D. Para que serve o
estudo do Espiritismo?
O estudo do Espiritismo
serve para provar
materialmente a
existência do mundo
espiritual. Como esse
mundo é formado pelas
almas daqueles que
viveram, resulta de sua
admissão a prova da
existência da alma e de
sua sobrevivência ao
corpo. As almas que se
manifestam revelam-nos
suas alegrias ou seus
sofrimentos, conforme o
modo por que empregaram
o tempo de sua
existência terrena.
Descrevendo-nos seu
estado e sua situação,
elas retificam as idéias
falsas que faziam da
vida futura e,
principalmente, sobre a
natureza e a duração das
penas. Passando a vida
futura do estado de
teoria vaga e incerta ao
de fato conhecido e
positivo, surge para o
homem a necessidade de
trabalhar o mais
possível durante a
existência presente, que
é tão curta, em proveito
da vida futura, que é
infinita. (Obra
citada, capítulo II,
itens 100 e 101, págs.
186 a 189.)
Texto para leitura
148. Não confundir a
subjugação obsessional
com a loucura
patológica. Na loucura,
a causa do mal é
interna, existe uma
lesão orgânica e é
preciso restituir o
organismo ao seu estado
normal. Na subjugação, a
causa é externa e tem-se
necessidade de libertar
o doente de um inimigo
invisível, não lhe
opondo remédios
materiais, mas uma força
moral superior à dele.
Nunca, em tal caso, os
exorcismos produziram
resultado satisfatório;
antes agravaram que
minoraram a situação.
(Cap. II, itens 73 e 74,
pp. 176 e 177.)
149. Indicando a
verdadeira fonte do mal,
só o Espiritismo dá os
meios de combater a
subjugação obsessional,
fazendo a educação moral
do obsessor. Por
conselhos prudentemente
dirigidos, chega-se a
torná-lo melhor e a
fazê-lo renunciar
voluntariamente à
atormentação do enfermo,
que então fica livre.
(Cap. II, item 74, pág.
177.)
150. A obsessão,
qualquer que seja a sua
natureza, é independente
da mediunidade e se
encontra, de todos os
graus, em grande número
de pessoas que nunca
ouviram falar de
Espiritismo. A
mediunidade não é uma
causa, mas simples modo
de manifestação dessa
influência. Sem a
mediunidade, a
influência se manifesta
por outros efeitos,
muitas vezes atribuídos
a enfermidades
misteriosas, que escapam
às investigações da
medicina. Pela
mediunidade, o ente
maléfico denuncia a sua
presença; sem ela, é um
inimigo oculto, de quem
não se desconfia. (Cap.
II, item 76, pág. 177.)
151. Como a obsessão
nunca é produto de um
bom Espírito, torna-se
um ponto essencial saber
reconhecer-se a natureza
dos que se apresentam. O
médium não esclarecido
pode ser enganado pelas
aparências, mas o médium
prevenido percebe o
menor sinal suspeito, e
o Espírito, vendo que
nada pode fazer,
retira-se. O
conhecimento prévio dos
meios de distinguir os
bons dos maus Espíritos
é, pois, indispensável
ao médium que não se
quer expor a cair num
laço. (Cap. II, item 78,
pág. 178.)
152. Os bons Espíritos,
querendo dar um ensino
útil a todos, servem-se
do instrumento que têm à
mão, mas logo o deixam,
se encontram outro que
lhes seja mais afim e
melhor aproveite de suas
lições. Retirando-se os
bons Espíritos, os
inferiores ficam com o
campo livre. Resulta
então que os médiuns
imperfeitos, moralmente
falando, e os que não
procuram emendar-se
tarde ou cedo são presas
dos maus Espíritos, que,
muitas vezes, os
conduzem à ruína e às
maiores desgraças, mesmo
na vida terrena. (Cap.
II, item 81, pág. 179.)
153. Os médiuns de mais
mérito não estão ao
abrigo das
mistificações. Em
primeiro lugar, porque
não existe ainda entre
nós pessoa perfeita, que
não tenha um lado fraco
que dê acesso aos maus
Espíritos. Segundo,
porque os bons Espíritos
permitem mesmo, às
vezes, que os maus
venham, para
exercitarmos a nossa
razão, aprendermos a
distinguir a verdade do
erro e ficarmos de
prevenção, não aceitando
cegamente e sem exame
tudo quanto nos venha
dos Espíritos. O erro
jamais virá de um
Espírito bom; o erro
provém sempre de uma
fonte má. (Cap. II, item
82, pág. 179.)
