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Estudo
Sistematizado da Doutrina Espírita
Programa
II: Princípios Básicos
da Doutrina Espírita |
Ano 1 - N° 23 -
21 de Setembro
de 2007 |
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THIAGO
BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba,
Paraná (Brasil)
O arrependimento e o
perdão
Apresentamos nesta
edição o tema no
23 do Estudo
Sistematizado da
Doutrina Espírita,
que está sendo aqui
apresentado
semanalmente, de acordo
com programa elaborado
pela Federação Espírita
Brasileira, estruturado
em seis módulos e 147
temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente
antes da leitura do
texto que a elas se
segue. Se destinado
somente a uso por parte
do leitor, pedimos que o
interessado tente
inicialmente responder
às questões e só depois
leia o texto referido.
As respostas
correspondentes às
questões apresentadas
encontram-se no final da
lição.
Questões para debate
1. Por que perdoar faz
bem?
2. Qual é a maneira
correta de perdoar aos
que nos prejudicam?
3. Deus perdoa?
4. Como definir o
arrependimento?
Arrependimento e remorso
são sinônimos?
5. Existe diferença
entre expiação e
reparação?
Texto para leitura
O perdão
1. Muito freqüentemente
interpretamos o perdão
como sendo simples ato
de virtude e
generosidade, em auxílio
do ofensor, que passaria
a contar com absoluta
magnanimidade da vítima.
2. Preciso é perceber,
porém, que, quando
conseguimos desculpar o
erro ou a provocação de
alguém contra nós,
exoneramos o mal de
qualquer compromisso
para conosco, ao mesmo
tempo que nos
desvencilhamos de todos
os laços suscetíveis de
apresar-nos a ele.
3. Mágoa retida é doença
para o Espírito, a quem
corrói as forças físicas
e envenena a alma. É
necessário, para a
própria paz, ante
quaisquer ofensas,
perdoar sempre. Eis por
que Jesus disse a Pedro
que não se deveria
perdoar apenas sete
vezes, mas setenta vezes
sete vezes.
4. Há, porém, duas
maneiras bem diferentes
de perdoar.
5. Uma, grande, nobre,
verdadeiramente
generosa, sem pensamento
oculto, que evita, com
delicadeza, ferir o
amor-próprio e a
suscetibilidade do
adversário, ainda quando
este último nenhuma
justificativa possa ter.
A outra é aquela em que
o ofendido, ou aquele
que tal se julga, impõe
ao outro condições
humilhantes e lhe faz
sentir o peso de um
perdão que irrita, em
vez de acalmar. Se
estende a mão ao
ofensor, não o faz com
benevolência, mas com
ostentação, a fim de
poder dizer a toda
gente: - Vejam como
sou generoso!
6. Nessas
circunstâncias, é
impossível uma
reconciliação sincera de
parte a parte. Não, não
há nesse modo de perdoar
qualquer generosidade;
há tão-somente uma forma
de satisfazer ao
orgulho.
7. No convívio familiar
somos, constantemente,
chamados a perdoar,
porque estamos, muitas
vezes, diante de antigos
desafetos de outras
encarnações, que se
apresentam hoje sob a
forma de cônjuge, filhos
ou familiares próximos.
Precisamos, por isso,
muito mais de perdão
dentro de casa, que na
arena social, e muito
mais de apoio recíproco
no ambiente em que somos
chamados a servir, que
nas avenidas rumorosas
do mundo.
8. Em auxílio a nós
mesmos, temos
necessidade de cultivar
compreensão e apoio
construtivo, no amparo
sistemático a familiares
e vizinhos, chefes e
subalternos, clientes e
associados, respeito
constante à vida
particular dos amigos
íntimos, tolerância para
com os entes amados, com
paciência e esquecimento
diante de quaisquer
ofensas que nos assaltem
o coração.
Deus perdoa?
9. Agindo assim, teremos
condições de entender o
perdão que Deus confere
às suas criaturas,
cientes de que o Criador
perdoa concedendo ao
devedor prazo ilimitado
e facultando-lhe meios e
possibilidades de
resgatar o débito. Ora,
que mais pode querer um
devedor honesto e probo?
10. O perdão não é,
portanto, uma graça
concedida por Deus. Há
necessidade do
arrependimento com a
conseqüente rogativa de
perdão. O arrependimento
é a confissão íntima da
violação das leis
morais, revelando-se não
só pela insatisfação com
o ato praticado, mas
pelo empenho de
repará-lo e não mais
incidir no mesmo
cometimento.
11. O arrependimento
pode dar-se por toda a
parte e em qualquer
tempo, mas, embora seja
o primeiro passo para a
regeneração, por si só
não basta. É preciso
acrescentar a ele a
expiação e a
reparação.
12. O Espiritismo ensina
que o efeito do
arrependimento é o de
desejar o arrependido
uma nova encarnação para
se purificar e na qual
possa expiar suas
faltas. A concessão
renovadora para o
infrator, traduzindo o
perdão divino, se
efetiva com a aceitação
da programação cármica
pelo perdoado.
