WASHINGTON L. N.
FERNANDES
washingtonfernandes@terra.com.br
São Paulo - SP
(Brasil)
Mediunidade no
Papado
Destacaremos que
a mediunidade e
a
comunicabilidade
dos Espíritos
historicamente
estiveram
presentes no
Papado ao longo
de dois mil
anos.
Mediunidade nas
bases teológicas
do Papado
O imperador
romano
Constantino
(272-337), um
dos precursores
do Papado,
historicamente
começou a dar
forma ao
Catolicismo. Ele
tornou o
cristianismo
religião oficial
do Império.
Criaram-se os
fundamentos que
possibilitaram
que Valentiniano
III (Flávio
Plácido)
(419-455), no
ano 445,
reconhecesse
oficialmente ao
papa (a palavra
"papa" significa
pae) o
exercício de
autoridade sobre
as Igrejas,
ganhando o
papado poder
mundial com
Carlos Magno
(747-814), no
século VIII.
Constantino
converteu-se ao
cristianismo
através de uma
visão
espiritual,
conforme relatou
o historiador
católico Eusébio
de Cesaréia
(275-339), na
Vita Constantini,
Cap. XXVIII.
Durante a
batalha contra o
imperador
Maxêncio (séc.
III/IV), com seu
exército em
desvantagem,
Constantino
viu no Céu
um grupo de
Espíritos,
liderados pelo
Espírito São
Miguel,
mostrando-lhe
uma cruz
luminosa com os
dizeres: “Com
este sinal
vencerás”.
Ele ficou
impactado e
mandou pintar
uma cruz em
todas as
bandeiras,
venceu a batalha
e converteu-se
ao cristianismo,
estabelecendo o
famoso Edito de
Milão (313
d.C.); Nicéforas
(séc. XVI)
escreveu que
Constantino
viu este
Espírito mais
duas vezes
(numa,
orientando-o a
edificar
Constantinopla;
noutra, para
ajudá-lo numa
revolta de parte
dos moradores da
antiga
Bizâncio).
Papas médiuns
Antônio M.
Ghislieri
(1504-1572) foi
Papa Pio V, no
período de 1566
a 1572.
Em 1570, os
turcos otomanos
invadiram a ilha
do Chipre e
tomaram Veneza.
Pio V enviou uma
frota de 208
navios. Esta
frota encontrou
230 navios
turcos em
Lepanto, Grécia,
em 7 de outubro
de 1571. A
batalha durou
três horas. Em
Roma, Pio V
aguardava
notícias e,
nesse dia,
trabalhava com
seu Tesoureiro
Donato Cesi. De
repente, abriu a
janela e teve
uma visão
espiritual.
Disse a Donato:
"Ide com
Deus. Agora não
é hora de
negócios, mas de
dar graças a
Jesus Cristo;
nossa esquadra
acaba de vencer
a batalha”.
Duas semanas
depois chegaram
as notícias da
vitória de sua
esquadra,
confirmando a
visão
espiritual.
No século XX,
quanto ao
Cardeal Eugênio
Pacelli
(1876-1858), um
fato está
relatado no
jornal católico
L’Osservatore
Romano,
publicado no
Brasil no jornal
Ave Maria de
Petrópolis,
transcrito no
Jornal do
Comércio/RJ,
setembro/1956.
Em 19 de
fevereiro de
1939,
nos aposentos do
Vaticano, o
cardeal Pacelli
estava orando;
ele ouviu uma
voz chamando
Pacelli, Pacelli,
ele se voltou e
viu o
Espírito do Papa
Pio X
(1835-1914),
morto havia
vinte e cinco
anos.
Pacelli
ajoelhou-se e
chamou-o de
Santidade. O
Espírito
respondeu:
Não sou
Santidade, mas
apenas um irmão;
venho avisá-lo
que dentro de
alguns dias se
tornará Papa e
que a Terra será
devorada por uma
avalanche de
tragédia. É da
vontade do
Senhor que seja
Papa para
governar a
Igreja com
sabedoria,
bondade
diplomática e
equilíbrio.
