MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Missionários da Luz
André Luiz
(7a
Parte)
Continuamos nesta edição
o estudo da obra
Missionários da Luz,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual
integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Por que motivo, para
alguém ser um bom
médium, é-lhe
indispensável o preparo
individual?
R.: Ser instrumento fiel
da Divindade é o
objetivo maior de
qualquer médium.
Para que ele se
converta em agente do
bem, e não das trevas, é
fundamental preparar-se.
Se aspiramos ao
desenvolvimento
superior, abandonemos os
planos inferiores. Se
pretendemos o
intercâmbio com os
sábios, cresçamos no
conhecimento,
valorizemos as
experiências,
intensifiquemos as luzes
do raciocínio! Se, por
fim, aguardamos a
companhia dos santos,
santifiquemo-nos na luta
de cada dia, porque as
entidades angélicas não
ficam insuladas nos
júbilos celestes e
trabalham também pelo
aperfeiçoamento do
mundo. Tornemo-nos
bondosos. Sem
afabilidade e doçura,
sem compreensão
fraternal e sem atitudes
edificantes, não
poderemos entender os
Espíritos afáveis e
amigos, elevados e
construtivos.
(Missionários da Luz,
cap. 9, págs. 98 a 106.)
B. Por que são raros os
fenômenos de
materialização?
R.: Esses fenômenos são
raros porque são
igualmente raros os
companheiros encarnados
dispostos às condições
espirituais que
semelhante trabalho
exige, no qual a
homogeneidade do grupo
deve ser muito mais
intensa do que numa
reunião mediúnica
normal. (Obra citada,
cap. 10, págs. 107 a
111.)
C. Nos preparativos para
a sessão de
materialização, qual é o
objetivo da ozonização
do ambiente?
R.: A relativa
ozonização da paisagem
interior é necessária
como trabalho
bactericida,
exterminando-se com isso
todas as larvas e
expressões microscópicas
de atividade inferior
presentes no ambiente. O
ectoplasma, ou força
nervosa, que é
abundantemente extraído
do médium nesse tipo de
sessão, não pode sofrer,
sem prejuízos fatais, a
intromissão de certos
elementos microbianos.
(Obra citada, cap.
10, págs. 111 a 113.)
D. Que atendimento foi,
antes da referida
sessão, dispensado à
médium?
R.: O auxílio magnético
prestado à médium teve
por objetivo
inicialmente incentivar
os processos digestivos
para que o aparelho
mediúnico funcionasse
sem obstáculos. Em
poucos minutos, o
estômago da médium ficou
inteiramente livre.
Começou então o preparo
do sistema nervoso para
as saídas da força. Por
fim, foram aplicados
passes magnéticos na
jovem médium, como
serviço de introdução ao
desdobramento
necessário. (Obra
citada, cap. 10, págs.
113 a 115.)
Texto para leitura
43. Mediunidade
com Jesus - Em
sua explanação,
Alexandre situava com
precisão o dever do
trabalhador ante o
compromisso. – O
problema da glória
mediúnica, disse o
instrutor, não
consiste em ser
instrumento de
determinadas
Inteligências, mas em
ser instrumento fiel da
Divindade. Para isso
é indispensável
desenvolver nossos
próprios princípios
divinos, porquanto sem o
Cristo a mediunidade é
simples "meio de
comunicação" e nada
mais, mera possibilidade
de informação, como
tantas outras, da qual
poderão assenhorear-se
também os interessados
em perturbações. Se as
máquinas mais simples da
Terra pedem o
treinamento prévio do
operário, para que o
setor de produção não
desmereça em qualidade e
quantidade, como esperar
que a mediunidade
sublime se reduza a
serviços automáticos, a
puras manifestações de
mecanismo fisiológico,
sem educação e
responsabilidade?
Alexandre acentuou, em
seguida, a importância
do preparo individual,
sobretudo no campo do
sentimento e das
aplicações legítimas,
para que o médium se
converta em agente do
bem, e não das trevas.
– Que dizer dos
discípulos que estudam
sempre, sem jamais
aplicarem? Que dizer dos
companheiros portadores
de luzes verbais para os
outros, que nunca se
iluminam a si mesmos?
