Muitas pessoas no meio
espírita têm dificuldade
na utilização correta da
locução em que pese.
Podemos distinguir no
seu uso dois casos:
I -
Quando se refere a
alguém, a alguma pessoa
determinada, a locução é
invariável e
exige como complemento a
preposição “a”, que pode
estar ou não acompanhada
de artigo:
·
Em que pese a ela, não
farei o negócio.
·
Em que pese ao
presidente,
continuaremos na
oposição.
·
Em que pese aos
palmeirenses, o
Corinthians é o maior.
·
Em que pese ao Dr.
Setúbal, não iremos à
festa.
A locução nestes casos é
invariável porque está
subentendido na frase o
vocábulo “isto” antes da
forma verbal “pese”.
É como se escrevêssemos:
·
Em que isto pese
a ela, não farei o
negócio.
·
Em que isto pese
ao presidente,
continuaremos na
oposição.
·
Em que isto pese
aos palmeirenses, o
Corinthians é o maior.
·
Em que isto pese
ao Dr. Setúbal, não
iremos à festa.
II -
Quando se refere a
coisas, a objetos, e não
a pessoas, a locução é
variável e
rejeita a preposição
“a”:
· Em
que pesem os argumentos
da defesa, o réu se
encontra perdido.
· Em
que pese sua falta de
escrúpulos, ele sempre
escapa de punição.
·
Em que pesem as críticas
recebidas, a peça tem
sido um sucesso.
·
Em que pesem os esforços
dos adversários, o
Brasil é o favorito.
Lembramos, por fim, que
a pronúncia correta da
locução é “em que
pêse” e “em que pêsem”.
Se o leitor se recordar
de “pêsames” e de “voto
de pesar” não terá
dificuldade em acertar a
pronúncia. O que é
preciso é evitar coisas
do tipo “em que pése”,
“em que pésem” e esta
forma horrível que já
ouvimos em palestra: “no
que pésem”.