ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Por que creio na
imortalidade da alma
(8a
Parte)
Sir Oliver Lodge
Damos
prosseguimento ao estudo
do clássico Por que
creio na imortalidade da
alma, de Sir Oliver
Lodge, de acordo com a
tradução feita por
Francisco Klörs Werneck,
publicada pela Federação
Espírita do Estado de
São Paulo em 1989.
Questões
preliminares
A. Que é que Lodge fala
sobre o conteúdo das
comunicações dos
Espíritos?
R.: Ele mostra, em sua
obra, que as palestras
com o Além não se
limitam aos afazeres
domésticos e a outras
ninharias, mas tratam,
com freqüência, de
assuntos mais elevados e
mais generosos. (Por
que creio na
imortalidade da alma,
págs. 66 e 67.)
B. Como Lodge
considerava as palestras
mantidas com os
Espíritos?
R.: Ele as considerava
como um debate entre
amigos, em que ninguém é
infalível, embora alguns
estejam mais bem
informados do que
outros. Não devemos
considerá-las como
oráculos, embora sejam
bastas vezes sugestivas.
Toda tendência para
muita fé em informação
obtida de outro modo que
não pelos nossos
próprios esforços deve
ser desaprovada. “Isso
pode ser demonstrado por
exemplos da
Antigüidade.” (Obra
citada, pág. 72.)
C. Por que para algumas
pessoas é difícil
acreditar nas
comunicações mediúnicas?
R.: Uma das razões pelas
quais certas pessoas
acham difícil acreditar
nas comunicações
mediúnicas é que elas
não fazem nenhuma idéia
do seu processo, de modo
que isso lhes parece
estranho e impossível.
Mas, se fizermos a
análise do processo da
conversação entre nós,
encarnados,
descobriremos aí traços
tão bizarros como
aqueles que encontramos
na literatura espírita.
(Obra citada, pág.
75.)
Texto para leitura
92. Como exemplo de
comunicações com os
mortos, Oliver Lodge
relata diversos trechos
de palestras realizadas
com seu filho Raymond,
então desencarnado, a
respeito do Além e das
condições da vida
post-mortem. (PP. 65
e 66)
93. Lodge mostra, com
esse relato, que as
palestras com o Além não
se limitam aos afazeres
domésticos e a outras
ninharias, mas, com
freqüência, tratam de
assuntos mais elevados e
mais generosos. (PP. 66
e 67)
94. Os diálogos
transcritos datam de 16
de setembro de 1927. A
médium é a senhora
Gladys Osborne Leonard e
o comunicante é Feda,
uma índia americana que
desencarnou mocinha.
Feda é, no caso, uma
mera intermediária de
outros Espíritos, como
Myers e Raymond, e
transmite o que eles lhe
dizem. (P. 67)
95. Eis algumas
informações contidas
nesses diálogos: I) Aos
Espíritos protetores é
permitido auxiliar-nos
por todos os meios que
não afetam o nosso livre
arbítrio. II) Os
protetores espirituais
não têm permissão para
hipnotizar-nos e
fazer-nos mudar de
intenção, mas podem
sugerir-nos algumas
coisas e recordar certas
condições, esperando que
mudemos de resolução por
nós mesmos. III) A
evolução do Espírito é
toda a razão de ser da
vida. IV) O livre
arbítrio é o fator que
permite ao homem
escolher entre o bom e o
mau: os Espíritos não
podem escolher em nosso
lugar. V) Os protetores
espirituais podem
conduzir-nos ao bom
caminho, sem nos forçar,
e, se escolhemos tal
caminho, lhes é
permitido ajudar-nos por
todos os meios
possíveis. VI) Pode-se
modelar o corpo etérico
de uma coisa - um piano,
um relógio, uma mesa -
amando-a e gostando de
sua companhia. Assim se
lhes imprime uma espécie
de vida etérica, se lhes
dá o molde mental ou a
forma etérica dela. (PP.
