MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Missionários da Luz
André Luiz
(8a
Parte)
Continuamos nesta edição
o estudo da obra
Missionários da Luz,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual
integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Por que não se pode
permitir a presença de
pessoa alcoolizada nas
reuniões de
materialização?
R.: A razão é clara: os
princípios etílicos que
o alcoólatra exterioriza
pelas narinas, boca e
poros são eminentemente
prejudiciais a
semelhante trabalho.
Doses mínimas de álcool
intensificam o processo
digestivo e favorecem a
diurese, mas o excesso é
tóxico destruidor. As
emanações de álcool de
cana, quando ingerido em
doses altas, são
altamente nocivas aos
delicados elementos de
formação plástica
indispensáveis ao
trabalho de
materialização, e
constituem sério perigo
às forças exteriorizadas
do aparelho mediúnico.
(Missionários da Luz,
cap. 10, págs. 115 a
118.)
B. A música é útil às
sessões de
materialização?
R.: Sim, porque a música
tem o efeito de distrair
a atenção deseducada dos
componentes da reunião.
(Obra citada, cap.
10, págs. 118 e 119.)
C. Que recursos são
utilizados pelos
Espíritos para obtenção
desse fenômeno?
R.: Além da força
nervosa exteriorizada
pelo médium, são
utilizados vários
materiais fluídicos
extraídos no ambiente e
também recursos da
Natureza. (Obra
citada, cap. 10, págs.
119 e 120.)
D. A força nervosa que
permite o fenômeno de
materialização é
propriedade apenas de
alguns indivíduos?
R.: Não. Todos os homens
a possuem com maior ou
menor intensidade;
entretanto, é preciso
compreender que não nos
encontramos, ainda, no
tempo de generalizar as
realizações porque esse
domínio, segundo
Alexandre, exige
santificação e o homem
não abusará no setor do
progresso espiritual,
como vem fazendo nas
linhas de evolução
material, onde
prodigiosas dádivas
acabam se transformando
em forças de destruição
e miséria. (Obra
citada, cap. 10, págs.
120 a 122.)
Texto para leitura
50. Um embriagado
no recinto - De
repente ocorreu grande
choque de vibrações no
ambiente. Dois
servidores
aproximaram-se de
Alencar e um deles
explicou, espantado, que
alguém se aproximava do
recinto em condições
indesejáveis. O homem
bebera alcoólicos em
abundância e era preciso
isolá-lo. O problema era
muito grave e não podia
haver perda de tempo.
Alexandre aproveitou o
ensejo para elucidar a
questão: Nestes
fenômenos, André, os
fatores morais
constituem elemento
decisivo de organização.
Não estamos diante de
mecanismos de menor
esforço e, sim, ante
manifestações sagradas
da vida, em que não se
pode prescindir dos
elementos superiores e
da sintonia vibratória.
Nesse instante, o senhor
P... transpunha a porta.
Na aparência, parecia
equilibrado; não se
revelava, exteriormente,
qualquer traço de
embriaguez. Diversas
entidades, porém, a um
sinal de Alencar,
cercaram-no à pressa,
como enfermeiros
cuidando de doente
grave. André não
entendeu o que
acontecia. Afinal, o
homem parecia calmo e
normal. Alexandre
explicou: – Sim,
parecer não é tudo. A
respiração dele, em
semelhante estado, emite
venenos. Noutro núcleo
poderia ser tratado
caridosamente, mas aqui,
atendendo-se à função
especializada do
recinto, os princípios
etílicos que exterioriza
pelas narinas, boca e
poros são eminentemente
prejudiciais ao nosso
trabalho. Como vemos, há
necessidade de
preparação moral para
qualquer trato. A
viciação, em qualquer
sentido, antes de tudo,
deprime o viciado, mas
perturba igualmente os
outros. (Cap. 10,
págs. 115 a 116)
51. Vibrações
antagônicas -
Alexandre disse que
doses mínimas de álcool
intensificam o processo
digestivo e favorecem a
diurese, mas o excesso é
tóxico destruidor. As
emanações de álcool de
cana, ingerido pelo
companheiro em doses
altas, são altamente
nocivas aos delicados
elementos de formação
plástica que seriam, em
seguida, conferidos ao
esforço do grupo, além
de constituírem sério
perigo às forças
exteriorizadas do
aparelho mediúnico. O
senhor P... foi então
cercado pelas entidades
operantes e neutralizado
pela influenciação
delas, à maneira de
detrito anulado por
abelhas laboriosas, em
plena atividade na
colmeia. O problema,
porém, não se reduzia a
isso, porque os amigos
terrestres presentes à
sessão emitiam
solicitações
silenciosas, entrando as
vibrações mentais em
conflito ativo,
prejudicando os
serviços. Não havia ali
o espírito de
entendimento necessário.
