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Editorial
Ano 1 - N° 29 - 2 de Novembro de 2007
 

A instabilidade do casamento
e suas causas

Conforme interessante estudo divulgado há pouco tempo pela grande imprensa, os casamentos dos tempos modernos duram em média uma década. Para ser mais preciso: segundo os pesquisadores do Instituto de Psicologia da USP, 70% dos cônjuges permanecem juntos por até dez anos. O dado curioso da pesquisa é que, mesmo cientes disso, as pessoas insistem em casar e nada arrefece nelas esse desejo. 

As principais causas que, conforme a mesma fonte, levam alguém a casar, excetuando-se a paixão, são o medo de ficar só, o desejo de construir um lar que seja um porto seguro, a imitação e a vontade de dar um basta numa crise existencial.

Provavelmente esteja aí – nas causas mencionadas – a explicação para tantos fracassos conjugais.

Ensina o Espiritismo que na união matrimonial, a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há uma outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus e exclusivamente moral: a lei do amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos laços da alma, a fim de que a afeição mútua dos cônjuges se transmitisse aos filhos e fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles, a fazê-los progredir.

Infelizmente, porém, nas condições ordinárias do casamento, nem sempre a lei do amor é levada em consideração e muitas uniões concretizam-se tão-somente por interesse, o que explica por que muitos lares se desfazem em pouco tempo.

Evidentemente, nem a lei civil nem os compromissos contraídos por força da legislação humana podem suprir a lei do amor, se esta não presidiu à união, do que resultam uniões infelizes que acabam muitas vezes tornando-se criminosas, um fato que poderia ser evitado se, ao se estabelecerem as condições do matrimônio, não se abstraísse da única que o sanciona aos olhos de Deus, que é a lei do amor.

Se a união das pessoas pelos laços do matrimônio é determinada por interesses materiais, pelo furor das paixões ou pelo jogo das conveniências, estaremos diante de uma realização fadada ao fracasso, porquanto somente o amor é capaz de evitar que se rompa uma relação abalada pelos percalços da vida, tão naturais no mundo em que vivemos.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita