Emmanuel, na mensagem Ante os
que Partem, por meio da
psicografia de Francisco Cândido
Xavier, afirma: “Nenhum sofrimento
na Terra será comparável ao
daquele coração que se debruça
sobre outro coração regelado e
querido que o ataúde transporta
para o grande silêncio”.
É
uma verdade inquestionável esta
apresentada pelo respeitável
benfeitor espiritual; no entanto,
não é menos verdade que esse
sofrimento será bem maior naqueles
que cultivam uma falsa idéia a
respeito da morte, interpretando-a
como uma separação sem fim.
Com o conhecimento espírita, toda
dor resultante da separação será
atenuada; através dele,
encontramos argumentos mais do que
suficientes para demonstrar que a
vida continua após o decesso
físico.
O
conhecimento a respeito da
comunicabilidade entre o mundo
material e o espiritual, e da
reencarnação, despertam a certeza
a respeito da imortalidade da alma
e, conseqüentemente, acende a
chama da esperança de um possível
reencontro. Movidos por essa
certeza, embora chorando a dor da
saudade, pelos entes queridos,
jamais nos revoltaremos.
Estancaremos as nossas lágrimas
por compreendermos que a morte não
é uma separação sem fim.
A
vasta informação trazida a lume
pela literatura espírita faz-nos
interpretar a vida como uma
sucessão indefinida de partidas e
chegadas. Enquanto uns chegam,
iniciando o estágio no corpo
físico, outros, que o concluem,
retornam à pátria de origem. Esse
processo de chegadas e partidas,
em hipótese alguma, desfaz os
laços de amor que nos une aqui na
Terra.
Há, nesse fenômeno, certa
relatividade que podemos assim
descrever: Para os que ficam no
corpo físico, os que retornam à
espiritualidade partiram, deixando
um clima de intensa saudade;
entretanto, para os que se
encontram na espiritualidade, eles
chegaram, proporcionando um clima
de intensa alegria.
O
fenômeno é semelhante a uma
viagem. Quando alguém no aeroporto
(mundo material) embarca em um
avião (fenômeno da morte), os
familiares e amigos que ficam,
apesar da saudade, lhe desejam
“boa viagem”; já no aeroporto de
destino (mundo espiritual), alguém
o estará aguardando, ansioso para
lhe desejar “boas vindas”.
Apesar de ausente, para os que
ficaram no aeroporto de origem,
quem partiu não deixou de existir;
poderá comunicar-se através de
carta ou telefonema e, dependendo
da necessidade, poderá retornar.
Em semelhante interpretação,
aquele que desencarnou não deixou
de existir; ele poderá
comunicar-se através da
mediunidade (ou sonho), e, se for
necessário, retornar ao seio da
mesma família, através da
reencarnação.
Esta é a realidade, que o
Espiritismo nos apresenta,
assumindo a condição de
consolador, conforme fora predito
por Jesus: “Se me amais,
guardai os meus mandamentos; e eu
rogarei a meu Pai e ele vos
enviará outro Consolador, a fim de
que fique eternamente convosco:
−
O Espírito de Verdade, que o mundo
não pode receber, porque o não vê
e absolutamente o não conhece.
Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis,
porque ficará convosco e estará em
vós.
−
Porém, o Consolador, que é o Santo
Espírito, que meu Pai enviará em
meu nome, vos ensinará todas as
coisas e vos fará recordar tudo o
que vos tenho dito”. (S. JOÃO,
cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)
Todos os que, um dia, sofreram com
a separação de entes queridos,
através da morte, e, sob intensa
dor, comunicaram-se com estes
através da mediunidade, concluíram
que a vida continua abundante no
plano espiritual, mudaram de
atitude, encontrando o conforto
necessário.
A
mediunidade representa muito bem
uma ponte divina ligando o plano
físico ao plano espiritual. É um
bálsamo que a misericórdia divina
legou à humanidade para que a dor
da separação pela morte não se
tornasse insuportável.
Quanto à reencarnação, favorecendo
o retorno do Espírito à vida
corporal, abre-lhe também as
portas da oportunidade para
reparação dos erros cometidos em
vidas passadas e o reencontro com
aqueles que ama ou que precisa
aprender a amar.
Maravilhosa Doutrina esta que, há
150 anos, ilumina consciências e
conforta corações. Com a lógica
insofismável dos seus postulados,
responde às dúvidas mais comuns da
humanidade, e apresenta solução
para um dos seus maiores
problemas: O problema do ser,
do destino e da dor.
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