GERSON SIMÕES
MONTEIRO
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
A pena de
morte é um
ato
de vingança
As leis
brasileiras, de
inspiração
cristã,
felizmente não
prevêem a
punição de
qualquer
criminoso pela
pena de morte. A
meu ver, a pena
que não visa à
reabilitação do
culpado atenta
contra os
princípios mais
elementares da
moral ensinada
pelo Cristo, que
é fundada na Lei
da
Solidariedade. A
abolição da pena
capital é
conquista da
maioria dos
Estados
democráticos
modernos, pois o
problema da
violência não
foi resolvido
naquelas nações
que optaram pela
aplicação dessa
pena para
extinguir a
criminalidade.
Além do mais, a
pena de morte
não se apóia em
nenhum direito e
nunca deteve
celerados na
prática do mal.
Matar, sem dar
chance ao
culpado de
reabilitar-se, é
um ato de pura
vingança,
bárbaro e cruel.
No atual estágio
do nosso Código
Penal, a pena
tem por
finalidade
promover a
inclusão do
delinqüente na
vida social,
razão pela qual
a segregação em
regime prisional
visa exatamente
à sua reeducação
e à sua
reabilitação
perante a
sociedade.
É bom dizer,
aqui, que o
Espiritismo,
igualmente, não
aceita a pena de
morte, nem mesmo
para punir o
maior criminoso
da face da
terra. Para os
Espíritas, só a
educação poderá
reformar os
homens e evitar
que indivíduos
se tornem
criminosos. Em
razão disso,
entendem que é
preciso abrir, e
não fechar, a
porta do
arrependimento
ao criminoso.
Do mesmo modo
que oferecemos
tratamento ao
doente em um
hospital para a
sua recuperação
orgânica,
devemos dar
também aos
encarcerados nas
penitenciárias,
na condição de
doentes da alma,
a devida
orientação
moral,
espiritual,
educacional e
profissional,
abrindo o
caminho para
eles se
recuperarem em
todos os
sentidos,
segundo uma
medida de
prevenção de
novos erros.
Os Espíritas
rejeitam a pena
capital por se
guiarem pelas
Revelações da
Lei de Deus. A
primeira delas,
apresentada nos
Dez Mandamentos,
determina: “Não
matarás”. A
segunda
Revelação,
trazida por
Jesus, enfatiza
no Evangelho:
“Amai-vos uns
aos outros como
Eu vos amei”. E
o Mestre deu
prova desse
amor, quando,
perante a
pecadora, diante
da multidão,
disse: “Aquele
que estiver sem
pecado, atire a
primeira
pedra!”. E o
Espiritismo,
como terceira
Revelação,
também não
admite a pena de
morte, porque
“somente Deus
tem o direito de
tirar a vida de
um ser humano, e
mais ninguém”.
GERSON SIMÕES
MONTEIRO é
presidente da
Fundação
Cristã-Espírita
Paulo de Tarso,
do Rio de
Janeiro, RJ, e
diretor da Rádio
Rio de Janeiro.