MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Missionários da Luz
André Luiz
(2a
Parte)
Continuamos nesta edição
o estudo da obra
Missionários da Luz,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual
integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Por que os socorros
magnéticos dispensados
aos desencarnados são
mais frutíferos?
R.: Os esforços são mais
frutíferos no círculo
dos desencarnados
infelizes porque os
encarnados, mesmo os que
se interessam pela
prática espírita,
raramente se dispõem,
com sinceridade real, ao
aproveitamento dos
valores da cooperação
dos Espíritos. É muito
lenta a transição entre
a animalidade grosseira
e a espiritualidade
superior. Entre os
homens há sempre um
oceano de palavras e
algumas gotas de ação.
Ninguém, contudo, pode
trair a lei impunemente,
e, para subir, Espírito
algum dispensará o
esforço de si mesmo no
aprimoramento íntimo.
(Missionários da Luz,
cap. 3, págs. 26 a 28.)
B. A prática sexual pode
interferir no
desenvolvimento da
função mediúnica?
R.: No caso do sexo
atormentado, sim. A sede
febril de prazeres
inferiores produz
bacilos psíquicos da
tortura sexual. Na falta
de terminologia própria,
os Espíritos chamam-nos
de larvas, larvas
cultivadas não só pela
incontinência no domínio
das emoções próprias,
através de experiências
sexuais variadas, como
também pelo contato com
entidades grosseiras,
afinadas com o indivíduo
atormentado, as quais o
visitam com freqüência,
como imperceptíveis
vampiros. O corpo
físico é leve sombra do
corpo perispiritual e a
prudência, em matéria de
sexo, é equilíbrio da
vida. Muitos imaginam,
erroneamente, que o sexo
nada tem que ver com
espiritualidade, como se
esta não fosse a
existência em si. Esse
tem sido o erro de todos
os religiosos que supõem
a alma absolutamente
separada do corpo,
quando todas as
manifestações
psicofísicas se derivam
da influenciação
espiritual.
(Obra citada, cap. 3,
págs. 28 e 29.)
C. A ingestão de álcool
é compatível com a
atividade mediúnica?
R.: É evidente que não.
Além de todos os males
conhecidos decorrentes
do alcoolismo, a
ingestão de álcool torna
o indivíduo
completamente desviado
em seus centros de
equilíbrio vital. O
sistema endocrínico é
atingido pela atuação
tóxica. Inutilmente a
medula trabalha para
melhorar os valores da
circulação e em vão
esforçam-se os centros
genitais para ordenar as
funções que lhes estão
afetas, porque o álcool
excessivo determina
modificações deprimentes
na própria cromatina,
substância existente no
núcleo das células. A
atividade mediúnica
acarreta desgaste e, por
isso, requer equilíbrio
do corpo e da mente.
(Obra citada, cap. 3,
págs. 29 a 31.)
D. A mediunidade é
faculdade exclusiva dos
chamados médiuns?
R.: Não. O Espiritismo
cristão é a
revivescência do
Evangelho de Jesus, e a
mediunidade constitui um
de seus fundamentos
vivos. Ela não é, porém,
exclusiva dos chamados
"médiuns". Todas as
pessoas a possuem,
porquanto significa
recepção espiritual, que
deve ser incentivada em
nós mesmos. Não basta,
porém, perceber; é
imprescindível
santificar essa
faculdade, convertendo-a
no ministério ativo do
bem. A maioria dos
candidatos ao
desenvolvimento
mediúnico não se dispõe,
contudo, aos serviços
preliminares de limpeza
do vaso respectivo.
Dividem a matéria e o
espírito, localizando-os
em campos opostos,
quando os próprios
Espíritos ainda não
conseguiram identificar
rigorosamente as
fronteiras entre uma e
outro.
(Obra citada, cap. 3,
págs. 32 a 34.)
Texto para leitura
9. Importância da
renúncia -
Segregando
"unidades-força", a
epífise é comparável a
poderosa usina, que deve
ser aproveitada e
controlada no serviço de
iluminação, refinamento
e benefício da
personalidade, e não
relaxada em gasto
excessivo do suprimento
psíquico, nas emoções de
baixa classe.
Refocilar-se no charco
das sensações inferiores
é retê-la nas correntes
tóxicas dos desvarios de
natureza animal e, com o
dispêndio excessivo de
energias sutis,
dificilmente consegue o
homem levantar-se do
mergulho terrível nas
sombras, mergulho que se
prolonga além da morte
corporal. É, pois,
indispensável cuidar
atentamente da economia
de forças, no serviço
honesto de
desenvolvimento das
faculdades superiores.
Os materialistas,
percebendo de longe tais
realidades, fomentaram a
prática do esporte no
sentido de preservar a
juventude, a plástica e
a eugenia. Contra os
perigos possíveis, na
excessiva acumulação de
forças nervosas, como
são chamadas as
secreções elétricas da
epífise, aconselham os
jovens a usar o remo, a
bola, o salto, as
corridas,
preservando-se, desse
modo, os valores
orgânicos, legítimos e
normais, para as funções
da hereditariedade. A
medida, embora satisfaça
em parte, é, porém,
incompleta e defeituosa,
porque só visa ao corpo.
