"O Consolador":
uma
análise crítica
A revista O
Consolador é objeto
de análise
no programa
"Observatório Espírita",
promovido pela ADE
Campinas
Ao contrário do que se
pode imaginar, a análise
de um periódico espírita
não envolve
conhecimentos profundos,
restritos a um ou outro
companheiro
espírita, ligados a
esta ou aquela
instituição de
renome. Ao
contrário, toda e
qualquer pessoa com
um mínimo de
vivência em um
centro espírita,
seja como expositor
de palestras, como
um dirigente de
curso, ou
tão-somente como um
leitor atento, que
procura separar o
fundo da forma, é
capaz de se dedicar
a essa tarefa.
Foi
baseada nessa proposta
que a ADE, a Associação
de Divulgadores do
Espiritismo de Campinas,
através da WEB Rádio
Espírita Campinas, criou
o programa “Observatório
Espírita” (O.E.), que
vai ao ar todas as
sextas-feiras a partir
das 20h30, podendo ser
acessado no endereço
www.adecampinas.org.br.
O objetivo do O.E. é
apresentar algumas
referências dos
principais periódicos
espíritas, impressos e
digitais, colaborando
assim para o estímulo da
leitura crítica por
parte do leitor. Nesse
sentido, semanalmente, a
equipe de comunicadores
da ADE seleciona dois
periódicos que servirão
de base para os
comentários. O jornal
"Abertura", a revista
Reformador, o jornal
"ComunicAção", a revista
"O Consolador", a
Revista Internacional de
Espiritismo, o Correio
Fraterno, O Clarim, o
Jornal de Espiritismo, o
Jornal Despertador, a
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Parceria entre ADE
Campinas e ADE
São Paulo (da
esquerda para
direita: Luciano
Pereira (CPS),
Milton Felipeli
(SP), Dermeval
Carinhana (CPS)
e Éder Fávaro
(SP). |
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Vista parcial do
estúdio (Dermeval
Carinhana e
Luciano Pereira) |
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Trabalhos
técnicos (Carlos
Garcia) |
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Revista Espírita
Harmonia, o jornal
“Dirigente
Espírita”, o Boletim
SEI, o Boletim GEAE, o site “Panorama
Espírita", o site
“Portal do Espírito", o
jornal “Verdade e Luz”
são alguns dos
periódicos que foram
apreciados nestes
primeiros quatro meses
do programa. |
Toda a análise visa
ressaltar os pontos
positivos das matérias e
textos publicados nos
periódicos, enfatizando
o trabalho acumulado por
detrás de cada palavra.
Evidentemente, há
diversas idéias que
chocam frontalmente à
maneira que entendemos
as coisas. Contudo, como
mencionado, nossa
proposta não é
colocar-nos como
árbitros. Ao contrário,
preferimos adotar a
postura de Allan Kardec,
tal como pode ser
observado no seguinte
texto:
“Eu não forço nenhuma
convicção. Quando
encontro pessoas
sinceramente desejosas
de se instruírem e que
me dão a honra de
solicitar-me
esclarecimentos, é para
mim um prazer, e um
dever, responder-lhes no
limite dos meus
conhecimentos.” (Capítulo
I, Primeiro Diálogo – O
Crítico, “O que é o
Espiritismo”.)
Em determinadas
circunstâncias,
especialmente nas
questões ligadas à área
de
Divulgação/Comunicação,
procuramos oferecer
alguns contrapontos e
esclarecimentos, visando
tão-somente o
desenvolvimento de novas
idéias. Em resumo, a
linha editorial do O.E.
é proativa, no sentido
de incentivar e
estimular as idéias que
nos pareçam mais
adequadas, deixando a
critério do
ouvinte/leitor sua
aceitação ou não, e
mesmo a adoção de
outras. E, baseado na
experiência que temos
acumulado, pode-se
afirmar que a imprensa
espírita cada vez mais
tem-se aperfeiçoado na
produção de um material
de alta qualidade.
Nesse sentido, tanto
periódicos de
abrangência mais
localizada, como é o
caso do jornal “Verdade
e Luz”, da USE-Ribeirão
Preto, até uma revista
de âmbito nacional, como
é o caso da Revista
Internacional do
Espiritismo, da Casa
Editora “O Clarim”,
passando por publicações
especializadas na área
da Comunicação Social
Espírita, como é o caso
do jornal “ComunicAção”
e da Revista Espírita
Harmonia, trazem em suas
páginas assuntos e
matérias que há muito
deixaram de ser uma mera
repetição de textos
encontradas nas obras
espíritas em geral,
ainda que vez ou outra é
possível se deparar com
essa realidade. Ao
contrário, essas
publicações, têm-se
dedicado ao
desenvolvimento das
idéias espíritas,
esforçando-se, tanto
quanto possível, por
aplicá-las dentro do
contexto da sociedade
atual. Certamente há um
grande espaço para se
avançar, mas, segundo
nossa opinião, está-se
no caminho certo.
Uma pequena mostra de
que essa percepção é
realmente fundamentada
em fatos concretos é a
própria crítica que nos
propomos a realizar a
respeito da revista “O
Consolador”. Ao tomarem
ciência de que esse
periódico seria motivo
de nossas discussões,
seus editores
solicitaram prontamente
que a apreciação fosse
publicada na própria
revista. Ora, esse é um
fato significativo, pois
é o que se espera de uma
imprensa livre
genuinamente espírita,
aquela que está
comprometida com a
verdade pela verdade,
sem qualquer receio de
se deparar com eventuais
opiniões contrárias.
