Deus
Antero de
Quental
Quem, senão Deus, criou
obra tamanha,
O espaço e o tempo, as
amplidões e as eras,
Onde se agitam
turbilhões de esferas,
Que a luz, a excelsa
luz, aquece e banha?
Quem, senão Ele fez a
esfinge estranha
No segredo inviolável
das moneras,
No coração dos homens e
das feras,
No coração do mar e da
montanha?!
Deus!... somente o
Eterno, o Impenetrável,
Poderia criar o
imensurável
E o Universo infinito
criaria!...
Suprema paz, intérmina
piedade,
E que habita na eterna
claridade
Das torrentes da Luz e
da Harmonia!
Antero de Quental,
inesquecível poeta
lusitano, nascido na
Ilha de São Miguel, nos
Açores, em 1842, e
desencarnado em 1661,
volta a brilhar nas
páginas do Parnaso de
Além-Túmulo, que a
psicografia de Chico
Xavier nos ofereceu.