A. A lei mosaica pode
ser dividida em quantas
partes?
Em duas partes: 1.ª, a
lei de Deus, resumida
nas tábuas do Sinai;
2.ª, a lei civil ou
disciplinar, apropriada
aos costumes de seu
tempo. (O que é o
Espiritismo, capítulo I,
Terceiro Diálogo, pág.
140.)
B. Existe diferença
entre metempsicose e
reencarnação?
Sim. A metempsicose
consiste na
transmigração da alma do
homem nos animais, o que
implica uma degradação.
A reencarnação difere
essencialmente da
metempsicose, porque não
admite a encarnação da
alma humana em corpos de
animais, mesmo como
castigo. A alma jamais
retrograda, mas progride
sempre, e suas
diferentes existências
corpóreas se cumprem na
humanidade. (Obra
citada, capítulo I,
Terceiro Diálogo, págs.
142 e 143.)
C. O homem é constituído
de quantos elementos
essenciais?
São três os elementos
essenciais que
constituem o homem: a
alma ou Espírito, o
corpo material e o
perispírito, invólucro
fluídico, leve,
imponderável, que serve
de intermediário entre o
Espírito e o corpo.
(Obra citada, capítulo
II, itens 10 a 14, págs.
154 e 155.)
D. Qual é o objetivo, a
finalidade do
Espiritismo?
Demonstrar e estudar a
manifestação dos
Espíritos, suas
faculdades, sua situação
feliz ou infeliz, seu
futuro; em suma, o
conhecimento do mundo
espiritual. (Obra
citada, capítulo II,
item 20, pág. 156.)
Texto para leitura
98. A Igreja não nega
que bons Espíritos
possam comunicar-se,
pois reconhece que os
santos também se têm
manifestado. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
141.)
99. Os Espíritos não vêm
derribar a religião,
mas, como Galileu,
revelar-nos novas leis
da Natureza. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
141.)
100. Os Espíritos
ensinam que a alma não
retrograda, mas progride
sempre. Suas diferentes
existências corpóreas se
cumprem na humanidade,
sendo cada uma um passo
que a alma dá na senda
do progresso intelectual
e moral, o que é coisa
muito diversa da
metempsicose. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pp.
142 e 143.)
101. Deus permite ao
Espírito continuar, em
nova encarnação, o que
ele não pôde acabar em
outra, ou recomeçar o
que fez errado. A
expiação na vida
corporal consiste nas
tribulações que nela
sofremos. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
143.)
102. A reencarnação não
é um sistema imaginado
para satisfação das
necessidades de um
ideal, nem uma opinião
pessoal. Se está
demonstrado que certos
efeitos existentes são
materialmente
impossíveis sem a
reencarnação, é preciso
admitirmos que eles são
a conseqüência desta.
(Cap. I, Terceiro
Diálogo, pág. 143.)
103. A crença espírita
não é indispensável à
salvação dos homens.
Não; os Espíritos que
nos instruem não são
assim tão pouco lógicos.
Eles nos dizem: Deus é
soberanamente justo e
bom, não faz a sorte
futura do homem
subordinar-se a
condições alheias à
vontade deste. Eles não
nos pregam que fora do
Espiritismo não possa
haver salvação, mas sim,
como o Cristo: Fora
da caridade não há
salvação. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
144.)
104. Se o Cristo disse a
verdade, o Espiritismo
não podia dizer outra
coisa, e, em vez de por
isso apedrejá-lo,
deve-se acolhê-lo como
poderoso auxiliar, que
vem confirmar, por todas
as vozes do além-túmulo,
as verdades fundamentais
da religião, combatidas
pela incredulidade.
(Cap. I, Terceiro
Diálogo, pp. 144 e 145.)
105. É inconseqüente a
Igreja quando qualifica
de demoníaco um ensino
que se apóia sobre a
mesma autoridade e que
proclama a missão divina
do fundador do
Cristianismo. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
145.)
106. O Cristo teria
dito, teria revelado
tudo? Não; visto que ele
próprio disse: "Eu teria
ainda muitas coisas a
dizer-vos, mas vós não
podeis compreendê-las; é
por isso que eu vos falo
em parábolas". O
Espiritismo vem hoje, na
época em que o homem
está maduro para
compreendê-lo, completar
e explicar o que o
Cristo propositadamente
não fez senão tocar, ou
não disse senão sob a
forma alegórica. (Cap.
I, Terceiro Diálogo,
pág. 145.)
107. Diz-se que o
Espiritismo nada revela
de novo. É um erro: ele
ensina, ao contrário,
muito àqueles que não se
limitam a um estudo
superficial. Não fizesse
ele mais que propor a
máxima: Fora da
caridade não há salvação,
que reúne os homens, em
vez de: Fora da
Igreja não há salvação,
que os divide, e isso
marcaria uma nova era
para a humanidade. (Cap.
I, Terceiro Diálogo,
pág. 146.)
108. O mundo dos
Espíritos é uma dessas
leis que o Espiritismo
nos faz conhecer; ele
nos ensina a influência
que esse mundo exerce
sobre o corpóreo.
Suponhamos que a isso se
limitasse a sua
utilidade, já não seria
muito a revelação de tal
potência? (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
147.)
109. O Espiritismo é a
negação do materialismo,
que já não tem razão de
ser. Mas isso não é
tudo: a certeza da vida
futura, o quadro vivo
daqueles que nos
precederam nela mostram
a necessidade do bem e
as conseqüências
inevitáveis do mal. Eis
por que, sem ser uma
religião com sacerdócio
constituído, o
Espiritismo se prende
essencialmente às idéias
religiosas,
desenvolve-as naqueles
que não as possuem,
fortifica-as nos que as
têm incertas. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
147.)
110. Se o Espiritismo
não é indispensável à
salvação, facilita-a
firmando-nos no caminho
do bem, porque
engrandece e eleva as
idéias e combate os
abusos engendrados pelo
egoísmo, a cobiça e a
ambição. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
147.)
111. O melhor meio de se
esclarecer sobre o
Espiritismo é estudar
previamente a teoria; os
fatos virão depois,
naturalmente, e serão
facilmente
compreendidos. As
publicações de Kardec
foram feitas no sentido
de favorecer esse
estudo. Eis aqui a ordem
que ele próprio
aconselha: a primeira
leitura a fazer-se é a
deste resumo, que
apresenta o conjunto e
os pontos mais salientes
da ciência. A ignorância
dos princípios
fundamentais é a causa
das falsas apreciações
da maioria daqueles que
querem julgar o que não
compreendem, ou que se
baseiam em idéias
preconcebidas. Se desta
leitura nascer o desejo
de continuar, deve-se
ler "O Livro dos
Espíritos", depois "O
Livro dos Médiuns". Vêm
depois as diversas obras
onde são desenvolvidas
as aplicações e as
conseqüências da
doutrina, como "O
Evangelho segundo o
Espiritismo", "O Céu e o
Inferno" etc. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
149.)
112. As reuniões
frívolas têm o grave
inconveniente de dar aos
noviços, que a elas
assistem, uma idéia
falsa do caráter do
Espiritismo. (Cap. II,
item 5, pág. 153.)
113. Os Espíritos não
são, como supõem muitas
pessoas, uma classe à
parte na criação, porém
as almas, despidas do
seu invólucro corporal,
daqueles que viveram na
Terra ou em outros
mundos. Aquele que
admite a sobrevivência
da alma ao corpo,
admite, pelo mesmo
motivo, a existência dos
Espíritos. Negar os
Espíritos seria negar a
alma. (Cap. II, item 7,
pág. 153.)
114. Quando a alma está
unida ao corpo, durante
a vida, ela tem duplo
invólucro: um pesado,
grosseiro e destrutível
– o corpo; o outro
fluídico, leve e
indestrutível – o
perispírito. (Cap. II,
item 9, pág. 154.)
115. Os Espíritos são
seres concretos e
circunscritos, aos quais
só falta serem visíveis
para se assemelharem aos
humanos. Possuem todas
as percepções que tinham
na Terra, mas em grau
mais alto, porque suas
faculdades não estão
amortecidas pela
matéria. Vêem e ouvem
coisas que nossos
sentidos limitados não
nos permitem ver nem
ouvir. Para eles não há
obscuridade,
excetuando-se os que,
por punição, se acham
temporariamente nas
trevas. (Cap. II, itens
16 e 17, pág. 155.)
(Continua na próxima
edição.)