154. As mistificações
podem ainda ser uma
prova para a paciência e
a perseverança do
espírita, médium ou não;
e aqueles que desanimam,
com algumas decepções,
dão prova aos bons
Espíritos de que não são
instrumentos com que
eles possam contar.
(Cap. II, item 82, pp.
179 e 180.)
155. O médium seguro,
aquele que pode ser
realmente qualificado de
bom médium, é o que
aplica a sua faculdade
buscando tornar-se apto
a servir de intérprete
aos bons Espíritos. O
poder de atrair os bons
e repelir os maus
Espíritos está na razão
da superioridade moral
do médium e da posse do
maior número das
qualidades que formam o
homem de bem. É por
esses dotes que se
concilia a simpatia dos
bons e se adquire
ascendência sobre os
maus Espíritos. (Cap.
II, item 84, pág. 180.)
156. As imperfeições
morais do médium,
aproximando-o da
natureza dos maus
Espíritos, tiram-lhe a
influência necessária
para afastá-los: em vez
de se impor, o médium
sofre a imposição deles.
(Cap. II, item 85, pág.
180.)
157. Os maus Espíritos
sabem explorar
habilmente as fraquezas
do médium, para impor-se
a ele, e entre os nossos
defeitos o que lhes dá
margem maior é o
orgulho, sentimento
que se encontra mais
dominante na maioria dos
médiuns obsidiados e,
principalmente, nos
fascinados. É o orgulho
que faz com que se
julguem infalíveis e
repilam todos os
conselhos. Esse
sentimento é,
infelizmente, excitado
pelos elogios. (Cap. II,
item 86, pp. 180 e 181.)
158. O bom médium nunca
se crê bastante digno de
receber comunicações de
entidades ilustres; ele
tem uma salutar
desconfiança do
merecimento do que
recebe e não se fia
apenas no seu próprio
juízo. Sabe que seria
ridículo crer na
identidade absoluta dos
Espíritos que se lhe
manifestam, e deixa que
terceiros julguem do seu
trabalho, sem que seu
amor-próprio se ofenda
por qualquer decisão
contrária. Seu caráter
distintivo é a
simplicidade e a
modéstia; julga-se feliz
com a faculdade que
possui, por lhe ser um
meio de tornar-se útil,
e jamais se incomoda se
dão preferência a outros
médiuns. (Cap. II, item
87, pág. 181.)
159. Como todas as
outras faculdades, a
mediunidade é um dom de
Deus, que se pode
empregar para o bem
quanto para o mal, e do
qual se pode abusar. Seu
fim é colocar-nos em
relação direta com as
almas daqueles que
viveram na Terra, para
recebermos ensinamentos
e iniciações da vida
futura. Aquele que dela
se utiliza para o bem,
desempenha uma
verdadeira missão e será
recompensado. O que dela
abusa e a emprega em
coisas fúteis,
desviando-a de seu fim
providencial, tarde ou
cedo será punido. (Cap.
II, item 88, pp. 181 e
182.)
160. A melhor garantia
contra o charlatanismo
está no desinteresse
absoluto e na probidade
do médium; há pessoas
que, por sua posição e
caráter, estão acima de
qualquer suspeita. (Cap.
II, item 91, pág. 183.)
161. Entre os adeptos do
Espiritismo encontram-se
entusiastas e exaltados;
são eles, em geral, os
piores propagadores,
porque a facilidade com
que aceitam tudo, sem
exame, desperta
desconfiança. O espírita
esclarecido repele esse
entusiasmo cego, observa
com frieza e calma e,
assim, evita ser vítima
de ilusões e
mistificações. (Cap. II,
item 92, pág. 183.)
162. As contradições que
se notam, com
freqüência, na linguagem
dos Espíritos são a
conseqüência da sua
natureza, pois que eles
não sabem as coisas
senão na razão do seu
adiantamento, sendo que
muitos podem saber menos
ainda que certos homens.
(Cap. II, item 97, pág.
185.)
(Continua na próxima
edição.)