Pacelli
redargüiu
dizendo que não
entendia porque
Pio XI
(1857-1939) era
o Papa de então.
O Espírito Pio X
desapareceu.
Após três meses,
Pio XI morreu.
Pacelli foi
eleito Papa Pio
XII, e depois
eclodiu a 2a
Guerra Mundial.
O Papa Pio X
conhecia os
fenômenos
espirituais,
pois seu médico,
Dr. José Lapponi
(1851-1906), que
o atendeu, foi
uma pessoa
interessada nos
estudos
espíritas e até
publicou o livro
Hipnotismo e
Espiritismo
(1897), aprovado
pelo Papa Leão
XIII, traduzido
e publicado no
Brasil pela Ed.
FEB. O Dr.
Lapponi também
foi médico do
Papa Leão XIII
(1810-1903). O
Dr. Lapponi
disse que Pio X
conhecia o livro
desde sua
primeira edição
e o tinha
aprovado e o
livro mereceu
louvores do Papa
Leão XIII, que
disse que a
ciência católica
não devia ser
contrária ao
estudo do
Espiritismo e
suas
manifestações.
O Dr. Lapponi
adotou uma
postura de
prevenção quanto
aos fenômenos do
Hipnotismo e
Espiritismo,
porque poderiam
ensejar fraudes
e mistificações.
Registramos que
o Dr. Lapponi,
médico de dois
papas, historiou
a ocorrência de
fenômenos
espirituais
desde a
Antigüidade e
reconheceu a
intervenção dos
Espíritos no
mundo material.
Ao final ele
afirmou que
estes estudos só
deveriam ser
feitos com as
necessárias
precauções e por
ação de pessoas
reconhecidas
competentes (op.
cit., pág. 219).
O apóstolo Pedro
é considerado o
primeiro Papa da
Igreja. Na
Bíblia
encontramos
vários fatos
espirituais e de
interferência
dos Espíritos:
a) em Atos
2,1-14 ocorreu o
Pentecostes,
onde os doze
apóstolos
ouviram um som
do céu como um
vento, e como
que línguas de
fogo pousaram
sobre cada um
dos discípulos,
que começaram a
falar idiomas;
b) em Atos 3,2-8
é descrita a
mediunidade
curativa de
Pedro, quando
ele curou um
coxo de
nascimento que
todo dia ia à
porta do templo
para pedir
esmolas. Ele
tomou o coxo
pela mão e
ordenou-lhe
levantar-se e
andar; em Atos
10:10-16;
c) em Atos
11,11-1 Pedro
viu três homens
de Cesaréia que
o buscavam, e
estavam em
frente a casa
onde permanecia;
um Espírito
disse-lhe que
fosse com eles,
nada duvidando;
d) em Atos
12,5-11 Pedro
estava dormindo
na prisão,
vigiado por dois
guardas; quando
Herodes ia
chamá-lo houve
uma luz na
prisão, e
apareceu um
Espírito
despertando-o,
rompendo as
correntes e
dizendo-lhe para
fugir. Pedro
percebeu que
Deus havia
enviado um
Espírito para
ajudá-lo.
Temos que citar
o recém-falecido
Papa João Paulo
II. A revista
Veja (6 de
março de 2005),
na pág. 93,
transcreveu uma
frase
pronunciada por
ele numa
pregação na
Basílica de São
Pedro
(novembro/1983),
que dispensa
comentários:
O Diálogo com os
mortos não deve
ser
interrompido,
pois, na
realidade, a
vida não está
limitada pelos
horizontes do
mundo – João
Paulo II.
Segundo as
próprias fontes
católicas, a
mediunidade e a
comunicabilidade
espiritual têm
se manifestado e
sido
reconhecidas
pela Igreja,
mesmo entre os
seus maiores
representantes,
desde a
Antigüidade e
ainda hoje
ocorre,
demonstrando que
a vida não se
restringe à
realidade
material nem é
interrompida com
a morte...