A. Qual foi o ponto de
partida das idéias
espíritas modernas?
Eis, segundo Kardec, a
marcha das coisas:
fenômenos espontâneos se
produziram, tais como
ruídos estranhos,
pancadas, movimentos de
objetos etc., sem causa
ostensiva conhecida, sob
a influência de certas
pessoas. Logo se
reconheceu nesses ruídos
e movimentos um caráter
intencional e
inteligente, do que se
concluiu que: Se todo
efeito tem uma causa,
todo efeito inteligente
tem uma causa
inteligente. Quem era
ela? Ela própria
respondeu, declarando
pertencer aos seres
incorpóreos chamados
Espíritos. A idéia dos
Espíritos não preexistia
nem lhe foi consecutiva,
ou seja, não nasceu do
cérebro de ninguém mas
foi dada pelos Espíritos
mesmos. Os fatos
subseqüentes reforçaram
essa idéia e, pouco
tempo depois, nascia a
doutrina espírita. (O
que é o Espiritismo,
capítulo I, Segundo
Diálogo, págs. 89 a 91.)
B. Os Espíritos são
seres abstratos ou
possuem algum
revestimento que os
identifica?
Os Espíritos possuem um
invólucro, a que Kardec
deu o nome de
perispírito, espécie de
corpo fluídico,
vaporoso, diáfano,
invisível no estado
normal mas que, em
certos casos, pode
tornar-se visível e
mesmo tangível. (Obra
citada, capítulo I,
Segundo Diálogo, págs.
92 e 93.)
C. Quais são os meios de
comunicação com os
Espíritos, segundo
relata Allan Kardec no
livro que estamos
estudando?
Os meios de comunicação
com os Espíritos são
muito variados e
dependem tanto da
natureza, mais ou menos
apurada dos Espíritos,
quanto das disposições
peculiares às pessoas
que lhes servem de
intermediárias. O mais
vulgar, ou universal,
consiste na intuição,
isto é, nas idéias e
pensamentos que eles nos
sugerem. Certos
Espíritos se comunicam
por pancadas, pela
escrita ou pela fala. Os
médiuns possuem, para
esses diferentes modos
de comunicação, aptidões
especiais. Há, assim,
médiuns de efeitos
físicos, auditivos,
falantes, videntes,
desenhadores, músicos e
escreventes. (Obra
citada, capítulo I,
Segundo Diálogo, págs.
93 e 94.)
D. Qual é o sinal pelo
qual podemos reconhecer
que uma pessoa é médium?
Até o presente, não se
conhece um diagnóstico
ou um sinal que permita
saber se uma pessoa é ou
não médium. Experimentar
é o único meio de saber
se a faculdade existe. O
que sabemos é que os
médiuns são muito
numerosos e é raro não
os encontrar em qualquer
dos membros de nossa
família ou nas pessoas
que nos cercam. (Obra
citada, capítulo I,
Segundo Diálogo, pág.
96.)
Texto para leitura
56. A idéia da
existência dos Espíritos
não preexistia, nem
nasceu do cérebro de
ninguém, mas nos foi
dada pelos próprios
Espíritos, e tudo o que
soubemos depois, a seu
respeito, foi-nos por
eles ensinado. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
91.)
57. Quem eram os
habitantes do mundo
espiritual? Eram seres à
parte, estranhos à
Humanidade? Eram bons ou
maus? Foi a experiência
que permitiu solucionar
tais problemas. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
91.)
58. Há médiuns de
efeitos físicos, isto é,
aptos para produzir
fenômenos materiais,
como pancadas,
movimentos de corpos
etc. Há médiuns
auditivos, falantes,
videntes, desenhadores,
músicos, escreventes.
Esta última faculdade é
a mais comum, a que
melhor se desenvolve
pelo exercício e também
a mais preciosa. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pp.
94 e 95.)
59. A qualidade
essencial de um médium
está na natureza dos
Espíritos que o
assistem, nas
comunicações que recebe,
antes que nos meios de
execução. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
95.)
60. Não se deve tentar
ensaio mediúnico algum
antes de acurado estudo.
As comunicações do
além-túmulo são cercadas
de mais dificuldades do
que se pensa; elas não
estão isentas de
inconvenientes, e mesmo
de perigos, para os que
não têm a necessária
experiência. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pp. 95
e 96.)
61. Os Espíritos sérios
só comparecem às
reuniões sérias, para
onde os chamam com
recolhimento e para
coisas sérias. Não se
prestam a responder a
perguntas de
curiosidade, de prova,
ou com finalidade fútil.
Os frívolos estão por
toda a parte; calam-se
nas reuniões sérias, mas
tomam a desforra nas
reuniões frívolas,
divertindo-se, zombando
e respondendo a tudo sem
se importarem com a
verdade. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
97.)
62. Aquele que não se
quer dar ao trabalho de
estudar, é antes guiado
pela curiosidade que
pelo desejo real de
instruir-se. Ora, os
Espíritos não gostam dos
curiosos. A cobiça lhes
é também antipática e
eles recusam-se a
prestar a tais pessoas
qualquer serviço. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pág.
98.)
63. O desinteresse
absoluto por
compensações materiais é
a melhor garantia da
sinceridade do médium. A
natureza da faculdade
mediúnica opõe-se,
também, a que ela sirva
de profissão, tendo em
vista que o fenômeno
depende de vontade
estranha à do médium - o
Espírito - e que ele, no
momento preciso, pode
deixá-lo em falta. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pp.
98 e 99.)
64. A afeição e a
simpatia são os mais
poderosos móveis de
atração para os
Espíritos. Fica, assim,
fácil de compreender que
não lhes agradam as
solicitações de alguém
que tenha a idéia de
servir-se deles para
ganhar dinheiro. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pág.
99.)
65. Os médiuns
verdadeiramente sérios e
devotados procuram
recursos financeiros no
trabalho ordinário e não
abandonam suas
profissões: eles não
consagram à mediunidade
senão o tempo que lhe
podem dar. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
100.)
66. Pelos abusos
prejudiciais à doutrina
que a exploração da
mediunidade acarreta, o
Espiritismo sério tem
razão de não aceitá-la e
de repelir o seu
auxílio. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
101.)
(Continua na próxima
edição.)