Nos últimos anos,
acompanhamos na TV,
jornais e revistas,
quase todos os dias,
informações sobre
catástrofes climáticas e
rápidas mudanças no
clima mundial, com
efeitos devastadores. A
Europa tem sido
castigada por ondas de
calor de até 40 graus.
Ciclones atingem o
Brasil. O número de
desertos aumenta.
Furacão isso, furacão
aquilo. Aprendemos que
os nomes dos furacões
são definidos em uma
lista previamente
elaborada.
Nos meios científicos,
não se discute mais se o
clima de nosso planeta
está ou não em processo
de aquecimento. Todos
concordam que sim. O que
ainda gera discordância,
sob influências
políticas, são as causas
do aquecimento e as
medidas
preventivas/corretivas,
diante das possíveis
conseqüências
desastrosas. É consenso,
porém, que o aquecimento
resulta, principalmente,
da ação dos homens –
incluindo-se aí o
aumento de poluentes e
de gases de difícil
dispersão, derivados da
queima de combustíveis,
que formam o chamado
“efeito estufa”, o
exagerado uso das águas
subterrâneas, o
desmatamento, as
queimadas, etc. Outra
hipótese, defendida por
uma minoria de
cientistas, atribui o
aumento da temperatura
da Terra à variação na
radiação solar (o Sol
estaria, por assim
dizer, mais quente).
Seja qual for a causa,
as previsões são
alarmantes. Estima-se
entre 1,1 e 6,5º C o
aumento da temperatura
média global até o final
deste século. 2.000 km2
da superfície do planeta
se transformam em
deserto a cada ano. 40%
das árvores da Amazônia
não conseguirão
sobreviver se a
temperatura média subir
de 2 a 3º C. A geleira
Gangotri, no Himalaia,
que tem 25 km de
extensão, diminuiu 2 km
nos últimos 150 anos.
Em face dessas mudanças,
algumas medidas começam
a ser tomadas, mesmo que
timidamente, visando à
redução da emissão dos
poluentes que aumentam o
efeito estufa. Em
fevereiro de 2005,
entrou em vigor um
acordo internacional,
denominado Protocolo
de Kioto, cujo
objetivo é a diminuição
da temperatura global
por meio da redução nas
emissões de gases pelos
países mais poluentes.
De acordo com a tese da
maioria, os flagelos
previstos em função do
aquecimento global
decorrem do abuso, da
imprevidência e da
insaciabilidade do homem
no uso dos recursos
naturais. Se fosse mais
sensata, a humanidade
saberia aplicar tais
recursos com equilíbrio,
de modo a atender sem
desperdício às
necessidades oriundas do
aumento demográfico. A
chamada “revolta da
natureza” é uma busca
natural do equilíbrio
planetário. Como
registrado por Allan
Kardec, em O Livro
dos Espíritos, os
flagelos “naturais” e
destruidores têm
utilidade do ponto de
vista físico, malgrado
os males que ocasionam;
mas o bem que deles
decorre geralmente só é
sentido por gerações
futuras. Ainda segundo
O Livro dos Espíritos,
do ponto de vista moral,
os flagelos proporcionam
ao homem a oportunidade
de pôr em prática sua
inteligência, paciência
e resignação, ao mesmo
tempo em que lhe exigem
abnegação e esforço na
busca de soluções. Além
disso, nas grandes
calamidades, a caridade
se manifesta mais
intensamente, como se
observa nas campanhas em
prol das vítimas de
tragédias.
Pelo menos em parte,
somos responsáveis pela
saúde da Terra e
torcemos para que ela se
restabeleça, em nosso
próprio benefício. Mas,
na prática, não
concordamos em abrir mão
do nosso conforto:
preferimos o carro ao
transporte coletivo, que
polui menos,
proporcionalmente; não
deixamos de comer carne
de boi, que para ser
criado exige grandes
desmatamentos e torna o
solo improdutivo (numa
área de pasto necessária
à produção de 1 kg de
carne bovina seria
possível produzir até
200 kg de cereais – a
substituição de pasto
pelo plantio de cereais
poderia acabar com a
fome no Planeta, além de
promover redução do
calor). Separamos nossos
lixos para que parte
deles seja reciclada?
Temos aproveitado os
dois lados das folhas de
papel que usamos? Não e
não, não é mesmo? Somos
mais insensatos e
imprevidentes do que
pensamos.
Entretanto, podemos e
devemos mudar nossas
atitudes e, por
conseguinte, a situação
do Planeta. É para isso
que reencarnamos.
Sozinhos, não
resolveremos o problema
todo, mas faremos uma
parte... a nossa parte!
E, com isso,
influenciaremos outros
para que também façam a
sua.