As expectativas do grupo
terrestre eram
conflitantes. Diversos
servidores espirituais
começaram então a
combinar as radiações
magnéticas dos
encarnados, a fim de
constituírem material de
cooperação, enquanto
Calimério, projetando
suas energias sobre a
médium, operava-lhe o
desdobramento. Verônica
e outras amigas
desencarnadas amparavam
a jovem, parcialmente
libertada do veículo
físico, mas ainda
confusa e inquieta ao
lado do corpo, já
mergulhado em transe. Em
seguida, sob a ação do
nobre dirigente da
tarefa, se exteriorizava
a força nervosa, à
maneira dum fluxo
abundante de neblina
espessa e leitosa. A
perturbação vibratória
do ambiente, contudo,
continuava, e Calimério
pediu providências a
Alencar. (Cap. 10, págs.
117 e 118)
52. O auxílio da
música -
Calimério disse: –
Alencar, é necessário
extinguir o conflito de
vibrações. Nossos amigos
ignoram ainda como
auxiliar-nos,
harmonicamente, através
das emissões mentais. É
mais razoável se
abstenham da
concentração por agora.
Diga-lhes que cantem ou
façam música de outra
natureza. Procure
distrair-lhes a atenção
deseducada.
Alexandre foi solicitado
a intervir. Ele
improvisou então, com
André, uma garganta
ectoplásmica. André
ajudou-o na mentalização
das minúcias anatômicas
do aparelho vocal. A
força nervosa do médium
é matéria plástica e
profundamente sensível
às nossas criações
mentais, asseverou
Alexandre, que tomou
pequena quantidade
daqueles eflúvios
leitosos, que se
exteriorizavam
particularmente através
da boca, das narinas e
dos ouvidos do aparelho
mediúnico, e, como se
guardasse nas mãos
reduzida quantidade de
gesso fluido, começou a
manipulá-lo, dando a
impressão de estar
completamente alheio ao
ambiente, pensando
exclusivamente na
criação do momento. Aos
poucos formou-se um
delicado aparelho
fonador. No íntimo do
esqueleto cartilaginoso,
esculturado com
perfeição na matéria
ectoplásmica,
organizavam-se os fios
tenuíssimos das cordas
vocais, elásticas e
completas na fenda
glótica e, em seguida,
Alexandre experimentou
emitir alguns sons,
movimentando as
cartilagens aritenóides.
Estava formada uma
garganta irrepreensível.
Com assombro, André
verificou que através do
pequeno aparelho
improvisado e com a
cooperação dos sons de
vozes humanas, guardados
na sala, a voz de
Alexandre pôde ser
integralmente percebida
por todos os encarnados
presentes. E ele então
falou pela garganta
artificial, como quem
utilizava um instrumento
vocal humano: – Meus
amigos, a paz de Jesus
seja convosco!
Ajudem-nos, cantando!
Façam música e evitem a
concentração!...
(Cap. 10, págs. 118 e
119)
53. Surge Alencar
materializado -
Fez-se música no
ambiente e, em seguida,
o Irmão Alencar, depois
de ligar-se
profundamente à
organização mediúnica,
tomava forma, ali mesmo,
ao lado da médium,
sustentada por Calimério
e assistida por
numerosos trabalhadores.