Mediunidade não é
disposição da carne
transitória e sim
expressão do Espírito
imortal. Evidentemente,
o intercâmbio aprimorado
entre os dois planos
requer sadias condições
do vaso fisiológico, mas
o corpo é instrumento
elevado nas mãos do
artista, que deve ser
divino. Se aspiramos ao
desenvolvimento
superior, abandonemos os
planos inferiores. Se
pretendemos o
intercâmbio com os
sábios, cresçamos no
conhecimento,
valorizemos as
experiências,
intensifiquemos as luzes
do raciocínio! Se, por
fim, aguardamos a
companhia dos santos,
santifiquemo-nos na luta
de cada dia, porque as
entidades angélicas não
ficam insuladas nos
júbilos celestes e
trabalham também pelo
aperfeiçoamento do
mundo. Tornemo-nos
bondosos. Sem
afabilidade e doçura,
sem compreensão
fraternal e sem atitudes
edificantes, não
poderemos entender os
Espíritos afáveis e
amigos, elevados e
construtivos. (Cap. 9,
págs. 98 a 103)
44. Verbalismo sem
obras - Depois
de asseverar que a
mediunidade não é
somente um sexto
sentido, nem é dom de
privilegiados, mas sim
qualidade comum a todos
os homens demandando a
boa vontade sincera no
terreno da elevação, o
instrutor Alexandre
prosseguiu a sua
explanação aludindo ao
futuro, em que o serviço
dessa natureza
pertencerá a todas as
criaturas, porque todos
nós somos Espíritos
imortais. É preciso,
pois, intensificar nosso
esforço espiritual,
renovando as disposições
milenárias do pensamento
animalizado do mundo,
construindo estradas
sólidas para a
fraternidade legítima,
concretizando as obras
de elevação dos
sentimentos e dos
raciocínios das
criaturas e formando
bases cristãs que
santifiquem o curso das
relações entre os
homens! "Não
provoqueis o
desenvolvimento
prematuro de vossas
faculdades psíquicas!"
– asseverou
Alexandre. "Ver sem
compreender ou ouvir sem
discernir pode ocasionar
desastres vultosos ao
coração. Buscai, acima
de tudo, progredir na
virtude e aprimorar
sentimentos. Acentuai o
próprio equilíbrio e o
Senhor vos abrirá a
porta dos novos
conhecimentos!". É
preciso, enfatizou o
palestrante,
desligar-nos do
excessivo verbalismo sem
obras! Não apenas das
obras do bem
exteriorizadas no plano
físico, mas,
particularmente, das
construções silenciosas
da renúncia, do trabalho
de cada dia no
entendimento de
Jesus-Cristo, da
paciência, da esperança,
do perdão, que se
efetuam portas a dentro
da alma, no grande país
de nossas experiências
interiores! Em todos os
labores terrestres,
transformemo-nos na
Vontade de Nosso Pai e,
nos serviços da fé, não
queiramos fazer baixar
até nós os Espíritos
superiores, mas
aprendamos a subir até
eles, conscientes de que
os caminhos de
intercâmbio são os
mesmos para todos e que
mais vale elevar o
coração para receber o
infinito bem, que exigir
o sacrifício dos
benfeitores! Jamais
permitamos que o egoísmo
e a vaidade, os apetites
inferiores e as tiranias
do "eu" nos empanem a
faculdade de refletir a
Divina Luz. Coloquemos
as expressões
fenomênicas dos nossos
trabalhos em segundo
plano, lembrando sempre
de que o Espírito é
tudo! (Cap. 9, págs. 104
a 106)
45. Transfiguração
- Quando Alexandre
terminou sua explanação,
ele manteve-se por
instantes em muda
rogativa,
transfigurando-se, ali,
aos olhos de todos. Suas
vestes tornaram-se de
neve radiosa, sua fronte
emitia intensa luz e de
suas mãos estendidas
evolavam-se raios
brilhantes que, caindo
sobre os presentes,
pareciam infundir-lhes
estranho encantamento. A
emoção era muito grande
no recinto. André por
diversas vezes
presenciara a oração de
entidades elevadas,
oração que se fazia
acompanhar sempre dos
mais belos fenômenos de
luz, mas nunca observara
semelhante
transfiguração. Sertório,
tocando-lhe o braço, de
leve, explicou: –
Todas as potências de
natureza superior
congregaram-se em torno
de Alexandre, neste
momento, transformando-o
em intermediário de
dádivas para nós. É por
isso que ele irradia e
resplandece com tamanha
intensidade. (Cap.
