ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Clodoaldo me pergunta se um
casal tem o direito de limitar o número de
filhos.
Penso que a resposta a essa
questão, que é bem atual e preocupa tanto
o homem, já foi dada com clareza por Joanna
de Ângelis em seu livro Após
a Tempestade, cap. 10, psicografado
por Divaldo Franco.
O homem – afirma Joanna, em
sua privilegiada posição de Espírito que
vê as duas faces da existência humana, a
visível e a invisível – pode e deve
programar a família que lhe convém ter, o
número de filhos e o período propício
para a maternidade, mas jamais se eximirá
aos imperiosos resgates que deve enfrentar,
tendo em vista seu próprio passado.
Os filhos não são realizações
fortuitas. Procedem de compromissos aceitos
antes da reencarnação pelos futuros pais,
de modo a edificarem a família de que
necessitam para a própria evolução.
É, evidentemente, lícito aos
casais adiar a recepção de Espíritos que
lhes são vinculados, impossibilitando mesmo
que reencarnem por seu intermédio. Mas as
Soberanas Leis da Vida dispõem de meios
para fazer que aqueles rejeitados venham por
outros processos à porta dos seus devedores
ou credores, em circunstâncias talvez mui
dolorosas, complicadas pela
irresponsabilidade desses cônjuges que ajam
com leviandade, em flagrante desconsideração
aos códigos divinos.
Entende o Dr. Jorge Andréa (Encontro
com a Cultura Espírita, págs. 77,
105 e 106) que o planejamento familiar é
questão de foro íntimo do casal. Mas
pergunta: Será preferível um Espírito
reencarnar num lar pobre com as habituais
dificuldades de subsistência, ou ficar
aturdido e acoplado à mãe que lhe fechou
os canais, criando, nessa simbiose, neuroses
e psicoses de variados matizes? Respondendo
a isso, ele próprio esclarece (Forças Sexuais da Alma, cap. V, págs. 124 a 126) que, na
maioria das vezes, os Espíritos, quando vêm
para a reencarnação, de há muito já estão
em sintonia com o cadinho materno. Se os
canais destinados à maternidade são
neutralizados e fechados, é claro que haverá
distúrbios, principalmente no psiquismo de
profundidade, isto é, na zona inconsciente
ou espiritual, onde as energias emitidas por
essas fontes não encontram correspondência
em seu ciclo.
Seria melhor, portanto, não
opor obstáculos à volta dos Espíritos a
um corpo de carne, pois o espírita não
ignora a seriedade da planificação
reencarnatória. É razoável pensar, pois,
que antes de retornarmos às experiências físicas
nos tenhamos comprometido a receber, como
filhos, um número determinado de Espíritos.
A prole estaria, assim, com sua quota
previamente estabelecida quando ainda nos
achávamos nos planos espirituais. Rejeitar
alguém convidado para vir seria equivalente
a romper um compromisso, um contrato, um
acordo, como fazem os que desertam das
responsabilidades, o que não é raro na
sociedade em que vivemos.