THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
Conceito de evolução e
de
estado
de natureza
Apresentamos nesta edição o
tema no 36 do
Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita, que
está sendo aqui apresentado
semanalmente, de acordo com
programa elaborado pela
Federação Espírita
Brasileira, estruturado em
seis módulos e 147 temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente antes
da leitura do texto que a
elas se segue.
Se
destinado somente a uso por
parte do leitor, pedimos que
o interessado tente
inicialmente responder às
questões e só depois leia o
texto referido. As respostas
correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no
final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Que podemos entender pela
expressão estado de
natureza?
2. Como os Espíritos
progridem?
3. A marcha dos Espíritos é
sempre progressiva?
4. Podemos dizer que o
objetivo da evolução seja a
felicidade terrestre?
5. Quem é o árbitro soberano
de nosso destino?
Texto para leitura
O estado de natureza é a
infância da Humanidade
1. O homem desenvolve sua
caminhada evolutiva a partir
de um estado primitivo ou
estado de natureza. O estado
de natureza, ensina a
Doutrina Espírita, é o
estado de infância da
Humanidade, o ponto de
partida do seu
desenvolvimento intelectual
e moral.
2. Sendo perfectível e
trazendo em si o gérmen do
seu aperfeiçoamento, o
Espírito não foi destinado a
viver perpetuamente no
estado de natureza, como não
foi criado para viver
eternamente na infância.
Aquele estado é transitório,
e os Espíritos dele saem em
virtude do progresso e da
civilização.
3. É preciso, portanto, que
o ser humano se desenvolva
intelectual e moralmente, e
é através da lei do
progresso que se regula a
evolução de todos os seres e
de todos os mundos que giram
no Universo.
4. O Espírito, contudo, só
se depura com o tempo, pelas
experiências adquiridas que
as vidas sucessivas lhe
facultam. Tendo de progredir
incessantemente, ele não
pode volver ao estado de
infância. É Deus que assim o
quer. Pensar que possamos
retrogradar à nossa
primitiva condição
equivaleria a negar a lei do
progresso.
A marcha dos Espíritos é
progressiva
5. No estado de natureza o
homem tem menos
necessidades, sua vida é
mais simples e menores são
suas atribulações, pois se
atém mais à sobrevivência e
às necessidades
fisiológicas. Há, porém, em
todas as pessoas uma surda
aspiração, uma energia
íntima misteriosa que as
encaminha para as alturas e
as faz tender para destinos
cada vez mais elevados,
impelindo-as para o Belo e
para o Bem.
6. É a lei do progresso, a
evolução eterna, que guia a
Humanidade através das
idades e aguilhoa cada um de
nós, visto que a Humanidade
são as próprias almas que,
de século em século, voltam
à cena física para, com
auxílio de novos corpos,
preparar-se para mundos
melhores em sua obra
evolutiva.
7. A lei do progresso não se
aplica apenas ao homem;
abarca todos os reinos da
Natureza, como já foi
reconhecido por diversos
pensadores. Na planta, a
inteligência dormita; no
animal, sonha; no homem,
acorda, conhece-se,
possui-se e torna-se
consciente.
8. A marcha dos Espíritos é
progressiva, jamais
retrógrada. Eles se elevam
gradualmente na hierarquia e
não descem da categoria a
que ascenderam. Podem, em
suas diferentes existências
corpóreas, descer como
homens, não como Espíritos.
O objetivo da evolução não é
a felicidade terrestre
9. As reencarnações
constituem uma necessidade
inelutável para que se faça
o progresso espiritual. Cada
existência corpórea não
comporta mais do que uma
parcela de esforços
determinados, após o que a
alma se encontra exausta.
10. A morte representa um
repouso, um intervalo, uma
etapa na longa rota da
eternidade, antes que nova
encarnação se apresente para
o Espírito, a valer como
rejuvenescimento para o ser
em marcha.
11. Paixões antigas,
ignomínias, remorsos
desaparecem, e o
esquecimento cria um novo
ser, que se atira cheio de
ardor e entusiasmo no
percurso da nova estrada.
12. Cada esforço redunda num
progresso, e cada progresso
num poder sempre maior, pois
as aquisições sucessivas vão
alteando a alma nos
inumeráveis degraus da
perfeição. O objetivo da
evolução, a razão de ser da
vida, não é a felicidade
terrestre, como muitos
erradamente crêem, mas o
aperfeiçoamento de cada um
de nós, o que só
realizaremos por meio do
trabalho, do esforço e de
todas as alternativas de
alegrias e de dor, até que
nos tenhamos desenvolvido
completamente e elevado ao
estado celeste.
Somos os construtores do
nosso próprio destino
13. Somos, assim, o árbitro
soberano de nossos próprios
destinos. Cada experiência
reencarnatória condiciona a
que lhe sucede e, malgrado a
lentidão da marcha
ascendente, eis-nos a
gravitar incessantemente
para alturas radiosas onde
sentimos palpitar corações
fraternais e entramos em
comunhão sempre mais e mais
íntima com a Potência
Divina.
14. Os que ignoram tais
verdades e nada fazem por
melhorar-se chegam ao mundo
espiritual na condição de
Joaquim Sucupira, que
abandonou o corpo aos
sessenta anos, após viver
arredado do mundo, no
conforto precioso que
herdara dos pais. Na Terra –
refere Irmão X – Sucupira
falara pouco, andara menos,
agira nunca...
15. Na pátria espiritual,
embora pudesse locomover-se,
havia perdido o movimento
dos braços e das mãos. Um
instrutor, ao examinar seu
caso e ouvir suas queixas,
disse-lhe com toda a
franqueza: “Seu caso
explica-se: você tem as mãos
enferrujadas”.
16. E ante a careta do
interlocutor amargurado,
aditou: “É o talento não
usado, meu amigo. Seu
remédio é regressar à lição.
Repita o curso terrestre”.
“O que você precisa,
Joaquim, é de movimento.”
Respostas às questões
propostas
1. Que podemos entender pela
expressão estado de
natureza?
R.: O ser humano realiza sua
caminhada evolutiva a partir
de um estado primitivo ou
estado de natureza, que é,
segundo a Doutrina Espírita,
o estado de infância da
Humanidade, o ponto de
partida do seu
desenvolvimento intelectual
e moral.
2. Como os Espíritos
progridem?
R.: Os Espíritos só se
depuram com o tempo, pelas
experiências adquiridas que
as vidas sucessivas lhes
facultam.
3. A marcha dos Espíritos é
sempre progressiva?
R.: Sim. A marcha dos
Espíritos é sempre
progressiva, jamais
retrógrada. Eles se elevam
gradualmente na hierarquia e
não descem da categoria a
que ascenderam.
4. Podemos dizer que o
objetivo da evolução seja a
felicidade terrestre?
R.: Não. O objetivo da
evolução, a razão de ser da
vida, não é a felicidade
terrestre, como muitos
erradamente crêem, mas o
aperfeiçoamento de cada um
de nós, o que só
realizaremos por meio do
trabalho, do esforço e de
todas as alternativas de
alegrias e de dor, até que
nos tenhamos desenvolvido
completamente e chegado ao
estado celeste.
5. Quem é o árbitro soberano
de nosso destino?
R.: Somos nós mesmos o
árbitro soberano de nossos
destinos. Cada experiência
reencarnatória condiciona a
que lhe sucede e, malgrado a
lentidão da marcha
ascendente, eis-nos a
gravitar incessantemente
para alturas radiosas onde
sentimos palpitar corações
fraternais e entramos em
comunhão sempre mais e mais
íntima com a Potência
Divina.
Bibliografia:
O Livro dos
Espíritos,
de Allan
Kardec, itens 194, 776 e
778.
O problema do
ser, do destino e da dor,
de Léon
Denis, págs. 119, 120, 122 e
123.
A evolução
anímica,
de Gabriel
Delanne, págs. 16 e 17.
Luz Acima,
de Irmão X, psicografado por
Francisco Cândido Xavier,
págs. 17 a 21.