68 a 70)
96. A
modelagem do corpo
etérico de um objeto é,
segundo Raymond, algo
semelhante a uma
materialização às
avessas. Depois de dizer
isto, Raymond informou
que ele e os Espíritos
não vêem as coisas
materiais. “Quando
dizemos que fazeis tal
ou qual coisa é porque
os vossos pensamentos
nos orientam.” (P. 70)
97. Cauteloso, Oliver
Lodge adverte, ao fim
desses diálogos: “Não
preciso dizer que
considero essas
palestras como um debate
entre amigos e em que
ninguém é infalível,
embora alguns estejam
mais bem informados do
que outros. Não se deve
considerá-las como
oráculos, porém bastas
vezes são sugestivas.
Toda tendência para
muita fé em informação
obtida de outro modo que
não pelos nossos
próprios esforços deve
ser desaprovada”. “Isso
pode ser demonstrado por
exemplos da
Antigüidade.” (P. 72)
98. Examinado, em
seguida, a questão dos
oráculos e sua validade,
Lodge menciona a notável
experiência de Creso,
rei de uma grande parte
da Ásia Menor, a qual
comprova o valor dos
oráculos quando
consultados seriamente.
Seis mensageiros foram
enviados por Creso a
seis oráculos
diferentes, os mais
famosos de seu tempo,
desde a Grécia do Norte
até à longínqua Líbia.
No centésimo dia de sua
partida, eles deveriam
perguntar aos oráculos o
que Creso fazia em tal
momento, trazendo por
escrito sua resposta.
(P. 73)
99. Heródoto diz ter
tomado ciência apenas da
resposta dada por uma
pitonisa de Delfos, que
satisfez plenamente o
rei Creso, porque era,
entre todas, a mais
clara. O rei Creso, que
só decidiu o que fazer
no último momento,
quando chegou o dia
pretendido, cortou em
pedaços uma tartaruga e
um carneiro e os fez
cozinhar juntos em um
caldeirão de bronze,
fato que a pitonisa de
Delfos descrevera em
versos hexamétricos que
se tornaram famosos.
(PP. 73 e 74)
100. O resto da
história, todo mundo
sabe, não foi tão feliz,
porque Creso, fiando-se
imprudentemente no
oráculo, enviou uma
segunda pergunta a
propósito de sua
projetada invasão da
Pérsia. A resposta
recebida dava lugar a
dupla interpretação e
ele agiu segundo a pior,
com resultados
desastrosos. Ciro, que o
venceu em batalha, antes
de executá-lo ouviu-o
citar Sólon: “Não
chameis nenhum homem de
feliz antes de estar
morto” e, magnânimo,
poupou-lhe a vida. (P.
74)
101. Lodge diz que uma
das razões pelas quais
certas pessoas acham que
é difícil acreditar nas
comunicações mediúnicas
é que elas não fazem
nenhuma idéia do seu
processo, de modo que
isso lhes parece
estranho e impossível.
Ora, se fizermos a
análise do processo da
conversação entre nós,
encarnados,
descobriremos aí traços
tão bizarros como
aqueles que encontramos
na literatura espírita.
(P. 75)
102. Se queremos
comunicar-nos com nossos
companheiros, clara e
inteligentemente, é
preciso fazer mais do
que pensar as
idéias que desejamos
enviar: é preciso
dizê-las ou escrevê-las
e com este fim empregar
um cérebro e um
mecanismo nervoso para
pôr em ação certos
músculos. Em outros
termos, é preciso
governar uma máquina
corporal de modo que ela
seja impelida a fazer
sinais convencionais em
uma folha de papel ou
produzir vibrações na
atmosfera de um modo
previamente
estabelecido, chamado
linguagem. (P. 77)
103. Estamos de tal
forma habituados a esse
método de comunicação
oral ou pitoresca, que
ele nos parece não só
natural, mas inevitável;
todavia, não é
verdadeiramente um
processo simples,
porquanto tanto mais o
analisamos mais ele nos
surpreende. (PP. 77 e
78)