MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Missionários da Luz
André Luiz
(5a
Parte)
Continuamos nesta edição
o estudo da obra
Missionários da Luz,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual
integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. É certo afirmar que a
prece constitui uma
força real?
R.: Sim. A prece não é
movimento mecânico de
lábios, nem disco de
fácil repetição no
aparelho da mente. É
vibração, energia,
poder. A criatura que
ora, mobilizando as
próprias forças, realiza
trabalhos de
inexprimível
significação. A prece
coloca-nos em contacto
com as fontes superiores
da vida e, dentro dessa
realização, o Espírito,
em qualquer forma, pode
emitir raios de
espantoso poder. Toda
prece elevada é
manancial de magnetismo
criador e vivificante e
toda criatura que
cultiva a oração, com o
devido equilíbrio do
sentimento,
transforma-se
gradativamente em foco
irradiante de energias
da Divindade.
(Missionários da Luz,
cap. 6, págs. 66 e 67.)
B. Por que o concurso
espiritual é mais
eficiente à noite?
R.: É mais eficiente o
concurso espiritual à
noite porque durante o
dia os raios solares
diretos podem
desintegrar certos
recursos utilizados
pelos Espíritos.
(Obra citada, cap. 7,
págs. 69 a 71, 77 a 79.)
C. Que fatos importantes
ocorreram no atendimento
espiritual prestado a
Antônio, que estava nas
vésperas de desencarnar?
R.: Primeiro foi a
utilização pelos
protetores espirituais
de um cooperador
encarnado, que se
encontrava desprendido
do corpo em momento de
sono. A intervenção
magnética durou quinze
minutos, após o que um
coágulo fora reabsorvido
e a artéria socorrida
com os recursos
espirituais, prorrogando
assim em cinco meses a
permanência do enfermo
na Terra, o que
dependeria do seu
comportamento, visto
que, caso não se
preocupasse com a
autocorrigenda, poderia
desencarnar antes desse
prazo. (Obra citada,
cap. 7, págs. 72 a 75.)
D. Por que no leito da
morte as pessoas se
tornam mais dóceis?
R.: No leito da morte,
as criaturas são mais
humanas e mais dóceis
porque a moléstia
intransigente enfraquece
os instintos mais
baixos, atenua as
labaredas mais vivas das
paixões inferiores e,
assim, desanimaliza a
alma, abrindo-lhe em
torno interstícios
abençoados por onde
penetra infinita luz. A
dor consegue derrubar as
pesadas muralhas da
indiferença, do egoísmo
cristalizado e do
amor-próprio excessivo.
(Obra citada, cap. 7,
págs. 77 a 79.)
Texto para leitura
29. A
prece é uma força real
- Fora do quarto,
Alexandre concluiu as
explicações sobre o
vampirismo, mostrando
que a oração é o mais
eficiente antídoto desse
mal. A prece não é
movimento mecânico de
lábios, nem disco de
fácil repetição no
aparelho da mente. É
vibração, energia,
poder. A criatura que
ora, mobilizando as
próprias forças, realiza
trabalhos de
inexprimível
significação. A prece
coloca-nos em contacto
com as fontes superiores
da vida. Dentro dessa
realização, o Espírito,
em qualquer forma, pode
emitir raios de
espantoso poder. Não
podemos esquecer que as
próprias formas
inferiores da Terra
alimentam-se quase que
integralmente de raios.
Descem sobre a fronte
humana, por minuto,
bilhões de raios
cósmicos, oriundos de
estrelas e planetas
distantes, sem falar dos
raios solares,
caloríficos e luminosos,
que a ciência terrestre
começa a desvendar. A
cada momento, cada um de
nós recebe trilhões de
raios de vária ordem e
emitimos forças que nos
são peculiares e que vão
atuar no plano da vida,
por vezes em regiões
muitíssimo afastadas de
nós. Nesse círculo de
permuta incessante, os
raios divinos, expedidos
pela oração
santificadora,
convertem-se em fatores
adiantados de cooperação
eficiente e definitiva
na cura do corpo, na
renovação da alma e na
iluminação da
consciência. Toda prece
elevada é manancial de
magnetismo criador e
vivificante e toda
criatura que cultiva a
oração, com o devido
equilíbrio do
sentimento,
transforma-se
gradativamente em foco
irradiante de energias
da Divindade. (Cap. 6,
págs. 66 e 67)
30. "Acréscimo de
misericórdia" -
No caso do marido
atormentado pelo sexo,
seria suficiente a
oração de Cecília para
ele adquirir o
equilíbrio psíquico?
Alexandre esclareceu que
não. O socorro da esposa
é valioso para o
companheiro, mas o
potencial de emissão
divina pertence a ela,
como fruto de seus
esforços. Para ele
significa o "acréscimo
de misericórdia" que ele
deverá anexar, em
definitivo, ao
patrimônio de sua
personalidade, através
do trabalho próprio.
Receber o auxílio do bem
não quer dizer que o
beneficiado seja bom. O
jovem precisará,
portanto, devotar-se,
com fervor, ao
aproveitamento das
bênçãos que recebe,
porque, inegavelmente,
toda cooperação exterior
pode ser interrompida e
cada filho de Deus é
herdeiro de
possibilidades sublimes
e deve funcionar como
médico vigilante de si
mesmo. (Cap. 6, pág. 68)
31. Espíritos em
serviço - Ao
sairmos da casa de
Cecília, estávamos nos
primeiros minutos da
madrugada. Entidades
perturbadas mantinham-se
à porta, dando a idéia
de alguém à espera de
brecha para entrar. Os
transeuntes
desencarnados eram
numerosíssimos. A
maioria, de natureza
inferior, trajava roupa
escura, mas, de espaço a
espaço, éramos
defrontados por grupos
luminosos que passavam,
céleres, em serviço.
Alexandre explicou que
há sempre quefazeres
urgentes no auxílio aos
encarnados e, na maior
parte das vezes, é mais
eficiente o concurso
espiritual à noite,
quando os raios solares
diretos não desintegram
certos recursos
utilizados pelos
Espíritos. De repente,
uma velhinha simpática
acercou-se de nós. Era
Justina, que vinha
apelar a Alexandre em
favor de seu filho
Antônio, em estado
gravíssimo. Ele portava
perturbações
circulatórias de monta e
naquela noite trouxera
para o leito tantas
preocupações descabidas,
tanta angústia
desnecessária, que suas
criações mentais se
transformaram em
verdadeira tortura.
Justina dizia que
Antônio necessitava de
mais alguns dias na
Terra. Em dois meses,
poderia solucionar todos
os problemas que
afetavam a paz da
família. Sua
desencarnação naquele
momento frustraria essas
esperanças e seria um
desastre... (Cap. 7,
págs. 69 a 71)
32. O caso Antônio
- Antônio parecia
próximo dos setenta anos
e exibia todos os sinais
de arteriosclerose
adiantada. Era visível
para André Luiz o estado
pré-agônico do enfermo,
em todas as suas
expressões
físico-espirituais. Sua
alma confusa,
inconsciente,
movimentava-se com
dificuldade, quase que
totalmente
exteriorizada, junto do
corpo imóvel, a respirar
dificilmente. Estávamos
diante de uma trombose
perigosíssima, por
localizar-se numa das
artérias que irrigam o
córtex motor do cérebro.
A apoplexia não se
fizera esperar. Mais
alguns instantes e a
vítima estaria
desencarnada.
Aproximando-se,
Alexandre tocou-lhe o
cérebro perispiritual e
falou com autoridade
serena: –Antônio,
mantenha-se vigilante!
