A Revue Spirite
de 1858
Allan Kardec
(2a Parte)
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite,
mensário lançado por
Allan Kardec em janeiro
de 1858 e por ele
editado até 31 de março
de 1869, quando
desencarnou. O texto
condensado do volume
correspondente a 1858
está sendo aqui
apresentado em 8 partes,
com base na tradução de
Júlio Abreu Filho
publicada pela EDICEL.
Questões preliminares
A. Os acidentes fazem
parte do destino do
homem?
São Luís diz que sim,
explicando que as provas
físicas, uma vez
escolhidas pelo
Espírito, vão compor
para ele uma espécie de
destino. (Revue
Spirite, pp. 75 a 77.)
B. Como explicar os
pressentimentos?
Segundo os ensinos
espíritas, antes de
encarnar-se o Espírito
tem conhecimento de
todas as fases de sua
existência; quando estas
têm um caráter saliente,
conserva uma espécie de
impressão em seu foro
íntimo e tal impressão,
despertando ao
aproximar-se o instante,
torna-se pressentimento.
Eis aí uma das causas
desse fato. (Revue
Spirite, pág. 78.)
C. A mediunidade de
efeitos físicos é rara
em nosso mundo?
Não. Kardec diz que essa
faculdade não é rara: em
cem pessoas, pelo menos
cinqüenta possuem essa
aptidão, em maior ou
menor grau. (Revue
Spirite, pág. 92.)
D. Que relação existe
entre o magnetismo e o
Espiritismo?
Baseando-se ambos na
existência e na
manifestação da alma, o
magnetismo e o
Espiritismo podem e
devem prestar-se mútuo
apoio, porque eles se
completam e se explicam
mutuamente. O
magnetismo, segundo
Kardec, preparou o
caminho do Espiritismo,
e os rápidos progressos
desta última doutrina
são incontestavelmente
devidos à vulgarização
das idéias sobre a
primeira. (Revue
Spirite, pp. 95 e 96.)
Texto para leitura
34. Kardec comenta a
vinda do Sr. Home a
Paris em 1855 e diz que
o médium não cobra por
suas manifestações, nem
pede nada a ninguém. (P.
59)
35. Por que o Sr. Home
veio à França? Para
imprimir nesse país,
ainda em dúvida, um
grande impulso às
manifestações espíritas.
(P. 60)
36. Daniel Dunglas Home,
nascido em 15-3-1833,
perto de Edimburgo,
descende da antiga e
nobre família dos
Dunglas da Escócia. De
estatura mediana, louro
e fisionomia
melancólica, é de
compleição muito
delicada, de costumes
simples e meigos, de
caráter afável e
benevolente. (P. 61)
37. A faculdade
mediúnica se lhe revelou
desde a mais tenra
idade. Aos seis meses
seu berço se balançava
sozinho e, quando não
podia alcançar os
brinquedos, estes vinham
pôr-se ao seu alcance.
As primeiras visões
ocorreram aos 3 anos.
Sua reputação como
médium só se criou em
1855. (P. 62)
38. Kardec elogia a
dignidade de linguagem
adotada pelo Sr. Paul
Auguez na refutação
feita às agressões do
Sr. Viennet ao
Espiritismo. (P. 63)
39. Kardec informa que
grande cópia de fatos e
notícias lhe foram
enviados pelos leitores
da Revue em
resposta a seu apelo de
janeiro. (P. 64)
40. Chegamos por um
simples raciocínio a
concluir pela
pluralidade dos mundos
habitados. E tal
raciocínio acha-se
confirmado pela
revelação dos Espíritos,
que ensinam que tudo é
povoado no Universo. (P.
67)
41. Vimos que todas as
probabilidades são para
a pluralidade dos
mundos, embora nem todos
estejam no mesmo grau de
perfeição. (P. 70)
42. Dizendo que Marte é
menos adiantado do que a
Terra, Kardec assevera
que Júpiter é, em nosso
sistema, o mais
adiantado de todos. (PP.
