WILSON CZERSKI
wilsonczerski@brturbo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
Doação de órgãos:
solidariedade ao
alcance de todos
O dia 27 de setembro é
dedicado à Doação de
Órgãos para Transplantes.
A Associação de
Divulgadores do
Espiritismo do Paraná,
embora com um trabalho
independente, vem somar
esforços aos do governo
e outras instituições
ligadas às áreas médica
e humanitária, no
sentido de
conscientização para
importância e
necessidade da doação de
órgãos para
transplantes. Para
tanto, desenvolveu uma
campanha no movimento
espírita paranaense que
incluiu uma pesquisa
para saber o percentual
de doadores entre seus
profitentes e as razões
pelas quais os outros
não o são. A partir do
cruzamento daqueles
dados e outros como
sexo, idade e tempo de
atuação no meio,
definiu-se melhor onde e
como a campanha deveria
agir.
Sabe-se que no Brasil os
índices de doação são
muito baixos em relação
a outros países. Na
Espanha, por exemplo,
esse índice é de 22,7
para cada milhão de
pessoas; Portugal e USA
têm números muito
próximos, 21,7 e 21,5,
respectivamente. França
com 20,3 e Cuba com 19;
depois Itália 18,8 e
nós, cá embaixo, com
apenas 5,4 por milhão,
agora em 2007. Se o
nosso povo possui
profunda religiosidade e
é considerado um dos
mais generosos do mundo,
qual seria a razão para
um número tão pequeno de
doadores? O motivo está
no nível de informação e
na dificuldade de
captação dos órgãos
quando doados. Estima-se
que de cada 10 famílias
potenciais, só uma é
abordada e dessas, 60%
negam a doação. No
Estado de São Paulo,
estes números são um
pouco melhores: de cada
quatro possíveis, um é
atendido pela família do
falecido.
Atualmente (*), a fila
geral de pessoas que
aguardam transplante é
de 74.000, metade dela
de rins. Enquanto não
chega o dia – se é que
vai chegar –, são
obrigadas a se submeter
à tortura de enfrentar
três sessões semanais de
hemodiálise, de quatro
horas cada. Embora os
transplantes tenham
aumentado nominalmente –
temos que considerar o
crescimento populacional
– de 12.724 em 2003 para
13.127 no ano passado, a
fila é cinco vezes maior
do que o número de
doações.
No entender dos
espíritas, o corpo
carnal é apenas um
veículo ou instrumento a
serviço da alma ou
Espírito. Este, imortal,
criado por Deus com
natureza de simplicidade
e desconhecimento e que,
pelo trilhar das
sucessivas experiências
físicas ou
reencarnações, vai
desenvolvendo suas
potencialidades
intelectuais e morais
rumo à perfeição
relativa que lhe é
permitido atingir. E é
justamente através dos
diversos corpos físicos
de que se reveste ao
longo desta trajetória
que este aperfeiçoamento
torna-se possível. Tal
como as roupas que
vestimos durante certo
tempo e uma vez
desgastadas pelo uso
contínuo, são deixadas
de lado.
Em mundos mais evoluídos
a alma dispensa o uso de
corpos densos como os
nossos. Mas são
necessários aqui, na
Terra, como bem o
sabemos. A volta, não à
vida porque sempre
estamos vivos, mas ao
palco terrestre, dá-se
por novos corpos e não
pela ressurreição
daquele que já devolveu
à natureza os elementos
materiais de que se
compunha. Portanto, com
a morte biológica, o
corpo carnal perde
totalmente a serventia.
Exceto se partes dele
forem, caridosamente,
remanejados para outros
indivíduos que, em
geral, à falta deste
gesto de desprendimento
e solidariedade, terão o
mesmo destino a curto ou
médio prazo, isto é, a
morte.
A doação de órgãos e a
efetivação dos
transplantes costumam
produzir grandes
transformações na vida
das pessoas envolvidas,
aproximando famílias,
estreitando amizades e,
principalmente, abrindo
horizontes muitas vezes
até então desconhecidos,
especialmente aos
receptores. Mudam de
estilo de vida,
tornam-se mais
equilibrados,
tranqüilos, melhores
pais, mais amigos,
agradecidos a Deus. Há
uma aproximação com o
sentido mais profundo da
vida. E suas preces de
gratidão alcançam os
familiares e o Espírito
do doador, revertendo-se
em benefícios
inestimáveis tanto para
seu estágio no mundo
espiritual como para a
próxima reencarnação
quando ela ocorrer.
(*) Dados de 2005.
NOTA:
no site da ADE-PR
está disponível para
download a cartilha
produzida a partir da
pesquisa acima referida
e que contém, entre
outros dados e além dos
números da mesma,
informações gerais sobre
Fila Única.
Como se tornar doador, o
que doar, tipos de
doadores, as perguntas
mais freqüentes, tempo
para retirada dos
órgãos, doação de medula
óssea e
endereços/telefones para
cadastramento de
doadores no Paraná,
isso na primeira parte.
Na segunda, tem-se a
A Visão Espírita
das Doações de Órgãos.