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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 25 - 5 de Outubro de 2007

WILSON CZERSKI
wilsonczerski@brturbo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

A pílula do aborto

 

A Doutrina Espírita, como se sabe, é contrária à prática do aborto. Entendemos até que, além de outros fatores em jogo como interesses comerciais da indústria farmacêutica e supostas preocupações sociais do governo, talvez nem tudo seja exatamente escuso na intenção da medida. É possível que se esteja pensando realmente no bem-estar da mulher que não deseja ter o filho e que dispondo deste meio para interromper a gravidez, não o faça utilizando outros mais agressivos ao seu corpo.


Estima-se que são praticados 1,6 milhão de abortos anuais nos Estados Unidos, 1,5 milhão no Brasil (segundo a revista Veja de 16/05/07) e de 50 a 60 milhões no mundo (dados de dez/99). Nos Estados Unidos, o aborto é legal em muitos Estados; aqui é proibido, exceto nos casos de risco de vida à mãe e estupro. Mas tramita há algum tempo no Congresso Nacional projeto que pretende ampliar o direito ao aborto.


Não vamos nos alongar aqui com todos os argumentos que o Espiritismo oferece contra a prática do aborto. Basta o seguinte: a mulher é dona do seu corpo (na verdade, Deus lhe dá, como aos homens, um instrumento de trabalho e progresso aqui na Terra por empréstimo; ao partir o Espírito, a matéria, que não nos pertence, é devolvida à Natureza), mas não da vida alheia que traz no ventre.


Não importa se foi “descuido”, irresponsabilidade, ingenuidade ou mesmo estupro, pois nada acontece por acaso diante das leis divinas. Por mais dura que seja a experiência, algum forte vínculo de vidas passadas deve haver entre os protagonistas do drama: mãe, bebê e criminoso. Somos incapazes de alcançar com nosso conhecimento do presente toda a problemática que envolve tais Espíritos nas teias da lei de Causa e Efeito.


Se neste caso, em especial, a mulher vilipendiada julgar por bem não ter o filho junto a si – há casos emocionantes em que, na velhice dela, aquele fruto da violência tornou-se o único a permanecer ao seu lado nas dificuldades e doença, quando até os filhos legítimos já a tinham abandonado – então, que permita a gravidez transcorrer normalmente e, ao nascer, doe o filho, uma vez que há tantos casais desejando ardentemente possuir aquele que por outros está sendo desprezado. Mas que não mate. Não importa se está com semanas, dias ou horas de vida. Os Espíritos afirmam-nos taxativamente que a partir do momento da concepção o Espírito reencarnante já está ligado ao ovo, pelos liames do perispírito.


Além da flexibilização prevista no acima referido projeto permissivo do aborto no Brasil, cite-se a existência, por aqui, da pílula do dia seguinte que recairia no caso da concepção recém-ocorrida.


Enganam-se os que imaginam que a legalização do aborto evita a prática clandestina. Se ele ficar restrito às clínicas particulares, grande parte das interessadas, por falta de recursos, ficará sem acesso. Se for adotado também pelo sistema público de saúde, pergunta-se se seriam justificáveis gastos para tirar a vida quando o dever de todos os que atuam na área é o de salvar. Num país como o Brasil onde se vêem filas quilométricas para se obter uma consulta e freqüentemente morrem pessoas nas portas dos hospitais por falta de vagas, desviar os recursos escassos para atender caprichos ou estreitos entendimentos de vida seria cometer um crime duplo.


Para finalizar esta parte, informamos a quem não saiba que a Associação Médico-Espírita do Paraná – AME-PR - já está há mais de um ano com a campanha “VIDA, DIGA SIM À GRAVIDEZ”. A campanha já extrapolou as divisas do Estado, não só diretamente através de palestras e distribuição de material, mas também por meio do filme O Grito Silencioso, realizado por um ex-abortista americano. Além disso, vários órgãos participam da campanha que visa prestar esclarecimentos sobre as terríveis conseqüências do aborto tanto para as mães, como para os bebês, Espíritos imortais que somos todos. A AME-PR faz atendimento de mães que intencionam abortar, sem imposição religiosa e presta ajuda às carentes com acompanhamento médico, ambulatorial e psicológico para as que aceitarem levar a gravidez a termo. Maiores informações com o presidente da AME-PR., Dr. Laércio Furlan, pelo fone (41) 262-2136.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita