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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 21 - 7 de Setembro de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
(Parte 21) 

Continuamos a apresentar o estudo de O Livro dos Médiuns, segunda das cinco obras que constituem o chamado Pentateuco Kardequiano, que Allan Kardec lançou em Paris no ano de 1861, o qual está sendo aqui apresentado na forma de 175 questões objetivas.

Questões objetivas

160. Como podemos prevenir a ocorrência de fraude nas manifestações?

A melhor garantia contra a fraude está na moralidade notória dos médiuns e na ausência de todas as causas de interesse material ou de amor-próprio que lhes poderiam estimular o exercício das faculdades mediúnicas que possuem, porque estas mesmas causas podem levá-los a simular as faculdades que não possuem. (Item 323)

161. Como podem se apresentar as reuniões espíritas?

As reuniões espíritas requerem condições especiais, e nós erraríamos se as comparássemos às sociedades comuns. Segundo a natureza, podem ser frívolas, experimentais ou instrutivas. Reuniões frívolas são as que se compõem de pessoas que vêem apenas o lado divertido das manifestações, que se divertem com as facécias dos Espíritos levianos, e em que se perguntam toda sorte de banalidades, se faz ler a "buena dicha" e mil outras coisas desse gênero. Reuniões experimentais são as que têm por objetivo a produção das manifestações físicas. Este gênero de experiências tem uma utilidade inegável, porque foram elas que fizeram descobrir as leis que regem o mundo invisível. Se forem dirigidas com método e prudência, obter-se-ão bem melhores resultados. Reuniões instrutivas são aquelas das quais podemos tirar o verdadeiro ensinamento e, para isso, devem ser sérias, ou seja, ocupar-se com coisas úteis, excluídas todas as outras. (Itens 324 a 327)

162. Qual a utilidade das reuniões de estudo?

As reuniões de estudo são de imensa utilidade para os médiuns e para as pessoas que têm um desejo sério de se aperfeiçoar. A instrução espírita não compreende somente o ensinamento moral dado pelos Espíritos, mas também o estudo dos fatos: é a ela que incumbe a teoria de todos os fenômenos, a pesquisa das causas e, como conseqüência, a verificação do que é possível e do que não o é; numa palavra, a observação de tudo que pode fazer progredir a ciência. (Itens 328 e 329)

163. Que condições são necessárias a uma reunião espírita?

Uma reunião é um ser coletivo cujas qualidades e propriedades são a resultante de todas aquelas de seus membros e formam uma espécie de feixe; ora, este feixe terá tanto mais força quanto mais homogêneo for. Toda reunião espírita deve, portanto, tender à homogeneidade maior possível. É preciso ainda o recolhimento e a comunhão de pensamentos, sendo fato provado pela experiência que os pequenos círculos íntimos são sempre mais favoráveis às boas condições que a reunião deve reunir. Outros fatores importantes são a regularidade das reuniões e as disposições morais dos seus componentes. (Itens 331 a 333)

164. Qual o melhor antídoto contra a perturbação nos grupos?

Os causadores de perturbações não estão somente no seio das sociedades, grandes ou pequenas; estão igualmente no mundo invisível. Do mesmo modo que há Espíritos protetores para as sociedades, as cidades e os povos, Espíritos malfeitores se apegam aos grupos como aos indivíduos. Apegam-se primeiro aos mais fracos, aos mais acessíveis, e procuram fazer deles instrumentos para depois tentar envolver o conjunto. Todas as vezes então que num grupo uma pessoa caia no laço, é preciso confessar que há um inimigo no campo, um lobo no aprisco e que deve manter-se em guarda, porque é mais do que provável que ele multiplicará suas tentativas. Se não o desencorajarem por uma resistência enérgica, a obsessão se torna então como um mal contagioso, que se manifesta nos médiuns pela perturbação da mediunidade e nos outros pela hostilidade dos sentimentos, a perversão do senso moral e perturbação da harmonia. Como o mais possante antídoto deste veneno é a caridade, é a caridade que eles procuram sufocar. Não se deve então esperar que o mal se torne incurável para trazer-lhe o remédio; é preciso mesmo não esperar os primeiros sintomas, mas sobretudo é preciso trabalhar por preveni-lo. Para isso há dois meios eficazes, se forem bem empregados: a prece de coração e o estudo atento dos primeiros sinais que revelam a presença dos Espíritos enganadores. Se um dos membros sente a influência da obsessão, todos os esforços devem tender, desde os primeiros indícios, a lhe abrir os olhos, de medo que o mal se agrave, a fim de trazer-lhe a convicção de que está enganado e o desejo de secundar aqueles que o querem livrar. (Item 340)

165. A prece deve ser usada nas reuniões espíritas?

Sim. As reuniões devem começar pela prece, por uma espécie de oração que facilita a concentração; mas não basta pronunciar algumas palavras para afastar os maus Espíritos. A eficácia da oração está na sinceridade do sentimento que a dita; está sobretudo na unanimidade da intenção, porque nenhum daqueles que a ela não se associar de coração não se poderá beneficiar, nem beneficiar os outros. (Cap. XXXI, item XVI)

166. A eficácia da prece está na sua fórmula?

Não. Inexiste uma fórmula absoluta para a prece. Deus é muito grande para atribuir mais importância às palavras do que ao pensamento. Guardem-se, sobretudo, de fazer para isso uma dessas fórmulas banais que se recitam para aquietar a consciência. O sentimento é tudo; a fórmula nada vale. (Cap. XXXI, item XVI)

167. A que o Espiritismo deverá a sua mais potente propagação?

É às reuniões verdadeiramente sérias que o Espiritismo deverá a sua mais potente propagação. Ligando os homens honestos e conscienciosos, essas reuniões imporão silêncio à crítica e, quanto mais suas intenções forem puras, mais serão respeitadas mesmo por seus adversários, porque quando a zombaria ataca o bem deixa de provocar o riso: ela se torna desprezível. (Item 341) (Continua no próximo número.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita