CRISTIAN MACEDO
cristianmacedo@potencial.net
Porto Alegre, Rio Grande
do Sul (Brasil)
O amor que move um
coração
“Ditoso
aquele que ama, pois não
conhece a miséria da
alma, nem a do corpo.
Tem ligeiros os pés e
vive como que
transportado, fora de si
mesmo.”
(O
Evangelho segundo o
Espiritismo, capítulo
XI, item 8.)
Existem coisas que só se
faz por amor. Quem está
amando sabe disso.
Por amor nos entregamos.
Por amor passamos noites
em claro. Por amor
renunciamos ao conforto.
Por amor tomamos
decisões, assumimos
riscos... nossas
posturas são coerentes
com nosso sentir, não
medimos esforços, nem
ficamos “em cima do
muro”.
Quando amamos dizemos
“sim quando for sim” e
“não quando for não”. O
coração repleto de amor
ouve críticas maldosas
sem guardar rancor,
percebe o olhar
desdenhoso sem
desesperar-se.
Quem ama cuida do objeto
amado, é fiel a ele. Com
alegria apresenta seu
amor aos amigos, para
que seja admirado e
também amado.
Quem ama não mede
esforços, está no mundo,
mas caminha por sobre as
nuvens, pois sua alma é
liberta e seu coração,
mergulhado na compaixão,
extravasa alegria por
onde passe.
Somente quem ama tolera
a ignorância, a maldade,
a inveja, o despeito, e
continua cultivando o
amor que traz em si.
Pois quem ama vê com
lucidez, com clareza,
enquanto os outros têm a
vista nublada.
Quem ama escreve cartas,
se entrega na confecção
de frases que expressem
a beleza que mora dentro
e que deseja sair. Quem
ama expressa o amor com
respeito, com zelo, não
menospreza, nem macula.
Quem ama vê o objeto
amado por inteiro e não
se perde em sofismas, ou
retóricas sem sentido.
Somente quem ama alteia
a voz por onde passa
enaltecendo o bem que
faz ter esperanças num
mundo novo, cheinho de
paz.
*
Allan Kardec demonstrou
seu amor. Allan Kardec
se entregou. Por amor
passava noites em claro
a trabalhar pela
Doutrina. Por amor
renunciava horas de
lazer, momentos de ócio.
Renunciou a si mesmo.
Renunciou até mesmo ao
seu próprio nome, em
prol da identidade
universal do
Espiritismo.
Por amor, o Codificador
tomava graves decisões,
sabendo dos riscos,
assumia posturas
coerentes com as novas
verdades, não titubeava,
nem se deixava levar a
atitudes comodistas.
Acolhia a proposta do
“sim” e do “não” em
qualquer situação. Por
amor à Doutrina, Allan
Kardec ouvia críticas
ferinas, sem ser afetado
pela mágoa, sofrendo a
incompreensão até dos
mais caros companheiros
de ideal.
Kardec manteve-se fiel
aos postulados que tanto
amava. Com alegria
viajava pela Europa
apresentando a Veneranda
Doutrina por onde
passasse, para que todos
a pudessem também amar.
Kardec estava no mundo,
mas o via com outros
olhos, pois o futuro
desvelado lhe repletou a
vida de esperança e paz.
Como discípulo de Jesus,
tolerava a ignorância, a
maldade, a inveja e o
despeito de muitos que
se sentiam contrariados
pelas luzes de que o
Codificador se fazia
portador.
Kardec via o mundo com
clareza, lançando mão de
seu amor e bom senso
para observar a
realidade. Escrevia e
respondia cartas cujo
conteúdo doutrinário de
beleza ímpar esclarecia
e consolava a muitos.
Demonstrava em suas
epístolas o amor que
guardava em si,
compartilhando-o com as
mentes inquietas e
sofridas daquela época.
Kardec, com seu amor
pela Verdade, zelava por
ela, respeitando-a em
cada linha, em cada
letra, em cada detalhe
de seu espírito...
Cuidava de sua pureza,
anotando sem obstruir as
informações dos Nobres
Mentores da Vida.
Allan Kardec é exemplo
fiel do que pode fazer
alguém que ama, e que
acredita no amor que
renovará a Humanidade. É
tempo de segui-lo, a fim
de melhor entendermos
Jesus!