14. Tudo o que possuímos
como prova, acrescenta
ele, “diz respeito à
persistência individual
após a separação de
nosso invólucro
terrestre”. “Seria,
pois, presunção
pretender saber o que
nos reservará um futuro
algo obscuro e remoto.
É, na verdade, um amanhã
sobre o qual não temos
necessidade de pensar
agora.” (P. 2)
15. “Que nos baste
saber, no momento -
conclui Lodge -, que
esta vida não é o fim de
nossa individualidade e
que, se soubermos
utilizá-la com retidão,
constituirá ela a
primeira etapa, por
muito tempo adiada, de
uma tarefa sempre mais
efetiva, tarefa em
harmonia com a nossa
natureza íntima,
equivalente, por
conseqüência, à
liberdade completa.” (P.
2)
16. Afirma Lodge que foi
apenas alguns séculos
depois de Copérnico que
a idéia da Terra como um
corpo celeste entre uma
multidão de outros
penetrou na inteligência
popular. Esta grande
revolução no pensamento
é hoje um fato mais ou
menos aceito e admite-se
a existência de uma
porção de outros mundos,
ao menos no tocante à
constituição material e
aos seus movimentos no
espaço. (P. 3)
17. Citando o Padre
Tyrell, Oliver Lodge
lembra que a essência da
religião repousa na
crença em um outro
mundo, em uma outra
ordem de existência e em
nossas tentativas para
entrar em relação com
ele. (P. 5)
18. A base de todas as
religiões - diz Lodge -
é a crença na existência
de um mundo espiritual,
isto é, na existência de
inteligências ou seres
mais elevados do que o
homem. Quando se admite
a existência dessas
inteligências, sente-se
que elas podem
influenciar e
auxiliar-nos. Quando se
entrevê a possibilidade
de entrar em relação com
elas e obter seu
auxílio, torna-se essa
crença mais do que
intelectual e desabrocha
em forma de religiões
mais ou menos perfeitas.
(P. 5)
19. Os sábios, no
entanto, reagiram contra
essa tendência para o
supranormal e alguns vão
até ao desprezo e à
condenação dessas
experiências, sob a
alegação de que estas se
encontram fora da
verdadeira ciência,
enquanto outros as
aceitam, humildemente,
sem buscar pesquisar e
compreender. (P. 5)
20. A maioria, porém,
considerando de forma
respeitosa e mesmo
compassiva a conduta das
pessoas religiosas, é de
opinião que essas coisas
nada têm a ver com as
suas ocupações
profissionais e
intelectuais e, sem
negá-las, por elas não
se interessam. (P. 5)
21. As negações de ordem
especulativa deveriam
ser confirmadas por
conhecimentos mais
extensos e o apoio da
Ciência, mas, no decurso
destes últimos anos,
vários daqueles que
haviam consagrado suas
vidas aos estudos
científicos fixaram a
sua atenção sobre certos
fenômenos bizarros e
pouco comuns, fenômenos
que muitas pessoas
consideram como a
demonstração da
existência de um mundo
invisível e supranormal,
e provavelmente
espiritual. (P. 7)
22. Após detido estudo
desses fenômenos, alguns
chegaram à conclusão de
que a explicação mais
fácil a respeito deles
se encontra na hipótese
de que nossa existência
não é limitada apenas à
Terra e às coisas
terrestres, como
supomos, e que estamos
em relação e em contato
com uma outra espécie de
vida. (P. 7)
23. Uma segunda
revolução de Copérnico
está assim em curso: a
Terra não é mais a
morada única da
inteligência. A
inteligência penetra e
domina o Espaço. Ela é
ativa em toda parte, não
está ausente em parte
alguma. (P. 7)
24. Parece também que a
vida encarnada, tal como
a conhecemos, tem
necessidade da
substância complexa a
que chamamos
protoplasma, à guisa de
morada. Essa aglomeração
molecular complexa não
se pode formar senão em
uma temperatura bastante
baixa. O mesmo se dá com
certos átomos de que ela
se compõe. (P. 7)
25. A vida na Terra se
acha distinta e
evidentemente associada
à matéria, em toda a
parte que isso seja
possível. Além disso, é
possível imaginar uma
outra estrutura composta
de éter, tão sólida e
substancial quanto a
matéria ordinária, com a
diferença de que ela
ultrapassa o limite dos
nossos sentidos
corporais e que não está
sujeita à intervenção
muscular direta. (P. 8)
26. O corpo material,
que vemos e tocamos, não
é nunca o corpo inteiro.
Ele deve possuir uma
contraparte para manter
sua entidade. “Em minha
opinião - diz Lodge -, a
vida e o Espírito não
estão nunca diretamente
associados à matéria e
não podem agir senão
indiretamente por suas
conexões com um veículo
etérico que é o seu real
instrumento, um corpo
etérico, que, por sua
inter-reação, é capaz de
influenciar a matéria.”
(P. 9)
(Continua no próximo
número.)