LEONARDO MACHADO
leo@leonardomachado.com.br e www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)
Entre a
religião
e a
ciência
“A ciência e a religião
são as duas forças da
inteligência humana: uma
revela as leis do mundo
material e a outra as do
mundo moral.” (1)
Escrevendo esta passagem
em 1864, tinha inteira
razão Allan Kardec ao
afirmar a
complementaridade dessas
duas grandes forças do
pensamento humano. Isso
porque uma visão
limitada da vida traz
como conseqüência noções
estreitas sobre a
essência do ser e do
universo. E, desta
forma, não se consegue
obter uma mais perfeita
harmonia no existir.
Acreditar que se
consegue saber tudo
apenas com as revelações
religiosas, ou somente
com as descobertas
científicas, é por
demais ingênuo. Além
disso, pode ser também
perigoso quando,
inchando-se em orgulho,
admite-se ser o detentor
de toda a verdade.
As experiências da Idade
Média e do século XIX,
justamente no momento no
qual o ínclito
codificador propôs
corajosamente uma nova
ordem, mostraram à
humanidade que o
radicalismo
separativista pendendo
exclusivamente para um
destes dois lados é até
capaz de gerar um certo
e aparente
desenvolvimento no
primeiro, porém, gerando
estagnação, revolta e
absurdos logo depois.
Felizmente, porém, cada
vez mais, esta aliança
entre a ciência e a
religião, entrevista
pelo eminente pensador
francês, vem-se tornando
indispensável para um
real desenvolvimento
humano. Quanto mais se
descobre na física
quântica, mais se
aproxima dos conceitos
religiosos
multimilenares. E, na
medida em que antigas
religiões se vão abrindo
para as contribuições
científicas, as
angústias e as dúvidas
dos indivíduos vão sendo
solucionadas de modo
mais abrangente.
Tinha razão, pois,
Albert Einstein ao
afirmar que “a
ciência sem a religião é
paralítica (lahm)
−
a religião sem a
ciência é cega (blind)”.
(2) Isto porque, para um
real crescimento, uma
precisa da outra, uma
complementa a outra, e
tendo um mesmo
princípio, que é Deus,
não podem, se
verdadeiras,
contradizer-se. (3)
Por isso mesmo, em nosso
desenvolvimento não
podemos ignorar a ajuda
que estas duas alavancas
da sabedoria humana têm
a nos oferecer. Tão
indispensável quanto
desbravar, em nossos
dias juvenis, as leis do
mundo material, é
aprendermos a
desenvolver aquelas do
campo moral.
Observa o mundo ao teu
redor e verifica quantas
atrocidades são, e já
foram cometidas em nome
do radicalismo
científico-materialista
e/ou religioso-fanático.
Olha, igualmente, as
quedas daqueles, ao teu
redor, que se não apóiam
nestas duas muletas. E,
assim, verifica como é
importante o estudo
científico, mas, também,
como é urgente um
retorno à religiosidade.
Permaneçamos, portanto,
no caminho do meio do
equilíbrio, não
ignorando que “a
ciência, é verdade,
incha, mas a caridade
edifica” e que “quem
se ufana de seu saber,
nem sequer sabe de que
modo convém saber”.
(4)
Bibliografia:
(4) 1ª.
Espístola de Paulo aos
Coríntios, 8:1 e 2.