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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 32 - 25 de Novembro de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O que é o Espiritismo
Allan Kardec
(Parte 10)

Continuamos nesta edição o estudo do livro O que é o Espiritismo, que surgiu em Paris em julho de 1859, o qual será aqui apresentado em 14 partes. As páginas citadas no texto referem-se à 20a edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Como definir o perispírito?

O perispírito é o invólucro fluídico da alma que, durante a encarnação, serve de intermediário entre ela e o corpo material e, na erraticidade, é o veículo de que o Espírito se utiliza em suas relações com o mundo exterior. É por meio dele que o Espírito age sobre o corpo material quando vivo, e é com esse mesmo fluido que ele se manifesta agindo sobre a matéria e produzindo ruídos e movimentos de objetos. Invisível no seu estado normal, o perispírito pode tornar-se visível e mesmo tangível. É assim que se produzem as aparições. (O que é o Espiritismo, capítulo II, itens 28 a 30, págs. 159 e 160.)

B. Como pode o Espírito, um ser etéreo, agir sobre a matéria bruta?

A ação do Espírito sobre a matéria bruta se explica pelas propriedades do perispírito e por sua capacidade de manipular, pela vontade, os fluidos ambientes. (Obra citada, capítulo II, itens 30 e 31, págs. 160 e 161.)

C. Os Espíritos podem responder a qualquer pergunta?

Não. Eles só podem responder sobre aquilo que sabem, conforme seu estado de adiantamento, e ainda dentro dos limites do que lhes é permitido dizer-nos, porque há coisas que eles não podem revelar aos homens. (Obra citada, capítulo II, itens 35 e 36, pág. 163.)

D. Que é necessário para que uma reunião espírita seja proveitosa?

Para ser proveitosa, a reunião deve, como condição primacial, ser séria e realizada com recolhimento, respeito e religiosidade. (Obra citada, capítulo II, itens 44 a 46, pág. 166.) 

Texto para leitura

116. Os nossos pensamentos repercutem nos Espíritos que nos cercam e eles os lêem como em um livro aberto, de modo que o que podíamos esconder a alguém, durante a vida terrena, não mais o podemos depois de sua desencarnação. (Cap. II, item 17, pág. 156.)

117. Os Espíritos estão em toda parte, ao nosso lado, acotovelando-nos e observando-nos sem cessar. Eles conservam as afeições sérias que tinham na Terra e ficam felizes em se juntarem àqueles a quem amaram. (Cap. II, itens 18 e 19, pág. 156.)

118. Não sendo mais que as almas dos homens, os Espíritos não adquirem a perfeição logo que deixam o envoltório terrenal. Seu progresso só se faz com o tempo, e não é senão paulatinamente que se despojam das suas imperfeições e conquistam os conhecimentos que lhes faltam. (Cap. II, item 21, pág. 157.)

119. As comunicações entre os Espíritos e os viventes encarnados são possíveis e essa possibilidade foi demonstrada pela experiência. A dúvida sobre a possibilidade das comunicações de além-túmulo, é a idéia falsa que se faz do estado da alma depois da morte. (Cap. II, itens 22 e 23, pp. 157 e 158.)

120. As manifestações espíritas ocorreram em todas as épocas e em todos os povos. Entretanto, nestes últimos tempos as manifestações tomaram grande desenvolvimento e adquiriram maior caráter de autenticidade, porque estava nas vistas da Providência pôr termo à praga da incredulidade e do materialismo, mediante provas evidentes, permitindo aos que deixaram a Terra vir atestar sua existência e revelar-nos sua situação feliz ou infeliz. (Cap. II, item 24, pág. 158.)

121. As relações entre os mundos visível e invisível podem ser ocultas ou patentes, espontâneas ou provocadas. (Cap. II, item 25, pág. 158.)

122. Os Espíritos atuam sobre os homens ocultamente, sugerindo-lhes pensamentos e influenciando-os por meio de efeitos apreciáveis aos sentidos. Às vezes, os Espíritos se manifestam espontaneamente por pancadas e ruídos; é, muitas vezes, um meio que empregam para atestar sua presença e chamar sobre si a atenção. (Cap. II, itens 25 e 27, pp. 158 e 159.)

123. Pode-se, assim, ver que as manifestações espíritas, de qualquer natureza, nada têm de maravilhoso e sobrenatural; são fenômenos que se produzem em virtude da lei que rege as relações do mundo visível com o invisível, lei tão natural quanto as da eletricidade, da gravitação etc. Aqueles, pois, que acusam o Espiritismo de ressuscitar o maravilhoso, provam que falam do que não conhecem. (Cap. II, itens 32 e 33, pág. 162.)

124. As manifestações dos Espíritos dividem-se em efeitos físicos e comunicações inteligentes. Os primeiros consistem em fenômenos materiais ostensivos - movimento de objetos, ruídos, transporte etc. Os outros consistem na troca regular de pensamentos por meio de sinais, da palavra e, principalmente, da escrita. (Cap. II, item 34, pág. 163.)

125. Reconhece-se a qualidade dos Espíritos por sua linguagem; a dos Espíritos bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica e isenta de contradições; nela se respira a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a mais pura moral; ela é concisa e despida de redundâncias. (Cap. II, item 37, pág. 164.)

126. Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes, mas não são todos essencialmente maus; alguns são apenas ignorantes e levianos. (Cap. II, itens 38 e 39, pág. 164.)

127. Os Espíritos superiores não se ocupam senão de comunicações inteligentes que nos instruam; as manifestações físicas ou puramente materiais são, mais especialmente, obra dos Espíritos inferiores. (Cap. II, item 40, pág. 164.)

128. Devemos sempre estar calmos e concentrados, quando entrarmos em comunicação com os Espíritos. (Cap. II, item 41, pág. 165.)

129. Os Espíritos são livres e só se comunicam quando querem, com quem lhes convém e quando suas ocupações lho permitem. Eles não estão à ordem e à mercê de quem quer que seja. A ninguém é dado fazê-los manifestar-se quando não o queiram. Só o charlatanismo tem princípios infalíveis. (Cap. II, item 42, pág. 165.)

130. Os Espíritos são atraídos pela simpatia, semelhança de gostos, caracteres e intenção dos que desejam a sua presença. Os superiores não vão às reuniões fúteis, nem se prestam a responder a futilidades. (Cap. II, item 43, pág. 165.) (Continua na próxima edição.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita