ASTOLFO OLEGÁRIO DE
OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Revue Spirite
de 1858
Allan Kardec
(3a Parte)
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite,
mensário lançado por
Allan Kardec em janeiro
de 1858 e por ele
editado até 31 de março
de 1869, quando
desencarnou. O texto
condensado do volume
correspondente a 1858
está sendo aqui
apresentado em 8 partes,
com base na tradução de
Júlio Abreu Filho
publicada pela EDICEL.
Questões preliminares
A. Que diz a Revue
sobre o planeta Júpiter?
Atribuídas ao Espírito
de Bernard Palissy, que
foi na Terra célebre
oleiro no século XVI,
eis de forma sintética
as revelações sobre
Júpiter: a) a
temperatura ali é suave
e temperada, a água é
mais etérea e uma
espécie de luz
espiritual é que ilumina
o planeta. b) a
conformação física de
seus habitantes é igual
à nossa, mas a base da
alimentação é puramente
vegetal. c) a
existência física no
planeta equivale, em
média, a cinco séculos.
d) as principais
ocupações dos homens de
Júpiter são o
encorajamento dos
Espíritos que habitam os
mundos inferiores, a fim
de que perseverem no bom
caminho. e) não
há em Júpiter
infortúnios a serem
aliviados e seus
habitantes pertencem à
segunda ordem – todos
são bons, mas uns são
mais adiantados que
outros na perfeição.
(Revue Spirite, pp. 114
a 118.)
B. Que é que Mehemet-Ali,
ex-paxá e considerado o
verdadeiro criador do
Egito moderno, disse
sobre Maomé?
Segundo o ex-paxá do
Egito, Maomé teve uma
missão divina, mas a
desvirtuou. Acrescentou
em sua comunicação o
grande governante
egípcio: "Qual o povo
que foi regenerado por
Maomé? A religião cristã
saiu pura das mãos de
Deus; a maometana é obra
de um homem". (Revue
Spirite, pp. 120 e 121.)
C. É lento ou rápido o
desprendimento da alma
depois da morte do
corpo?
Os laços que unem alma e
corpo não se rompem de
súbito pela morte. A
duração desse
desprendimento varia
conforme os indivíduos.
Em alguns, opera-se em
três ou quatro dias, ao
passo que noutros não se
completa senão ao cabo
de vários meses.
(Revue Spirite, pág.
129.)
D. Que diz São Luís a
respeito do orgulho?
O orgulho é, no dizer de
São Luís, semelhante ao
joio que afoga o bom
grão. Quem se julga mais
que seu irmão é
insensato. Após ter dito
isso, o instrutor
espiritual advertiu:
"Soberbo, humilha-te;
porque a mão do Senhor
curvará o teu orgulho
até a poeira! Tuas
riquezas e tuas
grandezas, vaidades do
nada, escaparão de tuas
mãos quando vier o
grande dia. Não levarás
de tuas riquezas mais
que as tábuas do
esquife; e os títulos
gravados na lápide
funerária serão palavras
vazias de sentido."
(Revue Spirite, pp. 137
e 138.)
Texto para leitura
66. Aludindo à doutrina
druídica, Kardec diz não
ter dúvida sobre a
antigüidade e a
universalidade da
doutrina dos Espíritos,
cujos traços podem ser
encontrados por toda a
parte. (P. 99)
67. Para os druidas não
existe o inferno. A
distribuição dos
castigos efetua-se no
círculo das migrações,
pela ligação das almas
em condições de
existência mais ou menos
infelizes, onde expiam
suas faltas pelo
sofrimento e se dispõem,
pela reforma de seus
vícios, a um futuro
melhor. (P. 105)
68. Segundo o Druidismo,
a alma eleva-se na
escala das existências,
com a condição de, pelo
trabalho sobre si mesma,
fortificar a própria
personalidade. (P. 109)
69. Bernard Palissy, que
foi célebre oleiro no
século XVI, descreve o
planeta Júpiter, onde se
encontra atualmente
reencarnado. (P. 113)
70. A
temperatura em Júpiter é
suave e temperada, a
água é mais etérea e uma
espécie de luz
espiritual é que ilumina
o planeta. (P. 114)
71. A
conformação física de
seus habitantes é igual
à nossa, mas a base da
alimentação é puramente
vegetal. (PP. 114 e 115)
72. A
existência física em
Júpiter equivale, em
média, a cinco séculos.
(P. 115)
73. As principais
ocupações dos homens de
Júpiter são o
encorajamento dos
Espíritos que habitam os
mundos inferiores, a fim
de que perseverem no bom
caminho. Não havendo
entre eles infortúnios a
serem aliviados, vão
procurá-los onde esses
existem. (P. 115)
74. Os habitantes de
Júpiter pertencem todos
à segunda ordem: todos
são bons, mas uns são
mais adiantados que
outros na perfeição.
(PP. 117 e 118)
75. Mehemet-Ali, paxá do
Egito em 1805,
considerado o verdadeiro
criador do Egito
moderno, é evocado e dá
informações curiosas,
como seu pensamento
sobre Jesus e Maomé: "a
religião cristã eleva a
alma; a maometana apenas
fala à matéria". (P.
