MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Nosso
Lar
André
Luiz
(2ª
Parte)
Continuamos
a publicar o texto condensado da obra
“Nosso Lar”, de André Luiz,
psicografada pelo médium Francisco Cândido
Xavier e publicada pela editora da Federação
Espírita Brasileira.
Questões
preliminares
A.
Que efeito teve a prece na reabilitação de
André Luiz?
R.:
Quando as energias lhe faltaram de todo,
quando se sentiu absolutamente colado ao
lodo da Terra, sem forças para reerguer-se,
André Luiz pediu ao Supremo Autor da
Natureza lhe estendesse mãos paternais
naquela amargurosa emergência. Então, de
imediato, graças ao efeito extraordinário
da oração, as neblinas espessas se
dissiparam e alguém surgiu, como um emissário
dos Céus. Era o ministro Clarêncio que,
sorrindo, lhe disse: "Coragem, meu
filho! O Senhor não te desampara". (Nosso
Lar, págs. 23 e 24.)
B.
Quais foram os primeiros socorros recebidos
por André?
R.:
Inicialmente, transportado num alvo lençol
que funcionava à guisa de maca improvisada,
André foi levado a um lugar por ele
ignorado. Conduzido a confortável aposento
de amplas proporções, ricamente mobiliado,
ofereceram-lhe um leito acolhedor. Em
seguida serviram-lhe caldo reconfortante,
acompanhado de água muito fresca, que lhe
pareceu portadora de fluidos divinos. (Nosso
Lar, págs. 26 e 27.)
C.
Que se verifica em “Nosso Lar” à hora
do crepúsculo?
R.:
Quando chega o crepúsculo em "Nosso
Lar", em todos os núcleos da colônia
de trabalho estabelece-se uma ligação
direta com as preces da Governadoria. De
onde estava, André pôde contemplar ao
fundo, em tela gigantesca, um prodigioso
quadro de luz quase feérica. Obedecendo a
processos adiantados de televisão, surgiu o
cenário de um templo maravilhoso. Sentado
em lugar de destaque, um ancião coroado de
luz fixava o Alto, em atitude de prece. Era
o Governador da colônia. (Nosso
Lar, págs.
28 a
30.)
D.
Por que André foi considerado suicida?
R.:
O próprio médico Henrique de Luna
explicou-lhe: "Talvez o amigo não
tenha ponderado bastante. O organismo
espiritual apresenta em si mesmo a história
completa das ações praticadas no
mundo". A oclusão intestinal que o
vitimou derivava de elementos cancerosos e
estes, por sua vez, de algumas leviandades
de André no campo da sífilis. A moléstia
talvez não assumisse características tão
graves se seu procedimento mental no planeta
estivesse enquadrado nos princípios da
fraternidade e da temperança. Seu modo
especial de agir, muita vez exasperado e
sombrio, captara destruidoras vibrações
nos que o rodeavam. A ausência de autodomínio,
a inadvertência no trato com as pessoas, a
quem muitas vezes ele ofendeu sem refletir,
conduziam-no com freqüência à esfera dos
seres doentes e inferiores. Foi isso que
agravou o seu estado. Todo o aparelho gástrico
fora destruído à custa de excessos de
alimentação e de bebidas alcoólicas. A sífilis
devorou-lhe energias essenciais. O suicídio,
embora inconsciente, era incontestável. (Nosso
Lar, págs.
31 a
35.)
Texto
para leitura
8.
O desespero da fome – Perguntando a
si mesmo se não enlouquecera, André
encontrava a consciência vigilante.
Persistiam as necessidades fisiológicas,
sem modificação. A fome castigava-lhe
todas as fibras e, nada obstante, o
abatimento progressivo não o fazia cair
em exaustão. De
quando em quando, deparavam-se-lhe verduras
que pareciam agrestes, em torno de filetes
d'água a que se atirava sequioso. Muita vez
André sugou a lama da estrada, e recordou o
antigo pão de cada dia, vertendo copioso
pranto. (Cap. 2, pág. 23.)
9.
O efeito da prece – Não raro,
era-lhe imprescindível ocultar-se das
enormes manadas de seres animalescos, que
passavam em bando, quais feras insaciáveis.
Eram quadros de estarrecer! Foi quando começou
a recordar que deveria existir um Autor da
Vida, fosse onde fosse. Essa idéia
confortou-o. Ele, que detestara as religiões
no mundo, experimentava agora a necessidade
de conforto místico. E, quando as energias
lhe faltaram de todo, quando se sentiu
absolutamente colado ao lodo da Terra, sem
forças para reerguer-se, pediu ao Supremo
Autor da Natureza lhe estendesse mãos
paternais, em tão amargurosa emergência.
Quanto tempo durou a rogativa? André não
sabe precisar; sabe apenas que a chuva de lágrimas
lavou-lhe o rosto e que todos os seus
sentimentos se concentraram na prece
dolorosa. (Cap. 2, pág. 23.)
10.
Aparece Clarêncio – É preciso,
diz André, haver sofrido muito para
entender todas as misteriosas belezas da oração.
É necessário haver conhecido o remorso, a
humilhação, a extrema desventura, para
tomar com eficácia o sublime elixir de
esperança. Foi em seguida à prece que as
neblinas espessas se dissiparam e alguém
surgiu, como um emissário dos Céus. Um
velhinho simpático sorriu-lhe então,
paternalmente: "Coragem, meu filho! O
Senhor não te desampara". Era Clarêncio.
(Cap. 2, pág. 24.)
11.
Em "Nosso Lar" –
Transportado num alvo lençol que funcionava
à guisa de maca improvisada, André foi
levado a um lugar por ele ignorado. Clarêncio,
que se apoiava num cajado de substância
luminosa, deteve-se à frente de grande
porta encravada em altos muros, cobertos de
trepadeiras floridas e graciosas. Haviam
chegado a "Nosso Lar". À medida
que avançavam, André pôde identificar
preciosas construções, situadas em
extensos jardins. Conduzido a confortável
aposento de amplas proporções, ricamente
mobiliado, ofereceram-lhe um leito
acolhedor. Em seguida serviram-lhe caldo
reconfortante, acompanhado de água muito
fresca, que lhe pareceu portadora de fluidos
divinos. Aquela porção de líquido
reanimou-o inesperadamente. (Cap. 3, pp. 26
e 27.)
12.
Preces coletivas – Quando chega o
crepúsculo em "Nosso Lar", em
todos os núcleos da colônia de trabalho
estabelece-se uma ligação direta com as
preces da Governadoria. André estava em seu
quarto quando divina melodia penetrou o
recinto, renovando-lhe as energias
profundas. Com dificuldade ele agarrou-se ao
braço fraternal que lhe fora estendido e
dirigiu-se a enorme salão, onde numerosa
assembléia meditava
em silêncio. Ao
fundo, em tela gigantesca, desenhava-se
prodigioso quadro de luz quase feérica.
Obedecendo a processos adiantados de televisão,
surgiu o cenário de templo maravilhoso.
Sentado em lugar de destaque, um ancião
coroado de luz fixava o Alto, em atitude de
prece. Era o Governador da colônia. (Cap.
3, pp. 28 e 29.)
13.
Energias renovadas – Todas as residências
e instituições de “Nosso Lar” estavam
orando com o Governador, através da audição
e da visão a distância, quando uma
abundante chuva de flores azuis derramou-se
sobre André e o amigo que o assistia; mas
eles não conseguiram detê-las nas mãos,
pois desfaziam-se de leve, ao tocar-lhes a
fronte, experimentando todos singular renovação
de energias ao contacto das pétalas fluídicas.
A primeira prece coletiva, em “Nosso
Lar”, operara no ex-médico completa
transformação. (Cap. 3, pp. 29 e 30.)
14.
Suicídio – No dia imediato, ele
quis levantar-se, gozar o espetáculo da
Natureza cheia de brisas e de luz, mas não
o conseguiu. Tornou-se claro que sem a
cooperação magnética do enfermeiro
ser-lhe-ia impossível deixar o leito. Mais
tarde, examinado por Henrique de Luna, este
lamentou tivesse ele “vindo pelo suicídio".
André protestou, dizendo: "Lutei mais
de quarenta dias, na Casa de Saúde,
tentando vencer a morte. Sofri duas operações
graves, devido a oclusão
intestinal..." O médico espiritual
explicou-lhe então que a oclusão
radicava-se em causas profundas:
"Talvez o amigo não tenha ponderado
bastante. O organismo espiritual apresenta
em si mesmo a história completa das ações
praticadas no mundo". (Cap. 4, pp. 31 e
32.)
15.
Origem da doença – A oclusão
derivava de elementos cancerosos e estes,
por sua vez, de algumas leviandades dele no
campo da sífilis. A moléstia talvez não
assumisse características tão graves, se o
seu procedimento mental no planeta estivesse
enquadrado nos princípios da fraternidade e
da temperança. Seu modo especial de agir,
muita vez exasperado e sombrio, captara
destruidoras vibrações nos que o rodeavam.
A cólera é um manancial de forças
negativas para nós mesmos. A ausência de
autodomínio, a inadvertência no trato com
as pessoas, a quem muitas vezes ofendeu sem
refletir, conduziam-no com freqüência à
esfera dos seres doentes e inferiores. Foi
isso que agravou o seu estado. Todo o
aparelho gástrico fora destruído à custa
de excessos de alimentação e de bebidas
alcoólicas. A sífilis devorou-lhe energias
essenciais. O suicídio era incontestável.
André jamais poderia supor, noutro tempo,
que lhe seriam pedidas contas de episódios
simples, que costumava considerar como fatos
sem maior significação. (Cap. 4, pp. 32 e
33.)
16.
Aflição nada resolve –
Envergonhado, André chorou, mas Clarêncio
o consolou, explicando que sua posição era
a do suicida inconsciente e que centenas de
criaturas se ausentam diariamente da Terra,
nas mesmas condições. "Aproveita os
tesouros do arrependimento, guarda a bênção
do remorso, embora tardio, sem esquecer que
a aflição não resolve problemas",
acrescentou o bondoso ministro. (Cap. 4, pp.
34 e 35.)
Frases
e apontamentos importantes
XV.
Acreditaria que a morte do corpo nos
conduziria a planos de milagres? Somos
compelidos a trabalho áspero, a serviços
pesados e não basta isso. Se temos débito
no planeta, por mais alto que ascendamos, é
imprescindível voltar, para retificar,
lavando o rosto no suor do mundo, desatando
algemas de ódio e substituindo-as por laços
sagrados de amor. (Lísias, cap. 5, pág.
38.)
XVI.
No arrependimento verdadeiro é preciso
saber falar, para construir de novo. (Lísias,
cap. 5, pág. 39.)
XVII.
Toda medicina honesta é serviço de amor,
atividade de socorro justo; mas o trabalho
de cura é peculiar a cada espírito. (Lísias,
cap. 5, pág. 39.)
XVIII.
A carne terrestre, onde abusamos, é também
o campo bendito onde conseguimos realizar
frutuosos labores de cura radical, quando
permanecemos atentos ao dever justo. (Lísias,
cap. 5, pp. 39 e 40.)
XIX.
Quando as lágrimas não se originam da
revolta, sempre constituem remédio
depurador. (Lísias, cap. 5, pág. 40.)
XX.
Ninguém condena a saudade justa, nem
pretende estancar a fonte de sentimentos
sublimes. Acresce notar, todavia, que o
pranto da desesperação não edifica o bem.
(Clarêncio, cap. 6, pág. 44.)
XXI.
As almas débeis, ante o serviço, deitam-se
para se queixarem aos que passam;
as fortes, porém, recebem o serviço
como patrimônio sagrado, no qual se
preparam, a caminho da perfeição. (Clarêncio,
cap. 6, pág. 44.)
XXII.
Um espelho enfuscado não reflete a luz. O
Pai não precisa de nossas penitências, mas
convenhamos que as penitências prestam ótimos
serviços a nós mesmos. (Lísias, cap. 7, pág.
48.)
XXIII.
A realização nobre exige três requisitos
fundamentais: primeiro, desejar; segundo,
saber desejar; terceiro, merecer, ou, por
outros termos, vontade ativa, trabalho
persistente e merecimento justo. (Lísias,
cap. 7, pág. 49.)
XXIV.
O véu da ilusão é muito denso nos círculos
carnais. O homem vulgar ignora que toda
manifestação de ordem, no mundo, procede
do plano superior. Nenhuma organização útil
se materializa na crosta terrestre, sem que
seus raios iniciais partam de cima. (Lísias,
cap. 8, pp. 51 e 52.)
XXV.
Na Terra quase ninguém cogita seriamente de
conhecer a importância da água. O homem é
desatento, há muitos séculos. Mas ele
conhecerá, um dia, que a água, como fluido
criador, absorve em cada lar as características
mentais de seus moradores. A água, no
mundo, não somente carreia os resíduos dos
corpos, mas também as expressões de nossa
vida mental. (Lísias, cap. 10, pp. 61 e
62.)
XXVI.
A ausência de preparação religiosa, no
mundo, dá motivo a dolorosas perturbações.
(André Luiz, cap. 12, pág. 69.)
XXVII.
O Umbral começa na crosta terrestre. É a
zona obscura de quantos no mundo não se
resolveram a atravessar as portas dos
deveres sagrados, a fim de cumpri-los,
demorando-se no vale da indecisão ou no pântano
dos erros numerosos. (Lísias, cap. 12, pág.
70.)
XXVIII.
Todas as multidões de desequilibrados
permanecem nas regiões nevoentas, que se
seguem aos fluidos carnais. O dever cumprido
é uma porta que atravessamos no Infinito,
rumo ao continente sagrado da união com o
Senhor. (Lísias, cap. 12, pág. 70.) (Continua
no próximo número.)
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