THIAGO
BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
Marcha do progresso e
civilização
Apresentamos nesta edição o
tema no 38 do
Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita, que
está sendo aqui apresentado
semanalmente, de acordo com
programa elaborado pela
Federação Espírita
Brasileira, estruturado em
seis módulos e 147 temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente antes
da leitura do texto que a
elas se segue.
Se
destinado somente a uso por
parte do leitor, pedimos que
o interessado tente
inicialmente responder às
questões e só depois leia o
texto referido. As respostas
correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no
final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Como se processa o
progresso da Humanidade?
2. De duas nações que hajam
chegado ao ápice da escala
social, qual é a mais
civilizada?
3. Como, segundo o
Espiritismo, podemos
reconhecer se uma
civilização é completa?
4. A que líder reconhecido
pela História devemos o mais
antigo conjunto de leis
formulado na Terra?
5. Qual é na visão espírita
o único meio capaz de
reformar os homens e a
sociedade?
Texto para leitura
A marcha do progresso é
sempre ascensional
1. O progresso, para ser
legítimo, não pode
prescindir da elevação moral
dos homens, que se haure no
Evangelho. As conquistas da
inteligência, embora
valiosas, sem a santificação
dos sentimentos conduzem ao
desvario e à destruição.
Para serem autênticas, as
aquisições humanas devem
alicerçar-se nos valores
éticos, sem os quais o
conhecimento se converte em
vapor tóxico que culmina por
aniquilar quem o detém.
2. A Humanidade progride por
meio dos indivíduos que
pouco a pouco se melhoram e
se instruem. Quando estes
preponderam em número, tomam
a dianteira e arrastam os
outros. De tempos em tempos
surgem no seio dela homens
de gênio que lhe dão um
impulso. Vêm depois, como
instrumentos de Deus, os que
têm autoridade e, em alguns
anos, fazem-na adiantar de
muitos séculos.
3. A marcha do progresso é
sempre ascensional, quer no
campo intelectual, quer no
campo moral. Mas o fato de
uma nação haver progredido
cientificamente mais do que
outra não significa que seja
moralmente mais adiantada.
Civilizar quer dizer
progredir, mas esse
progresso nem sempre é
completo. Para se chegar a
um estado de civilização
completa, de Humanidade
moralmente evoluída, muitas
conquistas deverão ser
realizadas, tanto no campo
moral, quanto no
intelectual.
Uma civilização incompleta é
um estado transitório
4. Há, pois, diferenças
entre civilização completa e
povos esclarecidos. Quando
um povo sai do estado
selvagem ou de barbárie e,
por força do progresso,
adquire novos conhecimentos,
tem início o processo de
civilização, mas essa
civilização é ainda
incompleta porque incompleto
é seu progresso.
5. Uma civilização
incompleta é um estado
transitório, que gera males
especiais, desconhecidos do
homem no estado primitivo.
Nem por isso, no entanto,
constitui menos um progresso
natural, necessário, que
traz em si mesmo o remédio
para os males que causa. À
medida que a civilização se
aperfeiçoa, faz cessar
alguns dos males que gerou,
males que desaparecem todos
com o progresso moral.
6. Assim, de duas nações que
hajam chegado ao ápice da
escala social, somente pode
considerar-se a mais
civilizada, na legítima
acepção do termo, aquela
onde exista menos egoísmo,
menos cobiça e menos
orgulho; onde os hábitos
sejam mais intelectuais e
morais do que materiais;
onde a inteligência puder
desenvolver-se com maior
liberdade; onde haja mais
bondade, boa-fé,
benevolência e generosidade
recíprocas; onde menos
enraizados se mostrem os
preconceitos de casta e de
nascimento, porque tais
preconceitos são
incompatíveis com o
verdadeiro amor ao próximo;
onde, enfim, todo o homem de
boa vontade esteja certo de
não lhe faltar o necessário.
Reconhece-se uma civilização
completa pelo seu
desenvolvimento moral
7. Ensina o Espiritismo
(L.E., item 793) que podemos
reconhecer se uma
civilização é completa pelo
seu desenvolvimento moral.
Nenhuma sociedade tem
verdadeiramente o direito de
dizer-se civilizada senão
quando dela houver banido os
vícios que a desonram e
quando ali as pessoas
viverem como irmãos,
praticando a caridade
cristã. Até que isso seja
alcançado, ela será apenas
um conjunto de pessoas
esclarecidas, que terão
percorrido a primeira fase
da civilização.
8. Deve-se a Hamurabi o mais
antigo conjunto de leis
conhecidas pela Humanidade,
em que se revela uma visão
de eqüidade avançada para a
época, quando o poder
predominava sobre o direito
e a supremacia do vencedor
sobre o vencido constituía
regra geral.
9. Posteriormente, pela
necessidade de estabelecerem
códigos que pudessem reger
seus integrantes, ora
subordinados às diretrizes
religiosas, ora aos
impositivos éticos sobre que
colocavam suas bases, as
civilizações terrenas
formaram seus estatutos de
justiça e ordem.
10. Dentre os primeiros
moralistas, da escola
ingênua, aos grandes
legisladores, ressaltam as
figuras de Moisés,
instrumento do Decálogo, e
Jesus, o excelso paradigma
do amor, os quais nos
facultaram os códigos que
fornecem ao ser humano um
roteiro seguro em sua marcha
na direção da perfeição.
No futuro não haverá
necessidade de leis tão
rigorosas
11. Do Direito Romano aos
modernos tratados, as
fórmulas jurídicas têm
evoluído e apresentado
dispositivos e artigos cada
vez mais concordes com o
espírito de justiça do que
com as ambições do
comportamento individual e
grupal.
12. A civilização criou
necessidades novas para o
homem, necessidades
relativas à posição social
que ele ocupa, e é preciso
regular, por meio de leis
humanas, os direitos e os
deveres que daí decorrem.
Quanto menos evoluída a
sociedade, mais duras são as
suas leis. Evidentemente,
uma sociedade depravada
precisa de leis severas, mas
essas leis, infelizmente,
mais se destinam a punir o
mal do que a lhe secar a
fonte.
13. Com a educação – único
meio de reformar os homens –
não haverá, no futuro,
necessidade de leis tão
rigorosas, porque o homem
transformado será, não
apenas o apoio dos mais
fracos, mas o fiscal dos
próprios atos.
Respostas às questões
propostas
1. Como se processa o
progresso da Humanidade?
R.: A Humanidade progride
por meio dos indivíduos que
pouco a pouco se melhoram e
se instruem. Quando estes
preponderam em número, tomam
a dianteira e arrastam os
outros.
2. De duas nações que hajam
chegado ao ápice da escala
social, qual é a mais
civilizada?
R.: A mais civilizada, na
legítima acepção do termo, é
aquela onde exista menos
egoísmo, menos cobiça e
menos orgulho; onde os
hábitos sejam mais
intelectuais e morais do que
materiais; onde a
inteligência puder
desenvolver-se com maior
liberdade; onde haja mais
bondade, boa-fé,
benevolência e generosidade
recíprocas; onde menos
enraizados se mostrem os
preconceitos de casta e de
nascimento, porque tais
preconceitos são
incompatíveis com o
verdadeiro amor ao próximo;
onde, enfim, todo o homem de
boa vontade esteja certo de
não lhe faltar o necessário.
3. Como, segundo o
Espiritismo, podemos
reconhecer se uma
civilização é completa?
R.: Ensina o Espiritismo que
podemos reconhecer se uma
civilização é completa pelo
seu desenvolvimento moral.
Nenhuma sociedade tem
verdadeiramente o direito de
dizer-se civilizada senão
quando dela houver banido os
vícios que a desonram e
quando ali as pessoas
viverem como irmãos,
praticando a caridade
cristã.
4. A que líder reconhecido
pela História devemos o mais
antigo conjunto de leis
formulado na Terra?
R.: Hamurabi, o grande
legislador que viveu numa
época em que o poder
predominava sobre o direito
e a supremacia do vencedor
sobre o vencido constituía
regra geral.
5. Qual é na visão espírita
o único meio capaz de
reformar os homens e a
sociedade?
R.: Esse meio é a educação,
que possibilitará a
transformação dos homens,
que então não precisarão
mais de leis tão rigorosas,
porque, uma vez
transformado, o homem será
não apenas o apoio dos mais
fracos, mas o fiscal dos
próprios atos.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, itens 789 a
797.
As Leis Morais da Vida,
de Joanna de Ângelis,
psicografado por Divaldo P.
Franco, item 37.
Estudos Espíritas,
de Joanna de Ângelis,
psicografado por Divaldo P.
Franco, págs. 87 e 88.