120)
76. Maomé tinha uma
missão divina, mas a
desvirtuou: "Qual o povo
que foi regenerado por
Maomé? A religião cristã
saiu pura das mãos de
Deus; a maometana é obra
de um homem". (P. 120)
77. Conta ele que os
sacerdotes do antigo
Egito conheciam a
doutrina espírita e
recebiam manifestações.
Moisés foi iniciado por
eles. (P. 121)
78. O antigo paxá diz
lembrar-se de suas vidas
anteriores, tendo vivido
três vezes no Egito:
como sacerdote, como
mendigo e como príncipe.
(P. 121)
79. Kardec, em outro
artigo sobre o Sr. Home,
narra o caso da aparição
de três mãos, que
apertam as mãos das
pessoas e se dissolvem.
(P. 123)
80. A
mão que aparece também
pode escrever. Algumas
vezes ela pára no meio
da mesa, toma um lápis e
traça as letras num
papel já preparado. Na
maioria das vezes,
porém, ela leva o papel
para debaixo da mesa e o
devolve todo escrito. Se
a mão fica invisível, a
escrita parece
produzir-se por si
mesma. (P. 124)
81. Kardec explica o
fenômeno dos
instrumentos de música
que tocam, pela
tangibilidade dos dedos
da mão, que assim podem
pressionar as teclas.
(N.R.: A explicação de
Kardec é um equívoco
corrigido logo depois.)
(P. 124)
82. O Sr. Home é vítima
de boatos e da
maledicência. Um diz que
ele não partiu para a
Itália, mas está preso
em Mazas, sob o peso de
graves acusações.
Kardec, de posse de
várias cartas de Home,
datadas de Pisa, Roma e
Nápoles, desmente os
boateiros. (P. 125)
83. A
Revue mostra como os
adversários do
Espiritismo manipulam as
notícias: "A Gazette
des Hôpitaux diz que
estão internados no
hospital de alienados de
Zurique 25 pessoas que
perderam a razão graças
às mesas girantes e aos
Espíritos batedores".
Kardec comenta o fato.
(PP. 125 e 126)
84. A
idéia que fazemos da
natureza dos Espíritos
torna à primeira vista
incompreensíveis as
manifestações físicas.
Pensa-se que o Espírito
é a ausência completa da
matéria. Ora, isto é
errado. (P. 127)
85. Há em nós duas
espécies de matéria: uma
grosseira, que constitui
o corpo exterior; a
outra sutil e
indestrutível: o
perispírito. (P. 128)
86. Os laços que unem
alma e corpo não se
rompem de súbito pela
morte. A duração desse
desprendimento varia
conforme os indivíduos.
Em alguns, opera-se em
três ou quatro dias, ao
passo que noutros não se
completa senão ao cabo
de vários meses. (P.
129)
87. O envoltório
semimaterial do
Espírito, ou
perispírito, é
suficientemente sutil
para escapar à nossa
vista em seu estado
normal e essa sutileza
lhe permite atravessar
os corpos sólidos e as
paredes. (P. 129)
88. Nota-se que a mão
que aparece é parte de
um ser completo, e a
prova disso é que deixa
impressões das partes
invisíveis, como os
dentes. (P. 130)
89. Em 1852, em
Bergzabern, na Baviera
renana, nas cercanias de
Spira, ocorreram
fenômenos de raps,
que se prolongaram por
muitos meses, na casa do
alfaiate Pedro Sanger,
registrados pelo jornal
da cidade. (PP. 131 e
132)
90. Tudo indicava que a
médium era a filha de
Pedro Sanger, então uma
menina de 12 anos de
idade. (P. 132)
91. Para fazer cessar a
suspeita, a menina foi
levada para uma casa
estranha. Bastou chegar
lá, ouviram-se as
batidas e arranhaduras.
Ela foi conduzida então
ao Dr. Bentner e desde
então cessou o barulho
em casa da família
Sanger, passando a
produzir-se na do Dr.
Bentner. (P. 135)
92. São Luís escreve
sobre o orgulho, que é,
para ele, semelhante ao
joio que afoga o bom
grão. "Quem se julga
mais que seu irmão é
insensato. Sábio é o que
trabalha por si mesmo,
como o humilde em seu
campo, sem se envaidecer
de sua obra." (P. 137)
93. "Soberbo,
humilha-te; porque a mão
do Senhor curvará o teu
orgulho até a poeira!
Tuas riquezas e tuas
grandezas, vaidades do
nada, escaparão de tuas
mãos quando vier o
grande dia. Não levarás
de tuas riquezas mais
que as tábuas do
esquife; e os títulos
gravados na lápide
funerária serão palavras
vazias de sentido." (P.
138)
94. São Luís responde a
quatro perguntas de
Kardec a respeito da
avareza. As três
primeiras deram origem
às perguntas 899 a 901
d' O Livro dos
Espíritos: são idênticas
à do livro. (P. 138)
(Continua no próximo
número.)