FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
Visão otimista
Ainda que as
circunstâncias
não nos permitam
fechar os olhos
para as diversas
situações de
descaso e
desrespeito das
autoridades para
com os cidadãos
em qualquer
parte do nosso
país, pois, são
eles os
responsáveis
justamente por
garantir a ordem
e a paz em nosso
território, não
podemos da mesma
forma
esquecer-se de
lembrar que
também cada
cidadão tem sua
participação
altamente
comprometedora
diante do caos
que se instalou
em nossa
sociedade.
A começar, pela
irresponsabilidade
na hora de
eleger nossos
representantes,
que são
escolhidos sem
um mínimo de
cuidado ou
critério, a não
ser as falsas
promessas tão
conhecidas de
todos, que ainda
assim conseguem
não se sabe
como, manter
iludida tanta
gente ano após
ano.
Sabemos que, na
prática, os
lobos ferozes da
política
investem na
ignorância dos
indivíduos, à
medida que fazem
questão de não
vê-los
esclarecidos,
pois, se isso
acontecesse, não
seriam eleitos e
muito menos
reeleitos, com
seus argumentos
falsos,
mentirosos e
descarados, com
que hoje
conseguem
manipular a
cabeça de seus
eleitores para
depois largá-los
entregues à
miséria, à
decepção e à
revolta, até a
próxima eleição,
quando novamente
os convencerão
de que agora
será diferente,
o que jamais
ocorre.
Embora ciente de
toda situação de
miséria e
desgraça, com
que nos vemos às
voltas no dia a
dia de nossas
vidas, não
consigo deixar
de olhar para o
futuro com
otimismo, pois,
sou espírita por
convicção e
acredito
piamente em tudo
o que os nobres
Emissários do
Mestre de Nazaré
nos afirmam nos
postulados da
mensagem
Consoladora do
espiritismo e
sigo, por isso
mesmo, na
contramão da
grande massa,
que segue
pessimista a
dizer que já não
acredita em mais
nada, alardeando
por toda a parte
que o mundo não
tem mais jeito.
“Hoje, ao
assistir um
programa de uma
emissora de
televisão, sobre
o trabalho
desenvolvido por
pessoas
decididas
conscientizadas
da importância
de enfrentar a
situação com a
prática do
trabalho no bem,
para a
realização de
algo positivo
para a
transformação e
melhoria da
qualidade de
vida em muitas
comunidades
carentes,
levando alegria,
espalhando
esperanças,
aconselhando os
jovens, fazendo
a festa das
crianças, e
renovando o
ânimo dos mais
idosos,
modificando para
melhor a vida
daquelas pessoas
que choravam
agradecidas,
mais crédulo me
tornei pela
comprovação de
que para tudo
existe sempre
uma solução
viável e
perfeitamente
realizável sem
exigir grandes
somas de
recursos
financeiros”.
Em O Livro
dos Espíritos
os Imortais da
Vida Maior nos
convocam para a
prática do
trabalho no bem
conforme segue:
930. É
evidente que, se
não fossem os
preconceitos
sociais, pelos
quais se deixa o
homem dominar,
ele sempre
acharia um
trabalho
qualquer, que
lhe
proporcionasse
meio de viver,
embora
deslocando-se da
sua posição.
Mas, entre os
que não têm
preconceitos ou
os põem de lado,
não há pessoas
que se vêem na
impossibilidade
de prover às
suas
necessidades, em
conseqüência de
moléstias ou
outras causas
independentes da
vontade delas?
“Numa
sociedade
organizada
segundo a lei do
Cristo ninguém
deve morrer de
fome.
Com uma
organização
social
criteriosa e
previdente, ao
homem só por
culpa sua pode
faltar o
necessário.
Porém, suas
próprias faltas
são
freqüentemente
resultado do
meio onde se
acha colocado.
Quando praticar
a lei de Deus,
terá uma ordem
social fundada
na justiça e na
solidariedade e
ele próprio
também será
melhor.”
932. Por que,
no mundo, tão
amiúde, a
influência dos
maus sobrepuja a
dos bons?
“Por fraqueza
destes. Os maus
são intrigantes
e audaciosos, os
bons são
tímidos. Quando
estes o
quiserem,
preponderarão.”
(1)
Não sou tão
ingênuo assim, a
ponto de não
admitir que as
coisas estejam
realmente
complicadíssimas
e que a solução
para a reversão
desse estado
caótico em que
nos achamos seja
de fácil
solução; porém,
não abro mão de
acreditar, de
manter viva
minha fé, na
esperança de um
porvir melhor
para a
humanidade, e
que cedo ou
tarde a
população do
nosso planeta
será levada pela
força da
necessidade a
buscar
conscientizar
cada indivíduo
de que não nos
libertaremos da
situação de dor
e sofrimento
físico e moral,
pelos quais
passamos sem a
efetiva
participação de
todos no
processo de
transformação do
comportamento
ético-moral da
sociedade que
compomos.
Ainda penso que
a grande maioria
da população da
sociedade
hodierna
precisa apenas
vencer o
fantasma da
omissão em
relação aos
problemas à
nossa volta, que
fingimos não ver
e que por essa
razão somos
também
responsáveis
pela instalação
e crescimento do
mal em torno de
nós, sem que nos
prestemos a
mover uma palha
no intento de
modificar essa
situação
insuportável.
Precisamos meter
a mão na massa,
na luta por
mudar esse
estado de
coisas, fazendo
a nossa
importante
parcela na
construção de
uma sociedade
mais
equilibrada, a
começar por
nossas próprias
atitudes para
com o próximo e
com a vida,
procurando nos
modificar em
todos os
aspectos, para
poder
verdadeiramente
pelos nossos
exemplos de
pessoas
decentes, agindo
sempre com
honestidade,
respeito,
dignidade
contribuir
positivamente na
educação e
formação do
caráter dos
nossos filhos,
procurando desde
cedo investir
nos conceitos de
ética e moral
com que se
habituarão para
se tornarem mais
tarde homens e
mulheres de
bem.
Não podemos
ficar
simplesmente a
reclamar da
atitude
condenável e
criminosa dos
governantes,
quando nós
mesmos os
elegemos; dos
exploradores
inescrupulosos
dos recursos
naturais, quando
ajudamos a
poluir os rios,
enchemos de lixo
os bueiros etc.;
das atitudes
desrespeitosas
de alguns em
relação à
comunidade,
quando também
nos aproveitamos
para furar a
fila dos bancos,
levar vantagem
nas mínimas
coisas etc.,
precisamos parar
de pensar que só
aos outros cabe
a tarefa de
transformação
íntima, e
continuarmos tal
qual sempre
fomos.
Faz-se
imprescindível o
decisivo empenho
de todos no
trabalho que a
situação exige,
participando
ativamente e
empregando todos
os recursos que
por ventura
possuirmos, na
certeza de que
não há bem maior
a ser alcançado
que o de ver o
crescimento da
paz e do
progresso entre
os homens,
através do bom
uso da
inteligência a
serviço da
elevação moral
de nossa
sociedade.
Bibliografia:
(1) Kardec,
Allan. O
Livro dos
Espíritos –
FEB, 76ª edição.