WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo
Ano 1 - N° 27 - 19 de Outubro de 2007

 

A força do exemplo

Dora, ou Dorinha, como a chamavam, era menina viva e inteligente, porém tinha um problema: a preguiça.

Detestava qualquer tipo de tarefa, por mais simples que fosse. Para levantar cedo e ir à escola era aquela dificuldade! Alegava-se sempre cansada. Nunca fazia os deveres de casa, passados pela professora, e não estudava para as provas. Por isso, suas notas eram péssimas.

Em casa não colaborava em nada. Se a mãe, com muito carinho, lhe pedisse para arrumar a mesa, à hora da refeição, ela alegava dor de cabeça; ou para varrer a casa, pois estava atarefada, a menina respondia que precisava estudar e fechava-se no quarto. Quando a mamãe necessitava que ela olhasse o nenê, Dorinha reclamava, irritada:

— Tudo eu? Tudo eu?!...
 

Enfim, Dorinha não sentia prazer em ser útil. Na verdade, só estava contente brincando, passeando, assistindo televisão ou dormindo.

Sua mãe preocupava-se com ela, tentando aconselhá-la, mas sem resultado. Nas preces, a pobre mãe pedia a Deus que a ajudasse, pois temia pelo futuro da filha.

Certo dia, Dora notou que uma pequena casa vizinha da sua, e que permanecera fechada por muitos meses, estava aberta. Uma família mudara-se durante a noite e a menina ficou curiosa para conhecer os novos vizinhos.

Ao voltar da escola, Dorinha viu um garoto sentado num banco, no jardim à frente da casa.

Sorridente, aproximou-se para travar conhecimento com o garoto, satisfeita por ter mais alguém para brincar.

— Olá! — disse, cumprimentando-o. — Como se chama?

— Olavo. E você?

— Dora. Mas todos me chamam de Dorinha.

O menino era muito simpático e atencioso. Dorinha gostou dele. Em pouco tempo, estavam conversando como velhos amigos.

Dorinha logo começou a se queixar da vida. Reclamou da escola, da mãe, dos afazeres domésticos, enfim, de tudo. E, tomando ares de vítima, dizia:

— Já pensou, Olavo? Não basta ser obrigada a levantar cedo para freqüentar uma escola chata, com aulas mais chatas ainda, e, quando chego em casa, exausta, ainda sou obrigada a ajudar minha mãe nas tarefas caseiras! Quem é que agüenta? Estou cansada dessa vida!

Olavo, que a fitava com olhos arregalados e brilhantes, deu um suspiro e exclamou:

— Como invejo você, Dorinha!

— Por quê? Minha vida é horrível e monótona! Eu odeio essa vida! — retrucou a menina, revoltada.

E Olavo falou-lhe com doçura, afirmando:

— Pois acho a sua vida ma-ra-vi-lho-sa!!!...

— É mesmo? — indagou a garota, incrédula.

— É verdade, minha amiga. Eu nunca saio de casa, nem para ir à escola...

— Você não estuda?

— Não, Dorinha. Sou doente e muito fraco. Não posso andar como você. Antes, eu tinha um amigo grande e forte que me levava à escola nos braços, mas depois ele se mudou e não tive mais ninguém que o substituísse. Minha mãe não consegue me carregar. Seria bom se eu tivesse uma cadeira de rodas para me locomover, mas somos pobres e ainda não pudemos comprar uma.

Dorinha, de boca aberta, gaguejou:

— Então, você também não pode brincar na rua? De esconde-esconde, de pular corda, correr e saltar?

— Não. Mas não me queixo...

— O que faz o dia inteiro? Deve ser bem triste sua vida.

— Até que não. Auxilio mamãe naquilo que posso: escolho o arroz, o feijão, limpo verduras, descasco batatas, enxugo a louça. Além disso, minha mãe confecciona pequenos objetos de artesanato para vender e aumentar nossa renda familiar e, quando tem serviço, eu a ajudo nessa tarefa. Também tenho amigos que me fazem companhia e me trazem revistas e livros. Passo horas entretido a ler. Enfim, acho que a minha existência é até muito boa! Conheço pessoas que possuem menos do que eu e cuja vida é bem mais difícil.

Dorinha olhava-o com admiração e respeito. Sentia-se envergonhada das suas reclamações.

Olavo sorriu e completou:

— Sinto falta apenas de poder freqüentar a escola. Gostaria muito de continuar estudando e aprendendo coisas novas. Mas, algum dia, se Deus quiser, eu tenho certeza de que conseguirei. Por isso, Dorinha, agradeça a Jesus tudo o que você tem: um corpo perfeito para poder andar e brincar, inteligência para estudar e aprender, e o amor de uma família.

Dorinha despediu-se do amigo com o pensamento renovado. Ao entrar em casa foi direto para a cozinha e falou, atenciosa:

— Mamãe, eu arrumo a mesa. Depois do almoço, pode deixar que lavo toda a louça e varro o chão. E eu tomo conta do nenê também... 

A mãe, desacostumada daquela boa-vontade toda, perguntou surpresa:

— O que aconteceu, minha filha? Você está doente? Com febre?

Dorinha riu e explicou direitinho:

— Estou bem, mamãe, não se preocupe. Apenas tive um encontro muito interessante.

E, depois de contar à mãe a conversa que teve com o novo amigo Olavo, concluiu:

— A partir de hoje, mamãe, vou procurar realizar minhas tarefas com otimismo e alegria!

Quanto a Olavo, os pais de Dorinha fizeram uma campanha e conseguiram comprar a cadeira de rodas que ele tanto desejava. Além disso, sabendo das dificuldades da família, levaram o garoto a um médico para tentar descobrir, dentro da medicina atualizada, recursos para sua cura.

E logo, era Dorinha, satisfeita e tranqüila, que passava todas as manhãs acompanhando Olavo a caminho da escola, onde juntos iam estudar.

                                                               Tia Célia 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita