54 anos
d’ O Imortal
O jornal espírita
concebido por Hugo
Gonçalves segue adiante
O jornal
O Imortal,
publicado
mensalmente na
cidade de Cambé,
Estado do
Paraná, completa
nesta
terça-feira, dia
25 de dezembro,
54 anos de
existência.
São poucos os
periódicos
espíritas que
conseguiram
chegar até a
essa idade sem
jamais
interromperem
sua marcha. A
data de
aniversário d’
O Imortal,
que se comemora
no dia de Natal,
merece, pois,
ser lembrada – e
este é o
propósito deste
artigo.
Nascido em
25-12-1953, a
vida d’
O Imortal
pode dividir-se
em cinco fases:
1a
fase -
Surgimento do
jornal em
dezembro de
1953, por
iniciativa de
Luiz Picinin e
Hugo Gonçalves
(foto). O
jornal, que veio
a lume com 4
páginas, era
impresso então
numa gráfica de
Cambé.
2a -
Impressão d’
O Imortal,
ainda com 4
páginas, em
oficina própria
do Lar Infantil
Marília Barbosa,
o que se deu a
partir de 1955
até novembro de
1983.
3a -
Ampliação do
jornal para 12
páginas e
impressão em
ofsete nas
oficinas da
Folha de
Londrina,
em formato de
tablóide, fato
que se verificou
em dezembro de
1983, quando o
jornal completou
30 anos.
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4a -
Ampliação do
jornal para 16
páginas, o que
se deu em agosto
de 1986.
5a -
Impressão em
cores,
inaugurada com o
número de
novembro de
1997.
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Da idéia inicial
à ampliação
ocorrida
–
“O Imortal
nasceu numa
conversa entre
mim e Luiz
Picinin” – conta
Hugo Gonçalves.
“No ano em que
vim para o Lar
Infantil Marília
Barbosa, em
1953, nós já
tínhamos criado
a aula de
Evangelização
Infantil, que
não existia
antes. Já
tínhamos criado
o programa
radiofônico
espírita.
Faltava alguma
coisa. Estávamos
conversando e
Picinin
perguntou: ‘E se
nós fundássemos
um jornal?’
Daquela pergunta
nasceu o jornal.
No dia seguinte
os artigos
estavam prontos.
Levei a uma
gráfica aqui na
cidade mesmo.
Imprimiu mal.
Vinha a prova,
corrigia; levava
de volta, saía
com os mesmos
erros. Foi uma
luta muito
grande. Ele
começou a
circular no dia
25 de dezembro
de 1953.”
A idéia de
ampliar o
jornal,
concretizada em
dezembro de
1983, é assim
explicada por
Hugo Gonçalves:
“No início eram
quatro páginas e
eu praticamente
sozinho. Por
alguns anos ele
permaneceu
assim,
circulando com
quatro páginas,
com muita
dificuldade. Eu
sonhava em
melhorar O
Imortal, a
sua
apresentação,
enfim, aumentar
o número de
páginas. Eu
vivia pensando
nisso, mas não
encontrava
meios. Um dia, o
telefone tocou,
fui atender. Era
o Divaldo, me
falando lá de
Salvador, da
Bahia. Ele me
disse: ‘Hugo,
estou lhe
telefonando para
lhe dar uma
matéria de
última hora.
Telefono para
que a notícia
chegue logo. É
uma notícia
muito agradável
e você vai ficar
contente. Seu
Schutel lhe
manda um recado:
você fique
tranqüilo,
continue
trabalhando, que
seu sonho vai se
realizar. Eu não
sei o que você
está sonhando
por aí, mas é o
recado que ele
manda para
você’. Eu
pensei logo: ‘É
com referência
ao Imortal’.”
O telefonema de
Divaldo ocorreu
em meados de
1980 e Hugo não
perdeu tempo.
