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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 21 - 7 de Setembro de 2007

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)

O grão de mostarda

Allan Kardec abre o capítulo XIX de O Evangelho segundo o Espiritismo com a transcrição do Evangelho de Mateus (capítulo XVII, v. de 14 a 20), quando Jesus compara o poder da fé a um pequeno grão de mostarda capaz de mover as montanhas que impedem o progresso e a felicidade do homem.
 

Como se sabe, o episódio narrado pelo evangelista cita o pai que procurou Jesus para cura do filho lunático (hoje já entendemos pela terminologia espírita o fenômeno da obsessão) e ainda cita que os discípulos não o puderam curar. Após libertar o garoto, Jesus ainda explica que a causa do fracasso dos discípulos devia-se à pouca fé com que tentaram operar a libertação. E compara fé ao grão de mostarda para demonstrar o poder da fé.
 

O próprio Kardec intitulou seus comentários e a referida transcrição com o subtítulo Poder da fé e nos parágrafos em que desenvolve seus comentários explica que a fé é: a) confiança que se tem na realização de alguma coisa; b) certeza de se atingir um fim e c) lucidez para se escolher o melhor caminho. Com o próprio estudo vamos entendendo com facilidade que os obstáculos, as montanhas que a fé remove são a má-vontade, as dificuldades, a resistência, o pessimismo, o egoísmo, o orgulho, o fanatismo, o preconceito. E como a fé faz isso?
 

É simples responder. A fé leva à perseverança e dá energia. Isto porque ela é calma, paciente, sabe esperar. Por sua vez, a fé vacilante demonstra fraqueza e gera violência. Tudo isto em razão de a fé receber aplicação direta e especial na ação magnética, agindo sobre os fluidos e modificando-lhes as qualidades. Um grande poder fluídico aliado a uma fé ardente opera curas e modifica questões de difícil solução.


Inúmeros exemplos no Evangelho ou fora dele podem demonstrar este poder da fé. As curas efetuadas pelos discípulos, os exemplos de homens importantes na história da humanidade – dentro ou fora das religiões – e sem dúvida o exemplo do próprio Cristo demonstram esta confiança, certeza e lucidez. Bem como a calma, a paciência e o saber esperar. Mas, ao final do capítulo, Kardec coloca uma mensagem ditada por um Espírito Protetor que chama a atenção para um detalhe vital na questão da fé. O autor espiritual compara a fé à vontade de querer. Este é o segredo. Eis a chave para atingir determinados fins, para se chegar a resultados esperados, inclusive da melhora individual. Recomendo ao leitor ler a mensagem na íntegra. Ela está no final do capítulo, no item 12.
 

É exatamente esta vontade de querer que movimenta as forças da fé. É ela que nos faz andar, superar obstáculos, remover obstáculos...

A vontade, quando aliada à iniciativa, varre os obstáculos e propicia o alcance da meta almejada. Exercitemo-la.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita