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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 2 - 25 de Abril de 2007

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br

Londrina, Paraná (Brasil)  

Nosso Lar
André Luiz
(2ª Parte)  

 

Continuamos a publicar o texto condensado da obra “Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira.  

Questões preliminares

 A. Que efeito teve a prece na reabilitação de André Luiz?  

R.: Quando as energias lhe faltaram de todo, quando se sentiu absolutamente colado ao lodo da Terra, sem forças para reerguer-se, André Luiz pediu ao Supremo Autor da Natureza lhe estendesse mãos paternais naquela amargurosa emergência. Então, de imediato, graças ao efeito extraordinário da oração, as neblinas espessas se dissiparam e alguém surgiu, como um emissário dos Céus. Era o ministro Clarêncio que, sorrindo, lhe disse: "Coragem, meu filho! O Senhor não te desampara". (Nosso Lar, págs. 23 e 24.)  

 B. Quais foram os primeiros socorros recebidos por André?  

R.: Inicialmente, transportado num alvo lençol que funcionava à guisa de maca improvisada, André foi levado a um lugar por ele ignorado. Conduzido a confortável aposento de amplas proporções, ricamente mobiliado, ofereceram-lhe um leito acolhedor. Em seguida serviram-lhe caldo reconfortante, acompanhado de água muito fresca, que lhe pareceu portadora de fluidos divinos. (Nosso Lar, págs. 26 e 27.)    

C. Que se verifica em “Nosso Lar” à hora do crepúsculo?  

R.: Quando chega o crepúsculo em "Nosso Lar", em todos os núcleos da colônia de trabalho estabelece-se uma ligação direta com as preces da Governadoria. De onde estava, André pôde contemplar ao fundo, em tela gigantesca, um prodigioso quadro de luz quase feérica. Obedecendo a processos adiantados de televisão, surgiu o cenário de um templo maravilhoso. Sentado em lugar de destaque, um ancião coroado de luz fixava o Alto, em atitude de prece. Era o Governador da colônia. (Nosso Lar, págs. 28 a 30.)  

D. Por que André foi considerado suicida?  

R.: O próprio médico Henrique de Luna explicou-lhe: "Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo". A oclusão intestinal que o vitimou derivava de elementos cancerosos e estes, por sua vez, de algumas leviandades de André no campo da sífilis. A moléstia talvez não assumisse características tão graves se seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Seu modo especial de agir, muita vez exasperado e sombrio, captara destruidoras vibrações nos que o rodeavam. A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes ele ofendeu sem refletir, conduziam-no com freqüência à esfera dos seres doentes e inferiores. Foi isso que agravou o seu estado. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas. A sífilis devorou-lhe energias essenciais. O suicídio, embora inconsciente, era incontestável. (Nosso Lar, págs. 31 a 35.)  

Texto para leitura  

8. O desespero da fome – Perguntando a si mesmo se não enlouquecera, André encontrava a consciência vigilante. Persistiam as necessidades fisiológicas, sem modificação. A fome castigava-lhe todas as fibras e, nada obstante, o abatimento progressivo não o fazia cair em exaustão. De quando em quando, deparavam-se-lhe verduras que pareciam agrestes, em torno de filetes d'água a que se atirava sequioso. Muita vez André sugou a lama da estrada, e recordou o antigo pão de cada dia, vertendo copioso pranto. (Cap. 2, pág. 23.)  

9. O efeito da prece – Não raro, era-lhe imprescindível ocultar-se das enormes manadas de seres animalescos, que passavam em bando, quais feras insaciáveis. Eram quadros de estarrecer! Foi quando começou a recordar que deveria existir um Autor da Vida, fosse onde fosse. Essa idéia confortou-o. Ele, que detestara as religiões no mundo, experimentava agora a necessidade de conforto místico. E, quando as energias lhe faltaram de todo, quando se sentiu absolutamente colado ao lodo da Terra, sem forças para reerguer-se, pediu ao Supremo Autor da Natureza lhe estendesse mãos paternais, em tão amargurosa emergência. Quanto tempo durou a rogativa? André não sabe precisar; sabe apenas que a chuva de lágrimas lavou-lhe o rosto e que todos os seus sentimentos se concentraram na prece dolorosa. (Cap. 2, pág. 23.)  