9, pág. 106)
46. Uma sessão de
materialização
- André foi convidado a
assistir a uma sessão de
materialização. Ficou
sabendo então que esse
tipo de fenômeno, de tão
elevada
responsabilidade, além
de exigir todas as
possibilidades do
aparelho mediúnico,
movimenta todos os
elementos de colaboração
dos companheiros
encarnados, presentes às
reuniões destinadas a
esse fim. São muito
raros, porém, os
companheiros encarnados
dispostos às condições
espirituais que
semelhante trabalho
exige. Por isso, na
incerteza de cooperação
eficiente, as sessões de
materialização
efetuam-se com grandes
riscos para a
organização mediúnica e
requisitam número grande
de colaboradores do
plano espiritual.
Cinqüenta minutos antes
do início da reunião,
marcado para as 21
horas, André já estava
ali, na sala íntima,
onde grande número de
servidores desencarnados
iam e vinham. Irmão
Calimério, de condição
hierárquica superior à
de Alexandre, era o
dirigente espiritual dos
trabalhos. O ambiente da
casa era bem
diferenciado: não havia
ali, como em outras
reuniões a que André
assistira, sofredores à
porta. A casa onde se
efetuariam os trabalhos
chegava a ser isolada
por extenso cordão de
trabalhadores do plano
espiritual, num círculo
de vinte metros em
derredor. Era – segundo
informou Alexandre –
indispensável o máximo
cuidado para que os
princípios mentais de
origem inferior não
afetassem a saúde física
dos colaboradores
encarnados, nem a pureza
do material
indispensável aos
processos fenomênicos.
Por isso, tornava-se
imprescindível insular o
núcleo das atividades,
defendendo-o contra o
acesso de entidades
menos dignas, através de
fronteiras vibratórias.
André indagou se
haveria, também, o mesmo
cuidado com relação à
entrada dos encarnados.
Alexandre, sorrindo,
respondeu: Todo o
perigo desses trabalhos
está na ausência de
preparo dos nossos
amigos da Crosta, os
quais, na maioria das
vezes, alegando
impositivos científicos,
se furtam a comezinhos
princípios de elevação
moral. Quando não se
verifica o devido
cuidado por parte deles,
o fracasso pode assumir
características
terríveis, porque os
irmãos que estabelecem
as fronteiras
vibratórias, no exterior
do recinto, não podem
impedir a entrada das
entidades inferiores,
absolutamente integradas
com as suas vítimas
terrenas. E
concluiu: – Há
obsidiados que se sentem
tão bem na companhia dos
perseguidores, que
imitam as mães
terrestres agarradas aos
filhos pequeninos...
(Cap. 10, págs. 107 a
110)
47. O preparo do
ambiente - Com
as observações feitas
por Alexandre, André
entendeu por que as
sessões de
materialização ocorrem
raramente: é que a
homogeneidade ali deve
ser muito mais intensa
do que numa reunião
mediúnica normal. Como
os homens não sabem
compreender a essência
divina dessas
demonstrações, perdem
muitas vezes os valores
da cooperação e os
resultados acabam
tornando-se negativos.
No dia, porém, em que
conseguirem trazer o
coração iluminado,
receberão alegrias
iguais àquela que desceu
sobre os discípulos de
Jesus, quando, de portas
cerradas, em sublime
comunhão de amor e fé,
receberam a visita do
Mestre, perfeitamente
materializado, conforme
narram os Evangelhos. Os
trabalhos de preparo da
sessão prosseguiam.
Vinte entidades de nobre
hierarquia movimentavam
o ar ambiente. Em seus
gestos rítmicos,
semelhavam-se a
sacerdotes antigos que
estivessem executando
Operações magnéticas de
santificação interior do
recinto. Alexandre
explicou que eles faziam
a ionização da
atmosfera, combinando
recursos para efeitos
elétricos e magnéticos.
"Nos trabalhos deste
teor", elucidou
Alexandre, "reclamam-se
processos acelerados de
materialização e
desmaterialização da
energia". Explicou
também que nesse tipo de
fenômeno, se os
Espíritos manifestantes
ao campo visual são
criaturas ligadas mais
diretamente à Crosta, os
organizadores legítimos
da tarefa são
verdadeiros e
competentes orientadores
dos planos espirituais,
com grande soma de
conhecimento e
responsabilidade. (Cap.