Nosso auxílio pede a sua
cooperação! E o
instrutor lhe disse que
as preocupações
excessivas criaram-lhe
elementos de
desorganização cerebral:
era preciso reagir,
retomar as células
físicas; o momento era
decisivo. Em seguida, o
orientador iniciou
complicadas operações
magnéticas no corpo
inanimado, ministrando
energias novas à espinha
dorsal. Passados alguns
instantes, colocou a
destra ao longo do
fígado e, mais tarde,
demorando-a no cérebro
físico, bem à altura da
zona motora. Pediu então
a André que se
mantivesse em prece,
enquanto ele convocaria
alguns amigos para
ajudá-los. Alexandre
assumiu atitude de
profunda concentração de
pensamento e não passou
mais de um minuto quando
pequena expedição de
oito entidades penetrou
o recinto doméstico. Era
o grupo do Irmão
Francisco, evocado
mentalmente pelo
instrutor. (Cap. 7,
págs. 71 e 72)
33. Socorro
espiritual -
Alexandre pediu a
Francisco providenciasse
o concurso de algum dos
nossos cooperadores
encarnados, cujo veículo
material estivesse,
naquele momento, em
repouso equilibrado. O
doador de fluidos, dada
a gravidade do caso,
deveria ser escolhido
com muito critério. O
companheiro lembrou-se
de Afonso, a quem foi
buscar de imediato.
Justina, querendo
auxiliar, propôs o
concurso das próprias
filhas de Antônio, suas
netas, em repouso na
casa. Alexandre recusou,
explicando que, naquela
emergência, seria
preciso alguém
suficientemente
equilibrado no campo
mental. A mãe inquieta
afastou-se, enxugando os
olhos. Viúvo há vinte
anos, Antônio estava nas
vésperas de desencarnar.
Ele necessitava, porém,
de mais alguns dias na
Crosta para deixar
alguns problemas sérios
devidamente
solucionados, e
Alexandre tinha certeza
de que o Senhor lhes
concederia a
oportunidade de
colaborar no
reerguimento provisório
de suas forças. Não
decorreu muito tempo e
Francisco chegou
trazendo Afonso, o
cooperador encarnado,
desprendido do corpo em
momento de sono. A um
sinal de Alexandre,
Afonso colocou ambas as
mãos na fronte do
enfermo, mantendo-se em
oração, e o orientador
passou a funcionar como
verdadeiro magnetizador,
no esforço de transferir
vigorosos fluidos de
Afonso para o organismo
de Antônio, já
moribundo. O semblante
do enfermo
transformava-se
gradualmente, à medida
que Alexandre
movimentava as mãos
sobre o seu cérebro.
André percebeu que a
forma perispiritual de
Antônio reunia-se
devagarinho à forma
física, integrando-se
harmoniosamente uma com
a outra, como se
estivessem, de novo, em
processo de
reajustamento, célula
por célula. A
intervenção magnética
durou quinze minutos.
Findo o socorro,
Alexandre chamou Justina
e explicou que o coágulo
fora reabsorvido e a
artéria socorrida com os
recursos espirituais,
mas Antônio teria, no
máximo, cinco meses a
mais de permanência na
Terra. Era preciso,
pois, não perder tempo,
advertindo o filho
quanto ao cuidado que
deveria manter consigo
mesmo no terreno das
preocupações excessivas,
mormente à noite, quando
ocorrem os fenômenos
desastrosos mais sérios
de circulação, em vista
da invigilância de
muitas pessoas que se
valem das horas sagradas
do repouso físico para a
criação de fantasmas
cruéis, no campo vivo do
pensamento. Se Antônio
não se preocupasse com a
autocorrigenda, talvez
desencarnasse antes dos
cinco meses. Toda a
cautela, por isso, seria
indispensável. (Cap. 7,
págs. 72 a 75)
34. O grupo do
Irmão Francisco
- Logo que Afonso
retirou as mãos de sobre
a fronte do enfermo,
ocorreu algo inesperado.