10. Aparece Clarêncio – É preciso, diz André, haver sofrido muito para entender todas as misteriosas belezas da oração. É necessário haver conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura, para tomar com eficácia o sublime elixir de esperança. Foi em seguida à prece que as neblinas espessas se dissiparam e alguém surgiu, como um emissário dos Céus. Um velhinho simpático sorriu-lhe então, paternalmente: "Coragem, meu filho! O Senhor não te desampara". Era Clarêncio. (Cap. 2, pág. 24.)  

11. Em "Nosso Lar" – Transportado num alvo lençol que funcionava à guisa de maca improvisada, André foi levado a um lugar por ele ignorado. Clarêncio, que se apoiava num cajado de substância luminosa, deteve-se à frente de grande porta encravada em altos muros, cobertos de trepadeiras floridas e graciosas. Haviam chegado a "Nosso Lar". À medida que avançavam, André pôde identificar preciosas construções, situadas em extensos jardins. Conduzido a confortável aposento de amplas proporções, ricamente mobiliado, ofereceram-lhe um leito acolhedor. Em seguida serviram-lhe caldo reconfortante, acompanhado de água muito fresca, que lhe pareceu portadora de fluidos divinos. Aquela porção de líquido reanimou-o inesperadamente. (Cap. 3, pp. 26 e 27.)  

12. Preces coletivas – Quando chega o crepúsculo em "Nosso Lar", em todos os núcleos da colônia de trabalho estabelece-se uma ligação direta com as preces da Governadoria. André estava em seu quarto quando divina melodia penetrou o recinto, renovando-lhe as energias profundas. Com dificuldade ele agarrou-se ao braço fraternal que lhe fora estendido e dirigiu-se a enorme salão, onde numerosa assembléia meditava em silêncio. Ao fundo, em tela gigantesca, desenhava-se prodigioso quadro de luz quase feérica. Obedecendo a processos adiantados de televisão, surgiu o cenário de templo maravilhoso. Sentado em lugar de destaque, um ancião coroado de luz fixava o Alto, em atitude de prece. Era o Governador da colônia. (Cap. 3, pp. 28 e 29.)  

13. Energias renovadas – Todas as residências e instituições de “Nosso Lar” estavam orando com o Governador, através da audição e da visão a distância, quando uma abundante chuva de flores azuis derramou-se sobre André e o amigo que o assistia; mas eles não conseguiram detê-las nas mãos, pois desfaziam-se de leve, ao tocar-lhes a fronte, experimentando todos singular renovação de energias ao contacto das pétalas fluídicas. A primeira prece coletiva, em “Nosso Lar”, operara no ex-médico completa transformação. (Cap. 3, pp. 29 e 30.)  

14. Suicídio – No dia imediato, ele quis levantar-se, gozar o espetáculo da Natureza cheia de brisas e de luz, mas não o conseguiu. Tornou-se claro que sem a cooperação magnética do enfermeiro ser-lhe-ia impossível deixar o leito. Mais tarde, examinado por Henrique de Luna, este lamentou tivesse ele “vindo pelo suicídio". André protestou, dizendo: "Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido a oclusão intestinal..." O médico espiritual explicou-lhe então que a oclusão radicava-se em causas profundas: "Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo". (Cap. 4, pp. 31 e 32.)  

15. Origem da doença – A oclusão derivava de elementos cancerosos e estes, por sua vez, de algumas leviandades dele no campo da sífilis. A moléstia talvez não assumisse características tão graves, se o seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Seu modo especial de agir, muita vez exasperado e sombrio, captara destruidoras vibrações nos que o rodeavam. A cólera é um manancial de forças negativas para nós mesmos. A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes ofendeu sem refletir, conduziam-no com freqüência à esfera dos seres doentes e inferiores. Foi isso que agravou o seu estado. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas. A sífilis devorou-lhe energias essenciais. O suicídio era incontestável. André jamais poderia supor, noutro tempo, que lhe seriam pedidas contas de episódios simples, que costumava considerar como fatos sem maior significação. (Cap. 4, pp. 32 e 33.)  