É preciso preservar as
energias psíquicas para
engrandecimento do
Espírito eterno. Jesus
ensinou a virtude como
esporte da alma. Daí a
importância da renúncia
e a grandeza da lei de
elevação pelo
sacrifício. O homem que
pratica verdadeiramente
o bem, vive no seio de
vibrações construtivas e
santificantes da
gratidão, da felicidade
e da alegria. Não é isso
simples teoria. É
princípio científico,
sem cuja aplicação não
se liberta a alma
viciada nas zonas mais
baixas da Natureza.
(Cap. 2, págs. 23 a 25)
10.
Desenvolvimento
mediúnico -
Antes da chegada dos
companheiros encarnados,
já se fazia muito grande
a movimentação na Casa
espírita, onde socorros
magnéticos eram
dispensados a entidades
sofredoras, ali reunidas
em grande número. Os
esforços eram mais
frutíferos, porém, no
círculo dos
desencarnados infelizes,
porquanto os encarnados,
mesmo os que se
interessam pela prática
espírita, raramente se
dispõem, com sinceridade
real, ao aproveitamento
dos valores da
cooperação dos
Espíritos. É muito lenta
a transição entre a
animalidade grosseira e
a espiritualidade
superior. Entre os
homens há sempre um
oceano de palavras e
algumas gotas de ação.
As conversas entre os
trabalhadores encarnados
comprovavam essa tese.
Um rapaz que tentava a
psicografia já estava
desanimado com a falta
de mensagens. Uma
senhora dizia sentir
vibrações espirituais
intensas junto dela, mas
não passava das
manifestações iniciais.
Quando o diretor da
reunião fez a prece,
dezoito pessoas
encarnadas estavam no
recinto. Alexandre
explicou, então, que
quase todos eles
confundiam poderes
psíquicos com funções
fisiológicas.
Acreditando no mecanismo
absoluto da realização,
aguardavam o progresso
eventual e problemático,
esquecidos de que toda
edificação da alma
requer disciplina,
educação, esforço e
perseverança.
Mediunidade construtiva
é a língua de fogo do
Espírito Santo, luz
divina para a qual é
preciso conservar o
pavio do amor cristão, o
azeite da boa vontade
pura. Sem a preparação
necessária, a excursão
mediúnica é, quase
sempre, uma viagem nos
círculos de sombra.
Ninguém pode trair a lei
impunemente, e, para
subir, Espírito algum
dispensará o esforço de
si mesmo no
aprimoramento íntimo.
(Cap. 3, págs. 26 a 28)
11. Tormentos do
sexo - André
Luiz foi convidado a
examinar o rapaz que
tentava, sem êxito, a
psicografia. Os núcleos
glandulares emitiam
pálidas irradiações. A
epífise semelhava-se a
reduzida semente algo
luminosa. No aparelho
genital, as glândulas
geradoras emitiam
fraquíssima
luminosidade, que
parecia abafada por
aluviões de corpúsculos
negros, de extrema
mobilidade. Desde a
bexiga urinária,
vibravam ao longo do
cordão espermático,
formando colônias
compactas nas vesículas
seminais, na próstata,
nas massas mucosas da
uretra, invadiam os
canais seminíferos e
lutavam com as células
sexuais, aniquilando-as.
As mais vigorosas
daquelas feras
microscópicas
situavam-se no
epidídimo, onde
absorviam, famélicas, os
embriões delicados da
vida orgânica. Pareciam
imantados uns aos
outros, na mesma faina
de destruição. Eram
bacilos psíquicos da
tortura sexual,
produzidos pela sede
febril de prazeres
inferiores. Os
Espíritos, na falta de
terminologia própria,
chamam-nos de larvas,
larvas essas cultivadas
pelo rapaz, não apenas
pela incontinência no
domínio das emoções
próprias, através de
experiências sexuais
variadas, como também
pelo contato com
entidades grosseiras,
afinadas com suas
predileções e que o
visitavam com
freqüência, como
imperceptíveis
vampiros. O rapaz,
apesar de espírita
iniciante, não sabia que
o corpo físico é leve
sombra do corpo
perispiritual e que a
prudência, em matéria de
sexo, é equilíbrio da
vida. Julgava que o sexo
nada tem que ver com
espiritualidade, como se
esta não fosse a
existência em si. Seu
erro é o de todos os
religiosos que supõem a
alma absolutamente
separada do corpo,
quando todas as
manifestações
psicofísicas se derivam
da influenciação
espiritual. (Cap. 3,
págs. 28 e 29)
12. Uso de
alcoólicos -
André examinou, em
seguida, um cavalheiro
já maduro que também
tentava a psicografia.
Havia nele um odor
característico. A
atmosfera em derredor do
rosto não era agradável.
Seu corpo parecia um
tonel de cujo interior
escapavam certos vapores
muito leves, mas
incessantes. Era visível
sua dificuldade para
sustentar o pensamento
com relativa calma. O
candidato a médium usava
alcoólicos em quantidade
regular. O aparelho
gastrintestinal parecia
ensopado em aguardente,
porquanto essa
substância invadia todos
os escaninhos do
estômago. O fígado
estava enorme.
Pequeninas figuras
horripilantes
postavam-se, vorazes, ao
longo da veia porta,
lutando desesperadamente
com os elementos
sangüíneos mais novos. A
estrutura do órgão se
mantinha alterada, com
considerável aumento de
volume. Alexandre
explicou então que os
alcoólicos aniquilavam
aquele homem
vagarosamente. Ele
permanecia completamente
desviado em seus centros
de equilíbrio vital.
Todo o sistema
endocrínico fora
atingido pela atuação
tóxica. Inutilmente a
medula trabalhava para
melhorar os valores da
circulação e em vão
esforçavam-se os centros
genitais para ordenar as
funções que lhes estão
afetas, porque o álcool
excessivo determina
modificações deprimentes
na própria cromatina,
substância existente no
núcleo das células. Rins
e pâncreas também
sofriam a ação corrosiva
do álcool. Larvas
destruidoras
exterminavam as células
hepáticas e, não fossem
as glândulas
sudoríparas, talvez o
homem já houvesse
desencarnado. (Cap. 3,
págs. 29 a 31)
13. A
febre da gula
- O exame recaía agora
numa senhora simpática e
idosa, candidata à
mediunidade de
incorporação.
Fraquíssima luz emanava
de sua organização
mental e, desde o
primeiro momento,
notavam-se suas
deformações físicas. O
estômago estava dilatado
horrivelmente e os
intestinos pareciam
sofrer estranhas
alterações, a exemplo do
fígado,
consideravelmente
aumentado e submetido a
indefinível agitação.
Anomalias de vulto
alcançavam também desde
o duodeno até à
sigmóide. Aquilo não
parecia ser um aparelho
digestivo usual, mas,
sim, um vasto alambique,
cheio de pastas de carne
e caldos gordurosos,
cheirando a vinagre de
condimentação ativa. Em
grande zona do ventre
superlotado de
alimentos, viam-se
muitos parasitos
conhecidos, mas, além
deles, havia outros
corpúsculos semelhantes
a lesmas voracíssimas
que se agrupavam em
grandes colônias, desde
os músculos e as fibras
do estômago até a
válvula ileocecal. Os
parasitos atacavam os
sucos nutritivos, com
assombroso potencial de
destruição. Aquela
mulher se excedia na
alimentação. Descuidada
de si mesma, caiu na
glutonaria crassa,
tornando-se presa de
seres de baixa condição.
(Cap. 3, págs. 31 e 32)
14. A
questão da mediunidade
- Diante desses quadros,
pode-se avaliar a
extensão das
necessidades educativas
na esfera terrestre. A
mente encarnada
engalanou-se com os
valores intelectuais e
fez o culto da razão
pura, esquecendo que a
razão humana precisa da
luz divina. O homem
comum percebe muito
pouco e sente muito
menos. O Espiritismo
cristão é a
revivescência do
Evangelho de Jesus, e a
mediunidade constitui um
de seus fundamentos
vivos. Ela não é, porém,
exclusiva dos chamados
"médiuns". Todas as
pessoas a possuem,
porquanto significa
recepção espiritual, que
deve ser incentivada em
nós mesmos. Não basta,
porém, perceber; é
imprescindível
santificar essa
faculdade, convertendo-a
no ministério ativo do
bem. A maioria dos
candidatos ao
desenvolvimento
mediúnico não se dispõe,
contudo, aos serviços
preliminares de limpeza
do vaso respectivo.
Dividem a matéria e o
espírito, localizando-os
em campos opostos,
quando os próprios
Espíritos, estudantes da
Verdade, ainda não
conseguiram – segundo
Alexandre – identificar
rigorosamente as
fronteiras entre uma e
outro. Os Espíritos
elevados não querem
transformar o mundo em
cemitério de tristeza.
Atender a santificada
missão do sexo, no seu
plano respeitável, usar
um aperitivo comum,
fazer a boa refeição, de
modo algum isso
significa desvios
espirituais; no entanto,
os excessos representam
desperdícios lamentáveis
de força, que retêm a
alma nos círculos
inferiores. Não se pode
cogitar de mediunidade
construtiva, sem o
equilíbrio construtivo
dos aprendizes na
sublime ciência do
bem-viver. Os candidatos
a médiuns devem
compreender que
mediunidade elevada ou
percepção edificante não
constituem atividades
mecânicas da
personalidade e sim
conquistas do Espírito,
para cuja consecução não
se pode prescindir das
iniciações dolorosas,
dos trabalhos
necessários, com a
auto-educação
sistemática e
perseverante. (Cap. 3,
págs. 32 a 34)
(Continua no próximo
número.)
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