José Stipp
voltara de Piracicaba querendo
curar todo mundo! Retornara mais
espírita do que eu! Com uma fé
capaz de transportar montanhas! Um
dia desses lhe conto quem é esse
José Stipp.
Havia em
Garça. interior do Estado de São
Paulo, um rapazinho completamente
perturbado que andava perdido
pelas ruas. Era um tipo popular;
todos gostavam muito dele.
Conhecido pelo apelido de Mazarope,
por causa de sua semelhança com o
humorista famoso.
Recolhemo-lo em
nossa casa, demos-lhe banho, casa
e comida. E o Zé queria dar-lhe
também a cura! Queria porque
queria que fizéssemos uma sessão
em benefício dele.
- Fazer
sessão, sem médium, Zé? –
indagava eu.
Ele dizia que
conhecera duas senhoras, médiuns:
Dona Maria, cozinheira da pensão
onde almoçávamos e uma sua
(dela) vizinha. Dona Alzira. Que
ele até já havia conversado com
elas. Insistiu tanto que eu não
pude negar.
Uma
sexta-feira, à noite, em torno de
uma mesa improvisada, em nossa
casa de morada, lá estávamos
nós, os quatro, para a sonhada
reunião: Dona Maria, a
cozinheira, Dona Alzira, a
vizinha, o Zé Stipp e eu!
Li uma página
de O Evangelho segundo o
Espiritismo e, quando ia fazer
a prece inicial, eis que batem
fortemente à porta! Era meu
futuro cunhado Walter que acabava
de chegar de Lucélia, onde
trabalhava como vendedor nas Lojas
Brasileiras, e que viera passar o
fim de semana conosco.
Não podia
haver situação mais embaraçosa.
O Walter era - era não - é
desses rapazes que nada leva a
sério; não acreditava em nada;
fazia chacota de tudo! O tipo
perfeito do cidadão que não pode
participar de qualquer trabalho
daquela natureza. Disse-lhe o que
estávamos pretendendo fazer
exatamente no momento em que ele
chegou, e pedi-lhe que desse umas
voltas pela cidade e só voltasse
uma hora depois.
Aí ele pediu
pra ficar. Implorou que o
deixássemos participar da
reunião; que ele tinha certeza
que poderia ajudar.
Deixamos. Feita
a prece, uma coisa extraordinária
aconteceu. Nunca vira nada igual.
Walter entrou em transe e começou
a receber espíritos. Um atrás do
outro. Passividade absoluta.
Segurança plena em todas as
comunicações! Foi o único
"médium" a trabalhar
nessa noite. A reunião fora um
sucesso!
Ao final,
abobado, sem saber nada do que
tinha acontecido na sessão,
tivemos que socorrê-lo com passes
e água fluidificada para
desintoxicá-lo dos fluidos que o
faziam tremer como vara verde!