ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Esta
seção não tem outra pretensão senão
levar ao leitor alguns lembretes cujo fim é
ajudá-lo a utilizar corretamente a língua
portuguesa.
Veremos nesta semana algo sobre construção de frases, grafia e
pronúncia de algumas palavras bem
conhecidas:
1.
“Havia muitas pessoas no local” e não
"Haviam muitas pessoas...”, porque o
verbo haver, no sentido de "existir", mantém sempre a forma
singular.
2.
Em razão disso, devemos dizer sempre:
“Houve muitos convidados na festa”, e não
“Houveram muitos convidados na festa”.
“Pode haver problemas”, e não “Podem
haver problemas”.
3.
“A partir de agora vou mudar”, e não
“À partir de agora vou mudar”, porque a
crase só se compreende quando a palavra que
se segue for feminina, esteja ou não
oculta. “Partir” é verbo e, portanto,
repele o artigo “a”, que forma a crase
ao fundir-se com a preposição “a”.
4.
“Isto veio para eu ler”, e não
“para mim ler”, porque o pronome pessoal
“eu” é o único cabível em construções
dessa natureza. Da mesma maneira que ninguém
diria: “Isto é para ti fazer”, é
impensável dizer: “Isto é para mim
fazer”.
5.
Se não houvesse o verbo “ler” na
frase mencionada no tópico anterior, aí
sim o pronome seria “mim”. Exemplos:
“Isto veio para mim”, “Ela enviou esta
carta para mim”, da mesma forma que
diremos “Isto veio para ti”, “Este
e-mail é para ti”.
6.
“Ficamos com um grande dó”, e não
“Ficamos com uma grande dó”, porque a
palavra “dó” quando feminina significa
uma das sete notas musicais.
7.
“Problema” lê-se tal como se
escreve: “problema”. Não é poblema nem
pobrema, como alguns notórios políticos
gostam de falar.
8.
CD-Rom lê-se CD mais Rom, como
pronunciaríamos a palavra Roma sem o
“a”. Não é CD-Rum.
9.
Hall lê-se “ról”, e não
“rau” nem “au”.
10.
Em
vez de dizer: “Eu vou ESTAR mandando, vou
ESTAR passando, vou ESTAR verificando”,
como é praxe nos atendentes de
telemarketing, digamos de maneira direta e
mais simples: “Vou mandar, vou passar, vou
verificar”.
11.
No
uso dos verbos SER e ESTAR no modo
subjuntivo, digamos sempre: “Seja o que
Deus quiser”, jamais “Seje o que Deus
quiser”. Da mesma forma, diga
“esteja”, nunca “esteje”.