Aos poucos, valendo-se
da força nervosa
exteriorizada e de
vários materiais
fluídicos extraídos no
interior da casa,
aliados a recursos da
Natureza, Alencar surgiu
aos olhos de todos
perfeitamente
materializado. André
observou que a médium
era o centro de todos os
trabalhos. cordões
tenuíssimos ligavam-na à
forma do controlador e,
quando tocávamos
levemente na organização
mediúnica, o amigo
corporificado
demonstrava evidentes
sinais de preocupação, o
mesmo acontecendo com a
médium em relação a
Alencar. Os gestos
incontidos de entusiasmo
dos assistentes, que
tentavam cumprimentar
diretamente o mensageiro
materializado,
repercutiam
desagradavelmente no
organismo da
intermediária. A
entidade materializada
manteve pequena palestra
diante dos companheiros
terrestres extasiados,
mas o que impressionava
André Luiz não eram as
palavras que ele dizia
e, sim, a beleza do
fato, a realidade da
materialização, dando
ensejo a dilatadas
esperanças no futuro
humano, quanto à fé
religiosa, à filosofia
confortadora da
imortalidade e à ciência
enobrecida, a serviço da
razão iluminada. (Cap.
10, págs. 119 e 120)
54. Considerações
em torno do fenômeno
- Aproximando-se de
André, Alexandre
considerou: – Repare
na grandeza do
acontecimento. O médium
desempenha o papel de
entidade maternal,
enquanto Alencar, sob a
influência positiva de
Calimério, permanece em
temporária filiação ao
organismo mediúnico.
Todas as formas que se
materializarem serão
"filhas provisórias" da
força plástica da
intermediária. O amigo
que conversa com os
encarnados é Alencar,
mas os seus envoltórios
do momento são nascidos
das energias passivas da
médium e das energias
ativas de Calimério, o
mais elevado diretor
desta reunião. Se
forçarmos o médium em
nosso plano, feriremos
Alencar em processo de
materialização; se os
companheiros terrenos
violentarem o
mensageiro,
repentinamente
corporificado,
esfacelarão a médium,
acarretando
conseqüências funestas e
imprevisíveis. André
perguntou-lhe se aquela
força nervosa era
propriedade apenas de
alguns privilegiados na
Terra e Alexandre
respondeu que não, pois
todos os homens a
possuem com maior ou
menor intensidade;
entretanto, é preciso
compreender que não nos
encontramos, ainda, no
tempo de generalizar as
realizações. Esse
domínio exige
santificação e o homem
não abusará no setor do
progresso espiritual,
como vem fazendo nas
linhas de evolução
material, onde
prodigiosas dádivas
acabam se transformando
em forças de destruição
e miséria. Nesse campo
de realizações sublimes,
portanto, a ignorância,
a vaidade e a má fé
permanecem incapacitadas
por si próprias,
traçando fronteiras de
limitação para si
mesmas. (Cap. 10, págs.
120 e 121)
55. Mãos e flores
no ambiente - Ao
apelo de Alencar e com o
concurso generoso de
Calimério,
materializaram-se também
mãos e flores, à maneira
de mensagens afetuosas
para os assistentes da
reunião. Reinava grande
alegria entre todos, com
exceção do Sr. P..., que
revelava intraduzível
mal-estar, sob o
controle direto de
vários Espíritos que lhe
neutralizavam a nociva
influência. Em breves
minutos, os trabalhos da
noite chegaram ao fim,
cooperando todos os
Espíritos para que a
médium fosse
perfeitamente
reintegrada no seu
patrimônio psicofísico.
André registrou, no
entanto, que, apesar de
todos os esforços dos
benfeitores
desencarnados, era muito
reduzido o entendimento
dos encarnados, que se
semelhavam a crianças
afoitas, mais
interessadas no
espetáculo inédito que
propriamente à
consagração ao serviço
divino. André estava
francamente desapontado.
Tantos emissários
celestes a se esforçarem
por meia dúzia de
pessoas distantes do
propósito de servir à
causa da verdade e do
bem! E expôs seu
pensamento a Alexandre,
que lhe falou,
tranqüilo: – E Jesus?
Considera você que Ele
tenha trabalhado somente
para os galileus que o
não compreendiam? Julga
que tenha ensinado tão
só no templo de
Jerusalém? Não, meu
amigo: convença-se de
que todos os nossos
atos, no bem ou no mal,
estão sendo praticados
para a Humanidade
inteira. Por agora, os
nossos companheiros
terrestres não nos
entendem, nem cresceram
devidamente para a
completa consagração a
Jesus, mas a semeadura é
viva e produzirá a seu
tempo. Nada se perde.
(Cap. 10, págs. 121 e
122)
(Continua no próximo
número.)
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