Instruí-vos, amigos!
Como espíritas, devemos
estar preparados para
abordar o tema religião
com pessoas que
sabidamente não o são.
Muita gente nos procura
para conversar sobre o
Espiritismo, no anseio
de saber mais a
respeito, por pura
curiosidade ou desejo
sincero de ampliar seus
conhecimentos. Às vezes,
fazem comentários de
cunho religioso, como se
quisessem “puxar
conversa”.
Tenho um amigo que faz
questão de se dizer
“devoto de Nossa Senhora
da Aparecida”, mas volta
e meia afirma que “não
acredita nem
desacredita” em certos
fenômenos, desses
tradicionalmente
atribuídos aos meios
espíritas, como, por
exemplo, a mediunidade
(apesar de sabermos não
se tratar este de um
privilégio dos espíritas
– a mediunidade é uma
faculdade
espiritual-humana que
não depende da religião
do médium; há médiuns em
todas as religiões;
Moisés, do Antigo
Testamento, é exemplo de
um grande médium). É
engraçado, porque este
amigo, ao mesmo tempo em
que diz não acreditar
nem deixar de acreditar,
acaba confessando que
não pode negar que
“alguma coisa existe”.
É então que percebemos
que o que falta é
esclarecimento. O ser
humano intui que existe
“alguma coisa”. E o
Espiritismo traz
esclarecimentos
valiosíssimos a esse
respeito. Mas, com isso,
vem a questão: como
levar um amigo ou colega
a conhecer o Espiritismo,
sem parecer, pois não se
trata disso, que estamos
em busca de adeptos à
nossa religião?
Dar livros espíritas é
uma opção. São livros
que cumprem muito bem a
função pretendida do
esclarecimento. O
Espiritismo é
basicamente compreendido
por meio de leituras. E
um bom livro sempre abre
um caminho. Ninguém é o
mesmo após a leitura de
um bom livro. Mas, ainda
assim, volta a
preocupação: como
oferecer um livro
espírita a alguém não
espírita, com a garantia
de não estar parecendo
inconveniente ou de não
estar desrespeitando o
seu livre-arbítrio?
Depois de muito refletir
a esse respeito, concluí
que não precisamos ser
tão escrupulosos assim.
Façamos a nossa parte.
Se a pessoa a quem vamos
presentear não quiser
ler o livro, que não
leia. Uma medida,
entretanto, passei a
tomar: escrevo em um
papel à parte a mensagem
a seguir transcrita e
coloco no início dos
livros espíritas que
costumo dar de presente.
“Nós, espíritas, não
fazemos questão de que
você se torne um
espírita, mas
acreditamos que o
Espiritismo poderá
auxiliá-lo a melhor
compreender a vida, seja
você católico,
evangélico, budista ou
de qualquer outra
religião”.
O homem que ignora,
caminha às escuras.
(Joanna de Ângelis)