O doente, reintegrado
nas funções orgânicas,
abriu os olhos físicos,
como se estivesse
embriagado e começou a
gritar estentoricamente:
– Socorro!
socorro!... Acudam-me
por amor de Deus! Eu
morro, eu morro!...
Algumas jovens acorreram
espantadas e trêmulas,
no socorro ao pai, que
dizia sentir-se com a
cabeça tonta e pedia
chamassem seu médico. A
confusão na casa era
grande, quando Alexandre
comentou: –
Geralmente, quando os
nossos amigos encarnados
gritam, chorosos, por
socorro, nosso serviço
de assistência já se
encontra completo. E
partiram para
atendimento de outros
deveres. Foi então que
André tomou conhecimento
das tarefas
desenvolvidas pelo grupo
do Irmão Francisco, uma
das inumeráveis turmas
de socorro que trabalham
na Crosta, ligadas a
diversas colônias
espirituais mais
elevadas. Aquele grupo
estava ligado à colônia
"Nosso Lar". Cada um
deles desenvolvia
tarefas especializadas.
O grupo de Francisco
destinava-se ao
reconforto de doentes
graves e agonizantes.
(Cap. 7, págs. 75 a 77)
35. A
doença pertinaz
desanimaliza a alma
- Explicou Francisco
que, de modo geral, as
condições de luta para
os enfermos são mais
difíceis à noite, visto
que os raios solares,
nas horas diurnas,
destroem grande parte
das criações mentais
inferiores dos doentes
em estado melindroso,
não acontecendo o mesmo
à noite, quando o
magnetismo lunar
favorece as criações de
qualquer espécie, boas
ou más. Francisco contou
que Benfeitores muito
mais elevados que
aqueles que lidavam
diretamente com o grupo
velavam pelos
integrantes da equipe e
os inspiravam,
devotadamente, no campo
das obrigações comuns,
sem que eles pudessem
ver a sua forma de
expressão nos trabalhos
referentes aos divinos
desígnios. O dirigente
do pequeno grupo contou
ainda que são muitos os
irmãos afins que se
reúnem, depois da morte
do corpo, em tarefas de
amparo fraternal, quando
já alcançaram os
primeiros degraus da
escada de purificação.
Segundo ele, semelhantes
trabalhos são dos mais
eficientes e dignos em
favor dos homens. Raras
pessoas podem
compreender as aflições
dos enfermos em posição
desesperadora ou dos
moribundos prestes a
partir. Sabe-se, porém,
que muitas vezes é
possível efetuar
realizações sublimes, de
natureza espiritual, em
poucos dias, em tais
circunstâncias, depois
de largos anos de
atividades inúteis. E a
razão é simples: no
leito da morte, as
criaturas são mais
humanas e mais dóceis.
Dir-se-ia que a moléstia
intransigente enfraquece
os instintos mais
baixos, atenua as
labaredas mais vivas das
paixões inferiores,
desanimaliza a alma,
abrindo-lhe em torno
interstícios abençoados
por onde penetra
infinita luz. E a dor
vai derrubando as
pesadas muralhas da
indiferença, do egoísmo
cristalizado e do
amor-próprio excessivo.
É possível então o
grande entendimento.
Francisco explicava
assim o porquê da
paciência, da calma e da
conformação que costumam
aflorar na maioria dos
moribundos. "Muitas
vezes – disse o
orientador –
semelhantes edificações
constituem o fruto do
esforço de nossos grupos
itinerantes de socorro."
Realmente, a serenidade
e a resignação
inexplicável dos
agonizantes
absolutamente
distanciados da fé
religiosa não poderiam
ter outra origem,
mostrando que em todos
os lugares há sempre
generosas manifestações
da Providência Paternal
de Deus, confortando os
tristes, acalmando os
desesperados, socorrendo
os ignorantes e
abençoando os infelizes.
(Cap. 7, págs. 77 a 79)
(Continua no próximo
número.)
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