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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 38 - 13 de Janeiro de 2008

WALDENIR APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São Paulo (Brasil)  

Desencarnar

“Em que se transforma a alma no instante da morte? – Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que ela havia deixado temporariamente.” (Questão 149 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.)

Sem dúvida, a desencarnação é um dos momentos mais dolorosos no contexto das famílias. Em realidade, não estamos preparados para a separação que ocorre com a partida de seres amados para o mundo espiritual. A lacuna deixada é sempre um motivo para grandes e intensos sofrimentos.

É extremamente consolador saber que não morremos, que a vida continua em outras dimensões, ou seja, “nas muitas moradas da casa do Pai”, com afirmou Jesus, no entanto a ausência do ser amado é sempre muito sentida.

Sendo a vida na Terra apenas uma etapa da vida total, precisamos estudar e refletir para compreender mais, assegurando assim uma aceitação maior dessas separações temporárias, que são inevitáveis.

Sabendo que neste planeta ou fora dele estaremos sempre vivos, carregando conosco nossos sonhos de paz e felicidade, imperioso que procuremos nos esforçar para melhor entender os mecanismos da lei divina, que sábia e fraterna, procura constantemente agir em nosso benefício.

Uma vez que morrer não é o fim, interessa a cada um de nós saber para onde vamos, o que vamos continuar fazendo e como seremos recebidos na nova vida.

Há muito, Confúcio, sábio oriental, já afirmava que para morrer bem será preciso viver bem e em outra oportunidade um autor desconhecido escreveu: “ quando você nasceu todos sorriam e você chorava. Viva de tal forma que quando você morrer todos chorem e você sorria”. Tais afirmativas informam a necessidade de vivermos uma vida dentro dos padrões ensinados pelo Cristo, para que nos aportemos no mundo espiritual carregando conosco a bagagem da consciência tranqüila.

Em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, obra básica da Doutrina Espírita, encontramos todas as informações de que temos necessidade a respeito da desencarnação, bem como as respostas para as nossas mais íntimas e intrigadas dúvidas.

Se um homem para atravessar uma floresta espessa precisa equipamentos que lhe garantam a segurança e a possibilidade de alcançar seus objetivos, preparando-se antes para tal cometimento, não pode a criatura humana chegar ao mundo dos Espíritos, para onde segue depois da morte do corpo, sem ter noções de como será essa nova morada. No mínimo precisa saber o básico e para tanto não pode deixar de estudar o assunto, sem conotação fúnebre ou tétrica, mas deitando preocupações com os dias do porvir, pois que “ninguém ficará para semente”, como afirma o adágio popular.

A morte do corpo é tão-somente um fenômeno biológico. A vida prossegue em seu dinamismo habitual, daí então a urgente necessidade de reflexão em torno dos nossos atos, comportamentos e atitudes na Terra, pois que a moeda que circula no mundo espiritual é a do amor, da fraternidade, altruísmo, solidariedade. Francisco de Assis, há tempo disse: “é dando que se recebe”, dessa forma haveremos de receber o reflexo daquilo que distribuímos.

Portanto se pretendemos assegurar uma boa posição futura, tanto aqui na Terra como no mundo espiritual, o caminho seguro é o exercício do bem sem cansaço ou desânimo, com total desinteresse, isto é, sem esperar qualquer recompensa.

Não esqueçamos; morrer não é o fim e cada um colherá o fruto da semente que plantou.       
                                  


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita