhe
continuidade e vivenciando-o com alegria,
sem queixas nem reclamações.
Mesmo o
Colégio Apostólico sofreu, periodicamente, o
fermento da cizânia, que o amor de uns e a
abnegação de outros conseguiu diluir.
Desde que
não buscas o aplauso, nem os benefícios
imediatos do reconhecimento humano,
prossegue em frente, aplainando o solo do
ideal, ensementando as plântulas que
formarão a paisagem do futuro, enfrentando
sol e chuva, calor e frio, com o entusiasmo
de quem se entrega a Deus e n´Ele confia.
O espírito
de cizânia é artifício do Mal, que se
apresenta em todos os segmentos da sociedade
de hoje, como existiu ontem, e,
provavelmente, ainda estará presente por
algum período nos dias do futuro.
Nunca
desanimes, nem te deixes influenciar pelas
propostas da cizânia.
*
Enquanto
luz o amor, serve e passa.
Deixa que
prossiga vicejando o entusiasmo haurido no
Bem e nada poderá impedir-te o avanço.
Trabalha-te interiormente o lado negativo da
personalidade e luariza-te, harmonizando-te
no próprio ideal de produzir para a Verdade.
Com essa
disposição chegarás ao túmulo sem
recordações infelizes, sem tormentos
dispensáveis e com inefável alegria.
Vencendo-te, a ti mesmo, terás conseguido a
maior vitória da existência carnal.
Joanna de Ângelis
(Página
psicografada pelo médium Divaldo P. Franco
na noite de 31 de dezembro de 2004, no
Centro Espírita Caminho da Redenção, em
Salvador, Bahia.)
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