40. Ora, o poder
dirigente pode continuar
a funcionar muito tempo
depois do abandono do
mecanismo subordinado,
contudo não o poderá
fazer sem instrumento. O
espiritual e o material
parecem continuamente em
relação. A Divindade age
por meio de seus
agentes. O homem é um
instrumento das forças
superiores e ele próprio
tem necessidade de
instrumentos para o
exercício e a
manifestação de suas
faculdades. (PP. 18 e
19)
41. A
quarta proposição - um
indivíduo é uma
encarnação temporária de
algo imortal - trata do
problema da identidade
pessoal. “Parece-me hoje
provável - entende
Lodge - que a
individualidade se
formou durante o
isolamento da matéria,
do que podemos chamar
substância psíquica
bruta, não
experimentada. O corpo é
gradualmente saturado
pela psique ou alma não
identificada, segundo as
suas capacidades de
recepção, porção
infinitesimal no começo
do processo, aumentando
pouco a pouco numa
medida certa em razão
dos esforços e das
oportunidades do ser.”
(P. 19)
42. A
alma, agora
identificada, conserva
suas capacidades, suas
aptidões, seus gostos, a
memória e a experiência
adquiridas durante a
vida terrena,
adicionando esse
acréscimo de valor ao
Todo que ela junta,
apropriado à sua
natureza. (P. 20)
43. A
quinta proposição
implica a idéia de que a
encarnação terrena tem
um fim e que podemos
compreender-lhe
parcialmente a razão. “O
corpo - assevera
Lodge - é um belo
instrumento de
educação.” (P. 20)
44. Todo conhecimento,
reconhece Lodge, é
difícil de adquirir e
exige certo esforço: sem
instrução e sem esforços
os nossos conhecimentos
seriam bem limitados.
“As dificuldades assim
encontradas fazem parte
da educação da alma; o
valor do caráter
individual depende do
bom êxito de seus
esforços, da utilização
de condições especiais,
enfim, da sabedoria dos
meios de seu emprego. O
episódio, que é a vida
terrena, é, pois, de
grande transcendência
para desenvolver o
caráter, ampliar os
conhecimentos, cultivar
novas amizades e
aumentar, de um modo
geral, a riqueza da
vida.” (P. 21)
45. A
sexta proposição afirma
que as realidades são
permanentes e não
dependem dos veículos
materiais que
manifestam, ajudam e
tornam possíveis as
nossas compensações. (P.
21)
46. É preciso
reconhecer, diz Lodge,
que os nossos sentidos
nos ensinam muito pouco,
ou mesmo nada,
diretamente do Universo
em seu conjunto. “Eles
nos limitam à percepção
da matéria. Não
percebemos mesmo, na
realidade, senão
vibrações, senão os
corpos sonoros,
luminosos ou iluminados,
de onde eles provêm.” É
por isso que a matéria
desempenha papel tão
vasto em nosso
pensamento e certas
pessoas são levadas a
crer somente nela. (P.
22)
47. Tornar possível à
alma a encarnação é a
mais alta função da
matéria, é a sua
apoteose. Essa é sua
glória principal e sua
razão de ser, porque a
alma é a fôrma e o
modelo do corpo, que é
feito para encaixar e
auxiliar a alma. (P. 23)
48. A
sétima proposição
comporta a prova da
sobrevivência humana,
uma questão de
importância capital. Eis
a pedra de toque do
problema e, para tanto,
devemos recorrer à
experiência, guiar-nos
por fatos resultantes da
observação e estabelecer
a sobrevivência da alma
individual, não por meio
da lógica, mas por meio
de fatos. (PP. 24 e 25)
49. O meio mais direto
de fazê-lo seria
seguramente o de
permanecermos em
comunicação com os
mortos, para sabermos se
eles sempre existem e se
conservam, sem
modificação, o caráter e
a memória. (P. 26)
50. A
mediunidade nos
possibilitou essa
comunicação, porque
encontramos seres cuja
faculdade receptiva ou
telepática é
particularmente
desenvolvida: são os
chamados médiuns,
e é por eles, e com o
auxílio deles, que nos é
possível obter o
privilégio da
comunicação indireta com
os desencarnados. (P.
27)
51. Essa faculdade
parece independer de
raça, sexo, educação e
mesmo da inteligência.
Encontra-se nos homens,
nas mulheres e nas
crianças. Uns são
instruídos, outros
ignorantes, mas a maior
parte deles são
criaturas comuns e
simples que não seriam
jamais consideradas
pessoas excepcionais.
(P. 27)
52. A
maneira de exercer os
dons varia segundo os
casos. A faculdade
receptiva não é nunca
contínua. Uma certa
serenidade é bem
necessária. O organismo
corpóreo é posto em ação
por uma inteligência que
não é a sua. Em certos
casos, o operador
espiritual age
diretamente sobre o
organismo, por
intermédio do aparelho
cérebro neuromuscular.
Em outros casos, a
transmissão parece de
natureza telepática. (P.
27)
(Continua no próximo
número.)