70 e 71)
43. Kardec refere-se a
mais um trabalho da
srta. Ermance Dufaux: a
História de Luís XI. A
médium
contava então apenas 14
anos. (P. 74)
44. São Luís analisa um
acidente com um barco
que virou em Dunquerque
matando 4 pessoas e diz
que as provas físicas,
uma vez escolhidas pelo
Espírito, vão compor
para ele uma espécie de
destino. (PP. 75 e 76)
45. O acidente está
marcado no destino do
homem; tu mesmo
escolheste a tua prova,
ensina São Luís. (PP. 76
e 77)
46. Antes de
encarnar-se, o Espírito
tem conhecimento de
todas as fases de sua
existência; quando estas
têm um caráter saliente,
conserva uma espécie de
impressão em seu foro
íntimo e tal impressão,
despertando ao
aproximar-se o instante,
torna-se pressentimento.
(P. 78)
47. Quando um Espírito
nos diz que foi Sócrates
ou Platão, somos
obrigados a crer, porque
não traz ele carteira de
identidade; mas quando
for um parente, um
amigo, mil
circunstâncias permitem
identificá-lo. (P. 79)
48. Kardec conversa com
o criminoso Lemaire, 29
dias depois de sua
execução, em Aisne,
Norte da França. (P. 80)
49. Lemaire diz haver
encontrado suas vítimas,
cujo olhar o perseguia,
e em vão procurava
fugir-lhes. (P. 82)
50. Por que enveredou
pelo caminho do crime?
Lemaire diz que se
julgava forte e escolheu
uma rude prova, mas
cedeu às tentações do
mal. (P. 82)
51. Evocado, o Espírito
de uma rainha de Aúde
(antigo reino da Índia)
revela todo o seu atraso
moral e sua soberba.
(PP. 84 e 85)
52. Para ela, a religião
cristã é absurda e
Jesus, o filho do
carpinteiro, indigno de
ocupar seu pensamento.
(P. 85)
53. Dr. Xavier, que lera
"O Livro dos Espíritos"
antes de falecer, é
evocado por Kardec e nos
deixa muitos
ensinamentos. (P. 87)
54. Dr. Xavier diz que a
doutrina espírita é
grande, mas certos
discípulos a prejudicam
-- os que atacam coisas
reais: as religiões. (P.
89)
55. É notável a
semelhança entre o que
Dr. Xavier diz do aborto
e as perguntas 358 e 359
d' O Livro dos
Espíritos. (P. 90)
56. Falando das
manifestações físicas,
Kardec diz que essa
faculdade não é muito
rara: em cem pessoas,
pelo menos cinqüenta
possuem essa aptidão, em
maior ou menor grau. O
Sr. Home é uma delas.
(P. 92)
57. Sob a influência do
Sr. Home, fazem-se ouvir
os ruídos mais
retumbantes e todo o
mobiliário de uma sala
pode ser revirado e os
móveis amontoados uns
sobre os outros. (P. 92)
58. Geralmente o Sr.
Home inicia suas sessões
pelos fatos conhecidos:
pancadas, movimento e
suspensão da mesa. (P.
93)
59. Como se dá com a
mesa, o Sr. Home já foi
elevado até o teto e
desceu do mesmo modo. De
todas as manifestações
produzidas por ele, a
mais extraordinária é,
porém, a das aparições.
(P. 94)
60. Kardec confirma, com
prazer, a notícia dada
por alguns jornais, de
um legado de 6.000
francos de renda, feita
ao Sr. Home por uma
senhora inglesa, por ele
convertida à doutrina
espírita. Por todos os
títulos o Sr. Home
merecia esta prova de
consideração, diz
Kardec. (P. 94)
61. Baseando-se ambos na
existência e na
manifestação da alma, o
magnetismo e o
Espiritismo podem e
devem prestar-se mútuo
apoio, porque eles se
completam e se explicam
mutuamente. (P. 95)
62. Seus adeptos, porém,
discordam nalguns
pontos: certos
magnetistas não admitem
a manifestação dos
Espíritos e pensam que
podem tudo explicar só
pela ação do fluido
magnético. (P. 95)
63. Os adeptos do
Espiritismo, ao
contrário, são todos
concordes com o
magnetismo e todos
admitem sua ação. (P.
95)
64. O magnetismo
preparou o caminho do
Espiritismo, e os
rápidos progressos desta
última doutrina são
incontestavelmente
devidos à vulgarização
das idéias sobre a
primeira. (P. 96)
65. Kardec admite, com o
Sr. Georges, que a
Humanidade entrara no
período psicológico, mas
não concorda que o
período científico tenha
dito a última palavra;
ao contrário, virão
ainda muitos
outros prodígios. (P.
98)
(Continua no próximo
número.)