Portanto, nossa primeira
avaliação que, ao optar
pelo diálogo com outros
veículos de comunicação,
“O Consolador” está
prestando um excelente
exemplo para o meio
espírita, sem falar no
fato de que está
garantindo a si próprio,
e, por conseqüência, aos
seus leitores, a
possibilidade de crescer
ainda mais com as
experiências de outros
irmãos espíritas.
O diálogo parece ser
mesmo uma vocação
natural de “O
Consolador”. Um fato que
nos chamou a atenção
logo quando tomamos
contato com essa
publicação foi a
existência de uma seção
denominada “Carta ao
leitor”. Comum nos
veículos da grande
imprensa, poucos
periódicos espíritas têm
a preocupação de
estabelecer um canal
mais próximo dos
leitores.
Tendo como pano de fundo
a característica
suavidade proporcionada
pelos ensinos espíritas,
a equipe editorial
consegue realmente
estabelecer uma pequena
conversa com os
leitores, preparando-os
e estimulando para os
diversos conteúdos que
encontrarão ao longo da
publicação. Esse é um
ponto que merece um
importante destaque: a
horizontalidade e
profundidade dos temas.
Ao ser horizontal, o
periódico se mostra
capaz de cobrir
diferentes assuntos em
cada edição.
Apenas como exemplo, a
edição analisada por
nossa equipe, a de
número 28, trazia em
suas páginas desde uma
entrevista com um
dirigente espírita da
Estônia (reforçamos aqui
o que dissemos no ar:
essa entrevista é
indispensável para os
que se interessam pelo
estudo do movimento
espírita) até uma
preciosa coluna,
denominada “Questões
Vernáculas”, onde os
comunicadores espíritas
em geral podem recolher
práticas e importantes
informações quanto à
gramática portuguesa.
Para ilustrar a
profundidade, citamos um
brilhante
artigo-divulgação da
Revista Espírita,
intitulado “Kardec
profetizou em 1866 o
surgimento do pneu, que
apareceu só em 1888”,
cujos autores foram
capazes de promover uma
bela análise psicológica
de um texto
aparentemente sem
importância do periódico
editado por Allan
Kardec, mostrando que se
pode aprender com tudo e
com todos.
Por fim, “O Consolador”
possui uma
característica que enche
os olhos de todo
comunicador espírita: a
gratuidade. Ainda que
sejamos da opinião de
que os periódicos
impressos sempre
continuarão a ter espaço
garantido dentro da
imprensa em geral, cada
vez mais as tecnologias
existentes, em especial
a internet, garantem a
universalização das
informações de maneira
geral. Tal é a
capacidade de penetração
de um periódico digital,
como é o caso de “O
Consolador”, que à
medida que consultávamos
suas páginas e fazíamos
nossos apontamentos,
durante o O.E.,
incentivávamos os
ouvintes de nossa WEB
Rádio a fazer o mesmo,
uma vez que, a despeito
de utilizarem canais de
comunicação diferentes,
a linguagem falada e a
escrita,
respectivamente, ambos
os veículos se utilizam
da internet.
Quais as implicações
disso para um periódico
espírita? Ora,
simplesmente, que seu
raio de ação é expandido
para virtualmente todos
os cantos do planeta.
Imagine-se, por exemplo,
qual a penetração de um
periódico como esse
traduzido integralmente
para línguas como o
inglês, espanhol ou
ainda para o esperanto,
que, aliás, conta com
uma coluna fixa em suas
páginas. Certamente,
muitos espíritas ao
redor do mundo teriam
muito o que comemorar.
Fica aí registrada nossa
crítica-sugestão aos
amigos responsáveis pelo
“O Consolador”.
Por fim, gostaríamos de
afirmar publicamente que
nos sentimos honrados e
felizes pelo convite dos
irmãos paranaenses. Em
uma época em que cada
vez mais se discutem os
rumos daquilo que
entendemos por “meio
espírita”, nós, da
Associação de
Divulgadores do
Espiritismo de Campinas,
entendemos que é o
estreitamento dos laços
pessoais, sejam eles
estimulados pelo contato
entre as instituições,
que permitirá, de fato,
que o Espiritismo venha
a cumprir sua missão,
que é a de fazer pessoas
de bem. Para ilustrar
esse pensamento,
finalizamos nossa
crítica com um pequeno
trecho de Allan Kardec a
respeito do contato com
outros companheiros
espíritas.
“Em resumo, nossa
viagem tinha uma dupla
finalidade: oferecer
orientações onde estas
houvesse necessidade e,
ao mesmo tempo, nos
instruirmos a nós
mesmos. Desejávamos ver
as coisas com nossos
próprios olhos, para
julgar do estado real da
doutrina e da maneira
pela qual ela é
compreendida; estudar as
causas locais favoráveis
ou desfavoráveis ao seu
progresso, sondar as
opiniões, apreciar os
efeitos da oposição e da
crítica e conhecer o
julgamento que se faz de
nossas obras. Estávamos
desejosos, sobretudo, de
apertar a mão de nossos
irmãos espíritas e de
lhes exprimir
pessoalmente nossa
sincera e viva simpatia
(...) dar, em nome da
Sociedade de Paris e em
nosso próprio nome, em
particular, um
testemunho especial de
gratidão e de admiração
a esses pioneiros da
obra espírita (...).”
(Impressões Gerais,
Viagem Espírita em
1862.)
Nota ao leitor:
A Web Rádio Espírita
Campinas, mantida pela
ADE - Associação de
Divulgadores do
Espiritismo de Campinas,
é uma rádio via internet
que pode ser acessada de
qualquer ponto do mundo,
inclusive por conexões
discadas (telefone).
Para acessá-la, basta
entrar na página
www.adecampinas.org.br/.
Além dos programas ao
vivo, é possível o
acesso, a qualquer
momento, a programas
anteriores, que se
encontram gravados na
página.