10, págs. 110 e 111)
48. Os
preparativos prosseguem
- Não passou muito tempo
e alguns Espíritos
compareceram trazendo
pequenos aparelhos que
pareciam instrumentos
reduzidos, de grande
potencial elétrico, em
virtude dos raios que
movimentaram em todas as
direções. André estava
curioso e Alexandre
esclareceu: – Estes
amigos estão
encarregados de operar a
condensação do oxigênio
em toda a casa. O
ambiente do plano
invisível aos olhos do
homem requer elevado
teor de ozônio e, além
disso, é indispensável
semelhante operação,
para que todas as larvas
e expressões
microscópicas de
atividade inferior sejam
exterminadas. A relativa
ozonização da paisagem
interior é necessária
como trabalho
bactericida. Depois,
o instrutor explicou que
o ectoplasma, ou força
nervosa, que será
abundantemente extraído
do médium, não pode
sofrer, sem prejuízos
fatais, a intromissão de
certos elementos
microbianos. Logo
depois, várias entidades
chegaram do exterior
trazendo extenso
material luminoso. Eram
recursos da Natureza que
os operários do plano
espiritual recolheram
para o serviço.
Tratava-se de elementos
das plantas e das águas,
invisíveis aos olhos
humanos, estruturados
para reduzido número de
vibrações. Naquele
momento, os encarnados
penetraram a sala,
tomando os lugares que
lhes eram habituais.
Ligeira conversação
estabeleceu-se entre os
presentes. Pouco depois,
deu entrada no recinto
uma jovem, acompanhada
de diversas entidades,
dentre as quais
destacava-se um Espírito
de elevada condição, que
parecia chefiar o grupo
de entidades. Era o
Irmão Alencar, que fora
médico na Terra,
trazendo a jovem médium,
que a ele se ligava
através de tênues fios
de natureza magnética.
(Cap. 10, págs. 111 a
113)
49. Preparação da
médium -
Verônica, uma entidade
muita querida ao
instrutor Alexandre, que
fora exímia enfermeira
na Crosta, integrava a
equipe de colaboradores.
Começaria agora o
auxílio magnético à
médium. Era preciso
incentivar os processos
digestivos para que o
aparelho mediúnico
funcionasse sem
obstáculos. Alexandre,
Verônica e mais três
entidades colocaram as
mãos, em forma de coroa,
sobre a fronte da jovem
e essas energias
reunidas formaram
vigoroso fluxo magnético
que foi projetado sobre
o estômago e o fígado da
médium, órgãos esses que
acusaram, de imediato,
novo ritmo de vibrações.
As forças emitidas
concentraram-se,
gradualmente, sobre o
plexo solar,
espalhando-se por todo o
sistema nervoso
vegetativo e, com
espanto, André observou
que se acelerava o
processo químico da
digestão. As glândulas
do estômago começaram a
segregar pepsina e ácido
clorídrico, em maior
quantidade,
transformando
rapidamente o bolo
alimentar. A mesma
ativação André observou
no pâncreas e no fígado.
Em poucos minutos, o
estômago permanecia
inteiramente livre.
Começaria então o
preparo do sistema
nervoso para as saídas
da força. A
diferenciação dos fluxos
magnéticos, diante da
nova operação posta em
prática, foi percebida
por André. Os
assistentes se separaram
e, enquanto Alexandre
projetava a energia que
lhe era peculiar sobre a
região do cérebro,
Verônica e os demais
lançavam seus recursos
sobre o sistema nervoso
central, encarregando-se
cada um de determinada
zona dos nervos
cervicais, dorsais,
lombares e sacros. As
forças projetadas sobre
a médium efetuavam
limpeza eficiente e
enérgica, porquanto
André podia ver os
resíduos escuros que
lhes eram arrancados dos
centros vitais, e, sob o
influxo luminoso da
destra de Alexandre, o
cérebro da jovem
alcançava brilho
singular, como se fora
um espelho cristalino.
Depois, Verônica ainda
aplicou passes
magnéticos na jovem
médium, como serviço de
introdução ao
desdobramento
necessário. (Cap. 10,
págs. 113 a 115)
(Continua no próximo
número.)
|