Os
Mensageiros
André Luiz
(Parte 10)
Continuamos a apresentar
o texto condensado da
obra
Os Mensageiros,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual dá
seqüência à série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Há outras oficinas de
trabalho na Crosta?
R.: Sim. Existem muitas
oficinas de "Nosso Lar"
e de outras colônias
espirituais, como
aquela, no Rio de
Janeiro e noutras
cidades do país. (Os
Mensageiros, cap. 39,
págs. 204 a 207.)
B. Como será a medicina
do futuro?
R.: Na medicina do
futuro, o homem terreno
será considerado em sua
natureza psicofísica.
Segundo o instrutor
Aniceto, no capítulo das
moléstias não podemos
considerar somente a
situação fisiológica do
homem, mas também o
quadro psíquico da
personalidade encarnada.
Chegará um dia – diz ele
- em que a medicina da
alma absorverá a
medicina do corpo,
porquanto no que
concerne à cura real é
preciso reconhecer que
esta pertence
exclusivamente ao
homem-espírito. (Obra
citada, cap. 40, págs.
210 a 213.)
C. Que lições podemos
colher do caso do
carroceiro imprudente?
R.: A primeira lição é
saber que mesmo nas
estradas de menor
movimento existe
proteção espiritual. A
segunda lição é que a
cólera é punida por suas
conseqüências. Ao mal
segue-se o mal. Ninguém
pode educar odiando, nem
edificar algo de útil
com a fúria e a
brutalidade. (Obra
citada, cap. 41, págs.
216 a 218.)
D. Por que o nitrogênio
é tão importante para o
homem?
R.: A importância do
nitrogênio na vida
humana é tão grande que
organismo algum pode
viver na Terra sem essa
substância. E coisa
curiosa! Embora se
locomova num oceano de
nitrogênio, respirando-o
na média de mil litros
por dia, o homem não
consegue apropriar-se do
nitrogênio do ar.
Somente as plantas
conseguem retirá-lo do
solo, fixando-o para o
entretenimento da vida
noutros seres. Cada grão
de trigo é uma bênção
nitrogenada para
sustento das criaturas;
cada fruto da terra é
uma bolsa de açúcar e
albumina, repleta do
nitrogênio indispensável
ao equilíbrio orgânico
dos seres vivos. Se o
homem conseguisse fixar
dez gramas,
aproximadamente, dos mil
litros de nitrogênio que
respira diariamente, a
Crosta estaria – segundo
Aniceto - transformada
em um paraíso
verdadeiramente
espiritual. (Obra
citada, cap. 42, pág.
222.)
Texto para leitura
63. As oficinas de
trabalho - Pelo
número de trabalhadores
espirituais que
pernoitaram na casa
humilde, André
reconheceu a importância
daquele núcleo de
serviço, tão apagado aos
olhos do mundo,
registrando ainda que
existem muitas oficinas
de "Nosso Lar" e de
outras colônias
espirituais, como
aquela, no Rio de
Janeiro e noutras
cidades do país. (Cap.
39, págs. 204 e 205)
64. Estagiários em
serviço - André
Luiz fica sabendo que
somente alguns
cooperadores de Isidoro
e Isabel encontram-se em
serviço naquele núcleo
desde a sua fundação,
ocorrida vinte anos
atrás. Os demais ali não
se demoram em trabalho
por mais de dois anos
consecutivos. O posto é
como uma escola ativa em
que todos aprendem muito
e as atividades são
inúmeras. Vieira e
Hildegardo têm, por
exemplo, a seu cargo a
tarefa de auxiliar os
irmãos ignorantes e
sofredores que estejam
em condições de vir até
à casa, para os estudos
evangélicos. Mas sua
área de ação abrange
apenas alguns
quarteirões no centro
urbano. Outros
cooperadores fazem o
mesmo trabalho em outros
pontos da cidade. É
preciso, porém, muito
critério e atenção às
normas doutrinárias da
casa, para que não sejam
levados até ali
Espíritos ociosos e
escarninhos, ou que se
aproximam da casa
alimentando intenções de
natureza inferior. (Cap.
39, págs. 206 e 207)
65. Larvas mentais
- Quando se dirigem ao
campo, com Aniceto, para
um momento de
refazimento e descanso,
André e Vicente observam
manchas escuras na via
pública. "São nuvens de
bactérias variadas.
Flutuam, quase sempre
também, em grupos
compactos, obedecendo ao
princípio das
afinidades", explicou
Aniceto, que pede que
eles observem grandes
núcleos pardacentos ou
completamente obscuros a
envolver certos
edifícios. "São zonas de
matéria mental inferior,
matéria que é expelida
incessantemente por
certa classe de pessoas.
Se demorarmos em nossas
investigações – diz-lhes
Aniceto – , veremos
igualmente os monstros
que se arrastam nos
passos das criaturas,
atraídos por elas
mesmas..." O instrutor
informa ainda que a
matéria mental emitida
pelo homem inferior tem
vida própria, como os
corpúsculos
microscópicos de que se
originam as enfermidades
corporais. Falou então
da medicina do futuro,
em que o homem terreno
será considerado em sua
natureza psicofísica. No
capítulo das moléstias,
"não podemos considerar
somente a situação
fisiológica do homem",
disse Aniceto, mas
também o quadro psíquico
da personalidade
encarnada. (Cap. 40,
págs. 210 a 213)
66. O campo e suas
virtudes -
Aniceto leva Vicente e
André Luiz a um repouso
no campo, esclarecendo
que, no círculo dos
encarnados, em qualquer
condição, o campo é o
reservatório mais
abundante e vigoroso de
princípios vitais. Em
geral, os cooperadores
espirituais estimam o ar
da manhã, quando a
atmosfera permanece
igualmente em repouso,
isenta dos glóbulos de
poeira convertidos em
microscópicos balões de
bacilos e de outras
expressões inferiores.
Na floresta, ao
contrário, há uma
densidade forte, pela
pobreza das emanações,
em vista da
impermeabilidade ao
vento. Aí, o ar costuma
converter-se em elemento
asfixiante, pelo excesso
de emissões dos reinos
inferiores da Natureza.
Na cidade, a atmosfera é
compacta e o ar também
sufoca, pela densidade
mental das mais baixas
aglomerações humanas. O
campo é, desse modo, o
centro ideal para o
repouso necessário.
Reina ali a paz relativa
e equilibrada da
Natureza terrestre, sem
a selvageria da mata
virgem ou a sufocação
dos fluidos humanos.
(Cap. 41, págs. 215 e
216)
67. O carroceiro
imprudente - Nas
vizinhanças via-se
grande quantidade de
trabalhadores
desencarnados que
prestam serviços aos
reinos inferiores da
Natureza, preparando-se,
assim, para novas
encarnações no mundo.
Ocorreu, no entanto,
próximo de onde André
estava, um fato
inusitado. Duas pessoas
encarnadas prestavam
socorro a um homem
ferido, e era grande o
número de Espíritos que
auxiliavam o pequeno
grupo. Tratava-se de um
carroceiro que havia
recebido a patada de um
burro. Uma entidade
espiritual interpelou
Glicério,
perguntando-lhe como ele
havia permitido
semelhante
acontecimento. Glicério
tinha a seu cargo a
vigilância e a proteção
espiritual daquele
trecho da estrada. O
vigilante desencarnado
respondeu explicando que
todos os seus esforços
foram improfícuos, pela
imprudência do
carroceiro. O infeliz
não tinha o mínimo
respeito pelos animais
que o auxiliavam a
ganhar o pão de cada
dia. Não sabia senão
gritar, surrar, ferir e
tinha a mente fechada às
sugestões de
agradecimento. Naquele
dia, tanto perturbou o
pobre muar, tanto o
castigou, que pareceu
mais animalizado...
Quando se tornou quase
irracional, pelo excesso
de fúria e ingratidão, o
auxílio espiritual se
tornou ineficiente.
Atormentado pelas
descargas de cólera do
condutor, o burro
humilde o atacou com a
pata. Que poderia fazer?
O superior entendeu
perfeitamente o
acontecido e deu razão a
Glicério. O carroceiro
fora punido por si
mesmo, recebendo uma
lição útil e necessária,
decorrente de seus
próprios atos. (Cap. 41,
págs. 216 a 218)
68. Evangelho no
meio rural - Ali
mesmo, passado o
episódio desagradável,
realizou-se o estudo
evangélico programado
para o dia. Aniceto foi
convidado a comentar um
trecho do Evangelho.
Logo que escolheu a
página, o instrutor
começou a meditar,
enquanto sublimada luz
lhe aureolava a fronte.
O silêncio era geral. O
interesse dos
companheiros
desencarnados, muito
grande, e havia um
aspecto imponente e
calmo na Natureza. Um
rebanho bovino
acercara-se do grupo,
atraído por forças
magnéticas que André não
conseguiu compreender.
Alguns muares humildes
também chegaram e as
aves tranqüilizaram-se
nas árvores, sem um pio.
O ambiente, excetuada a
rusticidade natural do
campo, lembrava um pouco
os salões verdes de
"Nosso Lar". Aniceto leu
em voz alta e comentou
trechos do cap. 8 da
Epístola de Paulo aos
Romanos, lembrando como
o homem tem oposto
obstáculos ao
desenvolvimento
espiritual da
Humanidade, com suas
vaidades, suas ambições,
suas viciações de
sentimentos e
irresponsabilidade, que
geram a miséria, as
guerras e todos os males
que infelicitam a
Humanidade terrena. No
final da preleção, o
instrutor conclamou
todos ao entendimento e
à cooperação fraternal.
(Cap. 42, págs. 219 a
223)
69. A
importância do
nitrogênio na vida
- Em seus comentários,
Aniceto aludiu à
importância do
nitrogênio na vida
humana. Organismo algum
– disse ele – pode
viver na Terra sem essa
substância, e embora se
locomova num oceano de
nitrogênio, respirando-o
na média de mil litros
por dia, não pode o
homem apropriar-se do
nitrogênio do ar.
Somente as plantas
conseguem retirá-lo do
solo, fixando-o para o
entretenimento da vida
noutros seres. Cada grão
de trigo é uma bênção
nitrogenada para
sustento das criaturas;
cada fruto da terra é
uma bolsa de açúcar e
albumina, repleta do
nitrogênio indispensável
ao equilíbrio orgânico
dos seres vivos. "Se o
homem conseguisse fixar
dez gramas,
aproximadamente, dos mil
litros de nitrogênio que
respira diariamente, a
Crosta estaria
transformada no paraíso
verdadeiramente
espiritual", acrescentou
Aniceto, explicando que
mesmo na colônia "Nosso
Lar" ainda estamos
distantes da grande
conquista do alimento
espontâneo pelas forças
atmosféricas, em caráter
absoluto, o que somente
ocorrerá mais tarde, com
o progresso moral do
homem. Quando isso
acontecer, o matadouro
será convertido em local
de cooperação, onde o
homem atenderá aos seres
inferiores e estes
atenderão às
necessidades do homem. O
Senhor permitir-nos-á,
então, pelo menos em
parte, a solução do
problema técnico de
fixação do nitrogênio da
atmosfera. (Cap. 42,
pág. 222)
Frases e apontamentos
importantes
126. Os Espíritos
encarnados, tão logo se
realize a consolidação
dos laços físicos, ficam
submetidos a imperiosas
leis dominantes na
Crosta. Entre eles e nós
existe um espesso véu. É
a muralha das vibrações.
Sem a obliteração
temporária da memória,
não se renovaria a
oportunidade. Se o nosso
campo lhes fora
francamente aberto,
olvidariam as obrigações
imediatas, estimariam o
parasitismo,
prejudicando a própria
evolução. (Aniceto, cap.
38, pág. 200)
127. Através das
correntes magnéticas
suscetíveis de
movimentação, quando se
efetua o sono dos
encarnados, são mantidas
obsessões inferiores,
perseguições
permanentes, explorações
psíquicas de baixa
classe, vampirismo
destruidor, tentações
diversas. Ainda são
poucos, relativamente,
os irmãos encarnados que
sabem dormir para o
bem... (Aniceto, cap.
38, pág. 203)
128. Tanto assalta o
homem a nuvem de
bactérias destruidoras
da vida física, quanto
as formas caprichosas
das sombras que ameaçam
o equilíbrio mental.
Como vêem, o "orai e
vigiai" do Evangelho tem
profunda importância em
qualquer situação e a
qualquer tempo.
(Aniceto, cap. 40, pág.
211)
129. Não podemos
considerar somente, no
capítulo das moléstias,
a situação fisiológica
propriamente dita, mas
também o quadro psíquico
da personalidade
encarnada. Ora, se temos
a nuvem de bactérias
produzidas pelo corpo
doente, temos a nuvem de
larvas mentais
produzidas pela mente
enferma, em identidade
de circunstâncias. Desse
modo, na esfera das
criaturas desprevenidas
de recursos espirituais,
tanto adoecem corpos,
como almas. (Aniceto,
cap. 40, pág. 211)
130. No futuro, por esse
mesmo motivo, a medicina
da alma absorverá a
medicina do corpo.
Poderemos, na atualidade
da Terra, fornecer
tratamento ao organismo
de carne. Semelhante
tarefa dignifica a
missão do consolo, da
instrução e do alívio.
Mas, no que concerne à
cura real, somos
forçados a reconhecer
que esta pertence
exclusivamente ao
homem-espírito.
(Aniceto, cap. 40, págs.
211 e 212)
131. Por isso, a
existência terrestre é
uma gloriosa
oportunidade para os que
se interessam pelo
conhecimento e elevação
de si mesmos. E, por
esta mesma razão,
ensinamos a necessidade
da fé religiosa entre as
criaturas humanas. (...)
As ciências e as
filosofias preparam o
campo; entretanto, a fé
que vence a morte, é a
semente vital.
Possuindo-lhe o valor
eterno, encontra o homem
bastante dinamismo
espiritual para combater
até à vitória plena em
si mesmo. (Aniceto, cap.
40, pág. 212)
132. Todos precisamos
saber emitir e saber
receber. Para alcançarem
a posição de equilíbrio,
nesse mister,
empenham-se os homens
encarnados e nós outros,
em luta incessante. E já
que conhecemos alguma
coisa da eternidade, é
preciso não esquecer que
toda queda prejudica a
realização, e todo
esforço nobre ajuda
sempre. (Aniceto, cap.
40, pág. 212)
133. Enquanto os homens,
herdeiros de Deus,
cultivarem o campo
inferior da vida, haverá
também criações
inferiores, em número
bastante para a batalha
sem tréguas em que devem
ganhar os valores
legítimos da evolução.
(Aniceto, cap. 40, pág.
213)
134. Os desencarnados,
embora não se fatiguem
como as criaturas
terrestres, não
prescindem da pausa de
repouso. Em geral,
nossas operações, à
noite, são ativas e
laboriosas. Apenas um
terço dos companheiros
espirituais, em serviço
na Crosta, conserva-se
em atividade diurna.
(Aniceto, cap. 41, pág.
214)
135. O dia terrestre
pertence, com mais
propriedade, ao serviço
do Espírito encarnado.
(...) O dia e a noite
constituem, para o
homem, uma folha do
livro da vida. A maior
parte das vezes, a
criatura escreve sozinha
a página diária, com a
tinta dos sentimentos
que lhe são próprios,
nas palavras,
pensamentos, intenções e
atos, e no verso, isto
é, na reflexão noturna,
ajudamo-la a retificar
as lições e acertar as
experiências, quando o
Senhor no-lo permite.
(Aniceto, cap. 41, págs.
214 e 215)
136. A Natureza nunca é
a mesma em toda parte.
Não há duas porções de
terra, com climas
absolutamente iguais.
(...) É forçoso
reconhecer, porém, que o
campo, em qualquer
condição, no círculo dos
encarnados, é o
reservatório mais
abundante e vigoroso de
princípios vitais.
(Aniceto, cap. 41, pág.
215)
137. O reino vegetal
possui cooperadores
numerosos. (...) muitos
irmãos se preparam para
o mérito de nova
encarnação no mundo,
prestando serviço aos
reinos inferiores. O
trabalho com o Senhor é
uma escola viva, em toda
parte. (Aniceto, cap.
41, pág. 216)
138. A cólera é punida
por suas conseqüências.
Ao mal segue-se o mal.
(...) ninguém pode
educar odiando, nem
edificar algo de útil
com a fúria e a
brutalidade. (Aniceto,
cap. 41, pág. 218)
139. Altamente
surpreendido, reparei na
grande serenidade do
nosso orientador e
comecei a compreender
que ninguém desrespeita
a Natureza sem o
doloroso choque de
retorno, a todo tempo.
(André Luiz, cap. 41,
pág. 218)
140. Há milênios a
Natureza espera a
compreensão dos homens.
Não se tem alimentado
tão-somente de
esperança, mas vive em
ardente expectação,
aguardando o
entendimento e o auxílio
dos Espíritos encarnados
na Terra... Entretanto,
as forças naturais
continuam sofrendo a
opressão de todas as
vaidades humanas. (...)
Muitos de vós aqui
permaneceis, como em
múltiplas regiões do
planeta, ajudando a
companheiros encarnados,
acorrentados às ilusões
da ganância de ordem
material. (Aniceto, cap.
42, pág. 220)
141. Se o homem
conseguisse fixar dez
gramas, aproximadamente,
dos mil litros de
nitrogênio que respira
diariamente, a Crosta
estaria transformada no
paraíso verdadeiramente
espiritual. (Aniceto,
cap. 42, pág. 222)
142. Ensinemos aos
nossos irmãos que a vida
não é um roubo
incessante, em que a
planta lesa o solo, o
animal extermina a
planta e o homem
assassina o animal, mas
um movimento de permuta
divina, de cooperação
generosa, que nunca
perturbaremos sem grave
dano à própria condição
de criaturas
responsáveis e
evolutivas. (Aniceto,
cap. 42, pág. 223)
(Continua no próximo
número.)