16. Aflição nada resolve – Envergonhado, André chorou, mas Clarêncio o consolou, explicando que sua posição era a do suicida inconsciente e que centenas de criaturas se ausentam diariamente da Terra, nas mesmas condições. "Aproveita os tesouros do arrependimento, guarda a bênção do remorso, embora tardio, sem esquecer que a aflição não resolve problemas", acrescentou o bondoso ministro. (Cap. 4, pp. 34 e 35.)  

Frases e apontamentos importantes  

XV. Acreditaria que a morte do corpo nos conduziria a planos de milagres? Somos compelidos a trabalho áspero, a serviços pesados e não basta isso. Se temos débito no planeta, por mais alto que ascendamos, é imprescindível voltar, para retificar, lavando o rosto no suor do mundo, desatando algemas de ódio e substituindo-as por laços sagrados de amor. (Lísias, cap. 5, pág. 38.)  

XVI. No arrependimento verdadeiro é preciso saber falar, para construir de novo. (Lísias, cap. 5, pág. 39.)  

XVII. Toda medicina honesta é serviço de amor, atividade de socorro justo; mas o trabalho de cura é peculiar a cada espírito. (Lísias, cap. 5, pág. 39.)  

XVIII. A carne terrestre, onde abusamos, é também o campo bendito onde conseguimos realizar frutuosos labores de cura radical, quando permanecemos atentos ao dever justo. (Lísias, cap. 5, pp. 39 e 40.)  

XIX. Quando as lágrimas não se originam da revolta, sempre constituem remédio depurador. (Lísias, cap. 5, pág. 40.)  

XX. Ninguém condena a saudade justa, nem pretende estancar a fonte de sentimentos sublimes. Acresce notar, todavia, que o pranto da desesperação não edifica o bem. (Clarêncio, cap. 6, pág. 44.)  

XXI. As almas débeis, ante o serviço, deitam-se para se queixarem aos que passam;  as fortes, porém, recebem o serviço como patrimônio sagrado, no qual se preparam, a caminho da perfeição. (Clarêncio, cap. 6, pág. 44.)  

XXII. Um espelho enfuscado não reflete a luz. O Pai não precisa de nossas penitências, mas convenhamos que as penitências prestam ótimos serviços a nós mesmos. (Lísias, cap. 7, pág. 48.)  

XXIII. A realização nobre exige três requisitos fundamentais: primeiro, desejar; segundo, saber desejar; terceiro, merecer, ou, por outros termos, vontade ativa, trabalho persistente e merecimento justo. (Lísias, cap. 7, pág. 49.)  

XXIV. O véu da ilusão é muito denso nos círculos carnais. O homem vulgar ignora que toda manifestação de ordem, no mundo, procede do plano superior. Nenhuma organização útil se materializa na crosta terrestre, sem que seus raios iniciais partam de cima. (Lísias, cap. 8, pp. 51 e 52.)  

XXV. Na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a importância da água. O homem é desatento, há muitos séculos. Mas ele conhecerá, um dia, que a água, como fluido criador, absorve em cada lar as características mentais de seus moradores. A água, no mundo, não somente carreia os resíduos dos corpos, mas também as expressões de nossa vida mental. (Lísias, cap. 10, pp. 61 e 62.)  

XXVI. A ausência de preparação religiosa, no mundo, dá motivo a dolorosas perturbações. (André Luiz, cap. 12, pág. 69.)  

XXVII. O Umbral começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. (Lísias, cap. 12, pág. 70.)  

XXVIII. Todas as multidões de desequilibrados permanecem nas regiões nevoentas, que se seguem aos fluidos carnais. O dever cumprido é uma porta que atravessamos no Infinito, rumo ao continente sagrado da união com o Senhor. (Lísias, cap. 12, pág. 70.) (Continua no próximo número.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita