160. Como podemos
prevenir a ocorrência de
fraude nas
manifestações?
A melhor garantia contra
a fraude está na
moralidade notória dos
médiuns e na ausência de
todas as causas de
interesse material ou de
amor-próprio que lhes
poderiam estimular o
exercício das faculdades
mediúnicas que possuem,
porque estas mesmas
causas podem levá-los a
simular as faculdades
que não possuem. (Item
323)
161. Como podem se
apresentar as reuniões
espíritas?
As reuniões espíritas
requerem condições
especiais, e nós
erraríamos se as
comparássemos às
sociedades comuns.
Segundo a natureza,
podem ser frívolas,
experimentais ou
instrutivas. Reuniões
frívolas são as que se
compõem de pessoas que
vêem apenas o lado
divertido das
manifestações, que se
divertem com as facécias
dos Espíritos levianos,
e em que se perguntam
toda sorte de
banalidades, se faz ler
a "buena dicha" e mil
outras coisas desse
gênero. Reuniões
experimentais são as que
têm por objetivo a
produção das
manifestações físicas.
Este gênero de
experiências tem uma
utilidade inegável,
porque foram elas que
fizeram descobrir as
leis que regem o mundo
invisível. Se forem
dirigidas com método e
prudência, obter-se-ão
bem melhores resultados.
Reuniões instrutivas são
aquelas das quais
podemos tirar o
verdadeiro ensinamento
e, para isso, devem ser
sérias, ou seja,
ocupar-se com coisas
úteis, excluídas todas
as outras. (Itens 324 a
327)
162. Qual a utilidade
das reuniões de estudo?
As reuniões de estudo
são de imensa utilidade
para os médiuns e para
as pessoas que têm um
desejo sério de se
aperfeiçoar. A instrução
espírita não compreende
somente o ensinamento
moral dado pelos
Espíritos, mas também o
estudo dos fatos: é a
ela que incumbe a teoria
de todos os fenômenos, a
pesquisa das causas e,
como conseqüência, a
verificação do que é
possível e do que não o
é; numa palavra, a
observação de tudo que
pode fazer progredir a
ciência. (Itens 328 e
329)
163. Que condições são
necessárias a uma
reunião espírita?
Uma reunião é um ser
coletivo cujas
qualidades e
propriedades são a
resultante de todas
aquelas de seus membros
e formam uma espécie de
feixe; ora, este feixe
terá tanto mais força
quanto mais homogêneo
for. Toda reunião
espírita deve, portanto,
tender à homogeneidade
maior possível. É
preciso ainda o
recolhimento e a
comunhão de pensamentos,
sendo fato provado pela
experiência que os
pequenos círculos
íntimos são sempre mais
favoráveis às boas
condições que a reunião
deve reunir. Outros
fatores importantes são
a regularidade das
reuniões e as
disposições morais dos
seus componentes. (Itens
331 a 333)
164. Qual o melhor
antídoto contra a
perturbação nos grupos?
Os causadores de
perturbações não estão
somente no seio das
sociedades, grandes ou
pequenas; estão
igualmente no mundo
invisível. Do mesmo modo
que há Espíritos
protetores para as
sociedades, as cidades e
os povos, Espíritos
malfeitores se apegam
aos grupos como aos
indivíduos. Apegam-se
primeiro aos mais
fracos, aos mais
acessíveis, e procuram
fazer deles instrumentos
para depois tentar
envolver o conjunto.
Todas as vezes então que
num grupo uma pessoa
caia no laço, é preciso
confessar que há um
inimigo no campo, um
lobo no aprisco e que
deve manter-se em
guarda, porque é mais do
que provável que ele
multiplicará suas
tentativas. Se não o
desencorajarem por uma
resistência enérgica, a
obsessão se torna então
como um mal contagioso,
que se manifesta nos
médiuns pela perturbação
da mediunidade e nos
outros pela hostilidade
dos sentimentos, a
perversão do senso moral
e perturbação da
harmonia. Como o mais
possante antídoto deste
veneno é a caridade, é a
caridade que eles
procuram sufocar. Não se
deve então esperar que o
mal se torne incurável
para trazer-lhe o
remédio; é preciso mesmo
não esperar os primeiros
sintomas, mas sobretudo
é preciso trabalhar por
preveni-lo. Para isso há
dois meios eficazes, se
forem bem empregados: a
prece de coração e o
estudo atento dos
primeiros sinais que
revelam a presença dos
Espíritos enganadores.
Se um dos membros sente
a influência da
obsessão, todos os
esforços devem tender,
desde os primeiros
indícios, a lhe abrir os
olhos, de medo que o mal
se agrave, a fim de
trazer-lhe a convicção
de que está enganado e o
desejo de secundar
aqueles que o querem
livrar. (Item 340)
165. A prece deve ser
usada nas reuniões
espíritas?
Sim. As reuniões devem
começar pela prece, por
uma espécie de oração
que facilita a
concentração; mas não
basta pronunciar algumas
palavras para afastar os
maus Espíritos. A
eficácia da oração está
na sinceridade do
sentimento que a dita;
está sobretudo na
unanimidade da intenção,
porque nenhum daqueles
que a ela não se
associar de coração não
se poderá beneficiar,
nem beneficiar os
outros. (Cap. XXXI, item
XVI)
166. A eficácia da prece
está na sua fórmula?
Não. Inexiste uma
fórmula absoluta para a
prece. Deus é muito
grande para atribuir
mais importância às
palavras do que ao
pensamento. Guardem-se,
sobretudo, de fazer para
isso uma dessas fórmulas
banais que se recitam
para aquietar a
consciência. O
sentimento é tudo; a
fórmula nada vale. (Cap.
XXXI, item XVI)
167. A que o Espiritismo
deverá a sua mais
potente propagação?
É às reuniões
verdadeiramente sérias
que o Espiritismo deverá
a sua mais potente
propagação. Ligando os
homens honestos e
conscienciosos, essas
reuniões imporão
silêncio à crítica e,
quanto mais suas
intenções forem puras,
mais serão respeitadas
mesmo por seus
adversários, porque
quando a zombaria ataca
o bem deixa de provocar
o riso: ela se torna
desprezível. (Item 341)
(Continua no próximo
número.)