AYLTON
PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins,
São
Paulo
(Brasil)
Quanto
vale o
seu
tempo
Visitava um
casal amigo.
Nosso papo ia
muito animado e
os assuntos se
desdobravam:
problemas da
vida,
espiritualidade,
dificuldades
familiares...
No meio da sala,
o filhinho do
casal, mais ou
menos cinco
anos, brincava
pintando
desenhos que ele
mesmo fizera.
Por diversas
vezes
aproximara-se,
ora do pai, ora
da mãe
−
e dizia: − Posso
falar?
E eles
respondiam,
quase da mesma
forma:
−
Papai e mamãe
estão
ocupados...
Espere um pouco,
nós estamos
conversando. Nós
estamos
conversando com
o titio (por
educação para
comigo, pois
poderiam, pelos
meus cabelos
brancos, dizerem
vovô).
O garotinho,
inicialmente
contrariado,
retornava a
sentar-se,
continuando com
a brincadeira.
Nova tentativa,
resposta
negativa e ele
voltava ao lugar
menos
contrariado.
Insiste... Por
fim, permanece
apenas
brincando, de
quando em quando
olhando para
nós.
Tentei
interferir.
−
Podem atendê-lo.
Deixem-no falar.
−
Não! Ele tem que
aprender, pois
só quer a
atenção para
ele!
Apesar dos
pedidos:
−
“posso falar?“ –
ele não falou.
Retornando para
o meu lar,
pensando na cena
e em seus
personagens, a
memória
trouxe-me ao
consciente uma
história:
“Um menino, com
voz tímida e
olhos de
admiração, corre
para o pai,
quando este
chega do
trabalho,
perguntando:
−
Papai, quanto o
senhor ganha por
hora?
O pai, numa
atitude severa,
responde:
−
Olha, meu filho,
isto nem a sua
mãe sabe. Não me
aborreça, estou
cansado.
O menino, num
gesto insistente
torna a
perguntar:
−
Mas, papai, não
custa nada me
dizer quanto o
senhor ganha por
hora.
−
Três reais. Por
que você quer
saber?
−
Então papai, o
senhor poderia
me emprestar um
real?
O pai irado e
tratando o filho
com aspereza
respondeu:
−
Então é por isso
que você quer
saber quanto eu
ganho? Vá dormir
e não me amole
mais.
Já deitado para
dormir, o pai
começou a pensar
no menino e
arrependeu-se da
forma com a qual
o tratara.
Talvez, quem
sabe, o menino
precisasse
comprar algo.
Levantou-se e
foi até o quarto
do filho e em
voz baixa
perguntou:
−
Filho, está
dormindo?
−
Não papai –
respondeu o
menino
sonolento.
−
Olha aqui está o
dinheiro que
você me pediu.
Um real!
−
Obrigado, papai!
– disse o filho
pegando uma
caixinha embaixo
da cama onde
tinha mais dois
reais.
−
Pronto, agora
completei três
reais, papai.
Poderia me
vender uma hora
do seu tempo?
Sabe, você é tão
ocupado, quase
não brinca nem
conversa comigo
e eu sinto tanto
a sua falta. Por
isso pensei em
comprar uma hora
do seu tempo,
pois é muito bom
estar com você”.
(Parábolas
Eternas,
Legrand – Ed.
Soler.)
Há coisas que
valem muito mais
que o dinheiro.
Entre elas a
troca de amor!
“Bem grande é a
influência dos
pais sobre os
filhos. Os
Espíritos têm
que contribuir
para o progresso
uns dos outros.
Pois bem, os
Espíritos dos
pais têm por
missão
desenvolver os
de seus filhos
pela educação.
Constitui-lhes
isso uma tarefa.
Tornar-se-ão
culpados, se
vierem a falir
no seu
desempenho.”
(Questão nº 209,
de O Livro
dos Espíritos,
Allan Kardec –
Ed. FEB.)
Caro leitor ou
leitora, posso
falar?
− Você
está valorizando
o seu tempo no
relacionamento
com o seu filho?
Não importa a
idade dele! Nem
sempre o mais
importante é dar
coisas aos
filhos, mas...
estar com os
filhos!
−
Ah! Você não é
casado ou
casada? Posso
falar? Comece a
pensar no
assunto!