WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
E se Chico
tivesse dormido?
Chico Xavier
dissera a seu
benfeitor
espiritual
Emmanuel que
estava disposto
a trabalhar na
mediunidade com
Jesus, contudo,
precisava para
isso do apoio da
espiritualidade.
O mentor,
prestativo,
respondeu a
Chico que apoio
não lhe faltaria
desde que ele
observasse três
preceitos
básicos:
primeiro:
disciplina;
segundo:
disciplina;
terceiro:
disciplina.
Chico aquiesceu.
O trabalho
literário iria
começar.
Então, certa
noite, Emmanuel
apareceu a Chico
convidando-lhe à
psicografia.
Chico, após um
dia cansativo de
trabalho,
respondeu ao
guia:
− Seu Emmanuel,
agora estou com
sono, preciso
dormir, vamos
deixar a
psicografia para
depois.
Emmanuel
respondeu-lhe:
− Chico, o
trabalho nos
espera, o tempo
urge, não
podemos vacilar.
Chico não deu
bola, virou-se,
despediu-se do
guia e voltou a
dormir.
Na noite
seguinte,
Emmanuel aparece
novamente:
− E agora,
Chico,
descansado para
psicografar?
− Nada disso,
Seu Emmanuel,
preciso dormir.
Sabe o que é,
tive tantas
dores de cabeça,
estou cansado,
trabalhei muito
hoje, além do
mais, tenho
vários irmãos
pequenos que
necessitam de
meu concurso.
Vamos fazer o
seguinte:
apareça final de
semana, aí
podemos
psicografar a
vontade.
Emmanuel então
fez conforme o
combinado
retornando no
sábado.
− E aí, Chico,
vamos começar a
psicografar
hoje?
− Ah, Seu
Emmanuel, hoje
não vai dar não,
prometi aos meus
amigos que
iríamos a uma
festa, vou
chegar cansado,
tenho que
dormir.
Desculpe! Olha,
faça o seguinte,
continue a me
visitar, quem
sabe um dia
desses, quando
eu estiver mais
disposto não dá
certo de
encaixarmos uma
mensagem...
Acordei, era
somente um
sonho, ou
melhor, um
pesadelo! Chico
Xavier não
dormira quando
convocado a
servir. Chico
Xavier não
titubeara quando
chamado pelo
plano espiritual
a colaborar na
construção de um
mundo melhor.
Foram mais de
400 livros
psicografados,
traduzidos para
vários idiomas,
beneficiando
aqui e acolá
inúmeras
criaturas das
mais distintas
culturas. Foram
infinitas noites
sem dormir a
serviço do Bem.
Chico não dormiu
e foi o perfeito
instrumento
utilizado pelo
plano espiritual
para espalhar
paz e esperança,
conforto e
instrução na
face da Terra,
se o médium
mineiro houvesse
dormido,
certamente os
Espíritos teriam
de utilizar
outro ou outros
instrumentos
para fazer vir a
lume as
inesquecíveis
obras de André
Luiz, Emmanuel,
Meimei e tantos
outros que se
manifestaram
pela sua
abençoada mão. O
trabalho
certamente
aconteceria,
contudo,
sofreria algum
atraso, deixando
de beneficiar
naquele tempo
inúmeras
criaturas
sequiosas por
consolo.
Guardadas as
devidas
proporções,
todos sem
exceção, somos
convocados a dar
nossa parcela de
contribuição.
Contudo, para
que isso ocorra,
temos de ficar
atentos as
oportunidades
que surgem:
● O amigo que
nos convida a
fazer o trabalho
voluntário.
● O familiar em
conflito íntimo
que pede nosso
apoio.
● O colega de
atividade
profissional que
necessita de
nosso auxílio.
Todas essas
situações não
chegam até nosso
conhecimento por
acaso, ao
contrário, são
trazidas até nós
por diligentes
mentores
espirituais que
tem em nós o
instrumento que
pode fazer a
diferença na
vida de alguém.
Contudo, há o
imperativo de
nossa
iniciativa: se
dormimos no
ponto, deixando
para depois o
Bem que
poderíamos fazer
hoje, perdemos
grande chance de
galgar degraus
na escala
evolutiva.
Por isso,
forçoso nos
questionar se
estamos com a
bússola da
disciplina e da
atenção a
nortear o
caminho, ou
preferimos
dormir nos
colchões da
indiferença.
Chico não
dormiu. E nós,
estamos dormindo
ou bem
acordados?
Pensemos nisso.