WASHINGTON L. N.
FERNANDES
washingtonfernandes@terra.com.br
São Paulo - SP
(Brasil)
Grécia, terra
dos deuses e das
profetizas
A Grécia
promoveu muitas
conquistas para
o pensamento e
para a cultura
humana (nas
artes,
engenharia,
música,
medicina,
literatura,
filosofia etc).
Destacaremos
aqui exemplos de
paranormalidade
presentes na
cultura grega,
citando fatos
que interessam
ao estudo da
espiritualidade
e
comunicabilidade
espiritual. A
sociedade era
caracterizada
pelo politeísmo
(culto a vários
deuses) e pelo
profetismo dos
pítons e
pitonisas, assim
chamadas as
pessoas que
apresentavam
faculdades
paranormais
(anímicas, se a
faculdade era do
próprio
sensitivo, ou
mediúnicas, se a
faculdade era de
receber
informações dos
Espíritos),
passando a ser
conhecidas no
séc. XIX pelo
nome de médiuns,
com o advento do
Espiritismo.
O HISTORIADOR
GREGO HERÓDOTO
NARROU FATOS
PARANORMAIS NO
SÉC. 5 a.C.
Destacaremos um
fato muito
interessante
relatado por
Heródoto de
Alicarnasso
(484-426 a.C.),
considerado O
Pai da História
e o primeiro
historiador do
mundo. Nascido
na Ásia Menor
foi de família
ilustre e viveu
exilado em Samos.
Possivelmente
esteve no Egito,
na Fenícia, na
Mesopotâmia, no
norte da África
e na Grécia
Continental e
deve ter vivido
em Atenas, onde
leu trechos de
seus escritos em
público.
Acredita-se que
Heródoto tenha
escrito dois
livros: uma
história da
Assíria, hoje
perdida, e a
grande obra de
sua vida —
Histórias,
de grande valor
histórico e
literário. Em
Histórias
Heródoto relatou
os conflitos
entre gregos e
persas desde 550
a.C. até as
guerras
greco-pérsicas,
valendo seus
relatos como
fundamentos da
história
oficial. No
prólogo de
Histórias ele
explicou qual
era seu
objetivo:
...evitar que os
vestígios das
ações praticadas
pelos homens se
apagassem com o
tempo e que as
grandes e
maravilhosas
explorações dos
Gregos, assim
como dos
bárbaros
permanecessem
ignoradas. –
Histórias,
Prólogo, I.1.
Heródoto
utilizou
principalmente
tradições orais
e relatos de
pessoas que
testemunharam ou
conheceram as
testemunhas dos
acontecimentos e
ele escolhia a
menos fantasiosa
das versões,
contando
histórias
fabulosas com
ceticismo. Ele
deu importância
aos oráculos,
prodígios e
outras
evidências da
intervenção
direta dos
deuses na vida
humana.
De sua obra
podemos extrair
vários relatos
paranormais
interessantes,
dos quais
relataremos
somente um deles
para.
PITONISA DE
DELFOS FEZ TRÊS
PROFECIAS QUE SE
CUMPRIRAM
Há um fato
notável de
paranormalidade
relatado sobre
Creso, último
rei da Lídia que
reinou de
561-547 a.C. Ele
conquistou as
costas do Mar
Egeu e submeteu
cidades
helênicas da
Ásia Menor. Foi
vencido e morto
por Ciro II
(590/580-529
a.C.). Creso
teve dois
filhos, Átis e
outro que era
surdo-mudo.
Na obra
Histórias,
Heródoto relatou
sobre Creso:
Ele tinha um
filho
surdo-mudo, de
quem já fiz
menção. Na época
de prosperidade,
Creso empregara
todos os
recursos para
curá-lo, e entre
outros meios
recorrera ao
oráculo de
Delfos,
tendo-lhe dito a
pitonisa:
Lídio, rei de
vários povos,
insensato Creso,
não procureis
ouvir no vosso
palácio a voz
tão desejada do
vosso filho.
Melhor será para
vós não ouvirdes
nunca; ele
começará a falar
no dia em que
começar a vossa
desgraça –
Pitonisa de
Delfos.
Depois da tomada
de Sardes, um
persa, que não
conhecia Creso,
investiu contra
ele para
matá-lo. O jovem
príncipe mudo, à
vista do persa
que se lançava
contra o pai,
sentiu-se
apoderado de tão
grande terror
que, num esforço
para gritar,
recuperou a voz:
Soldado ! –
exclamou ele –
Não mates Creso
! Foram estas
suas primeiras
palavras e até o
fim de seus dias
conservou ele a
faculdade de
falar. Assim os
Persas se
apoderaram de
Sardes e fizeram
Creso
prisioneiro. –
Heródoto,
Histórias, I,
LXXXV e LXXXVI.
A Pitonisa de
Delfos
apresentou a
capacidade de
prever fatos que
ocorreriam
depois. A
paranormalidade
de prever fatos
futuros foi
indiscutível,
não havendo a
mínima condição
de se tentar
recorrer a
explicações pelo
inconsciente ou
subconsciente de
alguém. Como a
Pitonisa poderia
saber o que
ocorreria no
futuro? (os
fatos
profetizados de
forma alguma
eram esperados).
As três
profecias feitas
pela Pitonisa de
Delfos foram:
1) o filho
surdo-mudo do
rei Creso (que
nunca tinha
falado)
realmente
conseguiu
“falar”, como a
Pitonisa
previra;
2) uma desgraça
se abateu
realmente sobre
o rei Creso pois
ele passou a ser
prisioneiro dos
persas;
3) houve exata
coincidência do
dia em que o
rapaz surdo-mudo
começou a falar
e a data do
início da
desgraça de seu
pai Creso, como
havia sido
previsto pela
Pitonisa.
Ficam
registradas
estas notáveis
três profecias
nos tempos da
Grécia antiga,
como exemplo de
paranormalidade
na história, os
quais passam
despercebidos
pelas seguintes
razões: são
pouco comentados
e conhecidos; se
passaram há
muito tempo; as
pessoas em geral
não sabem
explicá-los; e
pelo fato dos
personagens não
mais existirem.
Face a isso o
mais fácil é não
lhes dar
importância,
ignorá-los e não
ocupar-se deles.