WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo
(Brasil)
Existe sorte
e azar?
Muitas pessoas creditam
o sucesso alheio, ou
mesmo o próprio, à sorte
ou ao azar, porém nos
diz o bom senso que o
fruto dessas conquistas
se deve ao trabalho em
prol da realização dos
objetivos.
A sabedoria popular
define dessa forma:
“Deus ajuda, quem cedo
madruga!”
Realidade pura! E
entenda-se como trabalho
algo muito mais
abrangente do que apenas
a atividade profissional
que nos traz o dividendo
para manutenção da vida.
Encontramos a definição
perfeita de trabalho em
“O Livro dos Espíritos”,
Lei do Trabalho,
na questão nº 675, em
que Kardec questiona os
mentores espirituais:
“Devem-se entender por
trabalho somente as
ocupações materiais?
R.: Não; o Espírito
também trabalha, assim
como o corpo. Toda
ocupação útil é
trabalho.”
Em suma, trabalho é tudo
aquilo que agrega
valores ao nosso
espírito imortal.
Por isso, vamos à vida
dessa grande figura,
alma sedenta pelo
conhecer, disposta a
desbravar novos rumos
para uma humanidade
ainda carente de grandes
conhecimentos, que não
se limitou ao trabalho
profissional, dedicando
grande parte de seu
tempo à observação e à
pesquisa. Falamos do
holandês Antony Van
Leeuwenhoek (1632–1723),
que descobriu os
micróbios em 1674, uma
das descobertas mais
importantes para a
Humanidade.
Alguns historiadores
consideram Leeuwenhoek o
homem que por pura sorte
tropeçou em uma grande
descoberta científica.
Injustiça com o
holandês!
Deixam de considerar seu
árduo e meticuloso
trabalho; paciente
observador, curiosidade
sem limites, Leeuwenhoek
construiu seu próprio
microscópio, polindo com
cuidado e precisão
pequenas lentes de
aumento focal, com o que
conseguiu maior eficácia
do que outros
microscópios de sua
época.
Leeuwenhoek observava
desde cabelo humano até
sêmen de cachorro.
Em 1674, ao observar uma
gota d’água, visualizou
um mundo novo, repleto
de vida e, graças a seu
esforço, o homem pôde
conhecer naquela
distante época os
chamados micróbios.
Graças ao trabalho desse
holandês, não acredito
em sorte ou azar! Sorte
e azar não condizem com
a justiça divina;
admiti-las seria
conceber que Deus tem
preferências.
Crer que a sorte pode
transformar nossa
existência é deixar de
acreditar em nossa força
interior. Acreditar na
sorte é deixar de colher
o fruto do pomar ou a
flor do jardim,
esperando que ambos por
forças misteriosas caiam
em nosso colo.
Acredito na força do
trabalho, na
persistência na
perseverança...
Acredito na organização,
no planejamento, na
criatividade, na luta
por transformar sonhos
em metas.
Acredito na quebra de
paradigmas, no olhar
além das aparências.
Acredito na força do
amor que tem o poder de
transformar nossa vida.
Mas não creio em sorte
ou azar. Acredito que o
destino está em nossas
mãos e que depende de
nós construir uma
estrada de flores ante
as dificuldades, sem
relegar nossa vitória à
sorte ou nossa derrota
pedagógica ao azar.
Jogar a culpa dos
fracassos no azar é
cômodo; de certa maneira
nos tira um pouco da
responsabilidade, afinal
“não deu certo porque
nos faltou sorte” – é
assim que raciocinamos
quando acreditamos no
azar.
Acredito na força da
vida que conspira para
que sejamos felizes.
Acredito no estudo, no
esforço, na labuta por
buscar saídas quando se
está encurralado por
obstáculos.
Acredito no talento, na
capacidade do ser
humano, na força que
extraímos das entranhas
de nossa alma.
Acredito na inspiração e
transpiração que colocam
a pessoa na hora certa e
no lugar certo dos
acontecimentos.
Acredito na pujante
força que vibra no
coração de cada um de
nós.
Portanto, graças a
Leeuwenhoek, não
acredito em sorte ou
azar, mas, sim, na força
do trabalho que nos
impulsiona para que
obtenhamos sucesso em
nossos projetos de vida.
Pensemos nisso!
Bibliografia:
HART,
Michael H. - As cem
maiores personalidades
da história. 5.ed. Trad.Antonio
Canavarro Pereira. Rio
de Janeiro, Difel, 2002.
241-243 p.
KARDEC,
Allan. O Livro dos
Espíritos. 50.ed. Trad.
Guillon Ribeiro. Rio de
Janeiro, Federação
Espírita Brasileira,
1980. 328 p.