“Em julho de
1980 procurei o
Astolfo
Olegário, que
mantinha na
ocasião uma
coluna semanal
sobre
Espiritismo
no jornal
Folha de
Londrina, e
pedi-lhe sua
ajuda com vistas
a podermos fazer
n’ O Imortal
aquilo que eu
sonhara. Ele me
disse: ‘Dê-me
um tempo’. O
tempo passou.
Foram mais de
três anos de
espera, até que
um dia,
parece-me que em
setembro de
1983, Astolfo
apareceu lá em
casa trazendo
sua resposta e
os planos que
resultaram na
transformação do
jornal, que em
dezembro de
1983, quando
completava 30
anos de
existência,
passou a ser
impresso nas
oficinas da
Folha de
Londrina,
nos moldes em
que ele circula
hoje,
evidentemente
sem as cores e
com menos
páginas, pois no
mês de seu
trigésimo
aniversário o
jornal passou a
sair com 12
páginas,
ampliadas para
16 em meados de
1986.”
As dificuldades
dos primeiros
anos
–
Antes de ser
impresso nas
oficinas da
Folha de
Londrina, o
que vem
ocorrendo há 24
anos, O
Imortal foi
impresso numa
gráfica de Cambé
e depois na
própria gráfica
do Lar Infantil
Marília Barbosa,
pelo antigo
método de
composição usual
em todas as
tipografias
antes do advento
das máquinas de
ofsete.
As dificuldades
eram, como se
vê, muito
grandes, como
Hugo explica no
depoimento
seguinte: “O
jornal estava
sendo impresso
numa gráfica
estranha. Ia
pensando um dia
poder fazer o
jornal. Mas como
fazer? A despesa
era muito
grande, a renda
quase nenhuma.
Um dia, fomos a
Curitiba, Luiz
Picinin e eu.
Estávamos
visitando uma
ala nova no
Hospital Bom
Retiro, junto
com o presidente
da Federação, o
Sr. João
Ghignone.
Passávamos
embaixo de uma
mangueira, ali
havia um monte
de ferro no chão
e um caixote.
– Estão vendo
isso aí? É uma
máquina que
imprimiu o
primeiro número
de O Mundo
Espírita,
disse João
Ghignone.
– Eu falei: Mas
jogada aqui?
– Ah! Nós já
temos outras
máquinas. Essa
aí não tem valor
nenhum. Se vocês
quiserem levar,
podem levar.
Eu vou levar
isso o quê! Nem
pensei, fui
embora.
Um dia ele
mandou um
caminhão com um
monte de coisa
de lá para cá.
Fez limpeza no
quintal e mandou
a máquina junto.
Um monte de
ferro e um
caixote cheio de
tinta, tudo
empastelado,
enferrujado.”
Foi com aquele
equipamento
rudimentar,
graças à boa
vontade de Dalci
Guimarães, um
baiano de
Vitória da
Conquista, que o
montou, dando
início, dessa
forma, à gráfica
do Lar Infantil
Marília Barbosa,
que
O Imortal
pôde ser
impresso em
oficina própria,
a partir de
1955.
O Imortal na
rede mundial de
computadores
–
Hoje, passados
tantos anos, o
jornal possui a
versão impressa
que é enviada
aos assinantes e
a inúmeras
instituições
espíritas, e
pode também ser
lido, pela
internet, na
página
www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htm,
que pode ser
acessada por
meio desta
revista. Há para
esse fim um
link
próprio, à
esquerda da
página inicial
de
O Consolador.
Hugo Gonçalves,
que contava 40
anos por ocasião
da fundação do
jornal, continua
ainda à frente
do periódico,
embora já tenha
comemorado 94
anos de uma
profícua
existência. Para
isso, ele conta
com o apoio
direto dos
filhos Cairbar e
Emanuel e das
noras Terezinha
e Maria José,
que não medem
esforços para
que
O Imortal
prossiga em sua
missão de
divulgar a
Doutrina
Espírita,
principal motivo
pelo qual foi
criado.