ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
O grão de
mostarda
Allan Kardec
abre o capítulo
XIX de O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
com a
transcrição do
Evangelho de
Mateus (capítulo
XVII, v. de 14 a
20), quando
Jesus compara o
poder da fé a um
pequeno grão de
mostarda capaz
de mover as
montanhas que
impedem o
progresso e a
felicidade do
homem.
Como se sabe, o
episódio narrado
pelo evangelista
cita o pai que
procurou Jesus
para cura do
filho lunático
(hoje já
entendemos pela
terminologia
espírita o
fenômeno da
obsessão) e
ainda cita que
os discípulos
não o puderam
curar. Após
libertar o
garoto, Jesus
ainda explica
que a causa do
fracasso dos
discípulos
devia-se à
pouca fé com
que tentaram
operar a
libertação. E
compara fé ao
grão de mostarda
para demonstrar
o poder da fé.
O próprio Kardec
intitulou seus
comentários e a
referida
transcrição com
o subtítulo
Poder da fé e
nos parágrafos
em que
desenvolve seus
comentários
explica que a fé
é: a) confiança
que se tem na
realização de
alguma coisa; b)
certeza de se
atingir um fim e
c) lucidez para
se escolher o
melhor caminho.
Com o próprio
estudo vamos
entendendo com
facilidade que
os obstáculos,
as montanhas que
a fé remove são
a má-vontade, as
dificuldades, a
resistência, o
pessimismo, o
egoísmo, o
orgulho, o
fanatismo, o
preconceito. E
como a fé faz
isso?
É simples
responder. A fé
leva à
perseverança e
dá energia. Isto
porque ela é
calma, paciente,
sabe esperar.
Por sua vez, a
fé vacilante
demonstra
fraqueza e gera
violência. Tudo
isto em razão de
a fé receber
aplicação direta
e especial na
ação magnética,
agindo sobre os
fluidos e
modificando-lhes
as qualidades.
Um grande poder
fluídico aliado
a uma fé ardente
opera curas e
modifica
questões de
difícil solução.
Inúmeros
exemplos no
Evangelho ou
fora dele podem
demonstrar este
poder da fé. As
curas efetuadas
pelos
discípulos, os
exemplos de
homens
importantes na
história da
humanidade –
dentro ou fora
das religiões –
e sem dúvida o
exemplo do
próprio Cristo
demonstram esta
confiança,
certeza e
lucidez. Bem
como a calma, a
paciência e o
saber esperar.
Mas, ao final do
capítulo, Kardec
coloca uma
mensagem ditada
por um Espírito
Protetor que
chama a atenção
para um detalhe
vital na questão
da fé. O autor
espiritual
compara a fé à
vontade de
querer. Este
é o segredo. Eis
a chave para
atingir
determinados
fins, para se
chegar a
resultados
esperados,
inclusive da
melhora
individual.
Recomendo ao
leitor ler a
mensagem na
íntegra. Ela
está no final do
capítulo, no
item 12.
É exatamente
esta vontade
de querer
que movimenta as
forças da fé. É
ela que nos faz
andar, superar
obstáculos,
remover
obstáculos...
A vontade,
quando aliada à
iniciativa,
varre os
obstáculos e
propicia o
alcance da meta
almejada.
Exercitemo-la.