13. A expiação se cumpre
durante a existência
corporal, mediante as
provas que o Espírito
enfrenta, e, na vida
espiritual, pelos
sofrimentos morais por
que passa, inerentes ao
seu estado de
inferioridade.
A reparação
14. Após a expiação dos
erros passados, vem,
finalmente, a reparação,
que consiste em fazer o
bem àqueles a quem se
fez o mal.
15. Quem não repara seus
erros numa existência,
por fraqueza ou
má-vontade, achar-se-á
numa existência ulterior
em contacto com as
mesmas pessoas a quem
houver prejudicado, e em
condições
voluntariamente
escolhidas, de modo a
demonstrar-lhes
reconhecimento e
fazer-lhes tanto bem
quanto mal lhes tenha
feito.
16. Praticando o bem em
compensação ao mal
praticado, isto é,
tornando-se humilde se
foi orgulhoso, amável se
foi austero, caridoso se
foi egoísta, benigno se
foi perverso, laborioso
se foi ocioso, útil se
foi inútil, frugal se
foi intemperante –
trocando, em suma, por
bons os maus exemplos
perpetrados, o Espírito
arrependido colhe desse
esforço o seu próprio
melhoramento e caminha a
passos largos para a
perfeição, meta final de
todos nós, criaturas de
Deus.
Respostas às questões
propostas
1. Por que perdoar faz
bem?
R.: Perdoar faz bem
porque, quando
conseguimos desculpar o
erro ou a provocação de
alguém contra nós,
exoneramos o mal de
qualquer compromisso
para conosco, ao mesmo
tempo que nos
desvencilhamos de todos
os laços suscetíveis de
apresar-nos a ele. Mágoa
retida é doença para o
Espírito, a quem corrói
as forças físicas e
envenena a alma. Por
isso é necessário, para
a própria paz, ante
quaisquer ofensas,
perdoar sempre. Não foi,
pois, sem razão que
Jesus disse a Pedro que
não se deveria perdoar
apenas sete vezes, mas
setenta vezes sete
vezes.
2. Qual é a maneira
correta de perdoar aos
que nos prejudicam? R.:
Há duas maneiras bem
diferentes de perdoar. A
maneira nobre, grande,
verdadeiramente generosa
é a que se efetiva sem
pensamento oculto e
evita, com delicadeza,
ferir o amor-próprio e a
suscetibilidade do
adversário, ainda quando
este último nenhuma
justificativa possa ter.
3. Deus perdoa?
R.: É evidente que Deus
perdoa. A própria oração
dominical, ensinada por
Jesus, fala-nos do
perdão de Deus. Ocorre
que o perdão concedido
pelo Pai não é
exatamente o que o homem
tradicionalmente tem
imaginado. Deus perdoa
ao devedor
concedendo-lhe prazo
ilimitado, meios e
possibilidades de
resgatar seu débito. Não
é, portanto, uma graça
concedida pelo Criador.
4. Como definir o
arrependimento?
Arrependimento e remorso
são sinônimos?
R.: O arrependimento é a
confissão íntima da
violação das leis
morais, revelando-se não
só pela insatisfação com
o ato praticado, mas
pelo empenho de
repará-lo e não mais
incidir no mesmo
cometimento. O remorso
pode levar o indivíduo
ao arrependimento, mas
não significa a mesma
coisa. O efeito do
arrependimento é o de
desejar o arrependido
uma nova encarnação para
se purificar e na qual
possa expiar suas
faltas.
5. Existe diferença
entre expiação e
reparação?
R.: Sim. A expiação se
cumpre durante a
existência corporal,
mediante as provas que o
Espírito enfrenta, e, na
vida espiritual, pelos
sofrimentos morais por
que passa, inerentes ao
seu estado de
inferioridade. A
reparação consiste em
fazer o bem àqueles a
quem se fez o mal. Quem
não repara seus erros
numa existência, por
fraqueza ou má-vontade,
achar-se-á numa
existência ulterior em
contato com as mesmas
pessoas a quem houver
prejudicado, e em
condições
voluntariamente
escolhidas, de modo a
demonstrar-lhes
reconhecimento e
fazer-lhes tanto bem
quanto mal lhes tenha
feito.
Bibliografia
:
O
Evangelho segundo o
Espiritismo,
de Allan
Kardec, cap. 10, item 4.
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, itens
991 e 998.
O Céu e o
Inferno,
de Allan
Kardec, cap. 7, itens
16 e 17.
As leis
morais da vida,
de Joanna
de Ângelis, psicografia
de Divaldo P. Franco,
item 11, pág. 38.
Na seara
do Mestre,
de
Vinícius, págs. 172 a
174.
Alma e
coração,
de
Emmanuel, psicografia de
Chico Xavier, págs. 41 e
57.
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