R.:
Ditadas por um jovem soldado morto
logo no início da Grande Guerra, as
comunicações que compõem o oitavo
caso contêm, entre outros, os
seguintes detalhes: a) a ignorância
em que muitos se encontram a
respeito da própria morte; b) o
sono reparador, que acomete os
desencarnados, sobretudo quando
acham que a morte era o
aniquilamento total da criatura
humana; c) o fato de, após
despertar desse sono, o desencarnado
sentir-se um outro ser e entender
que se encontra num meio espiritual
e que é um Espírito; d) a
informação de que os que
desencarnam com a convicção de que
existe uma vida de além-túmulo
não necessitarem dormir, a menos
que cheguem ao mundo espiritual
esgotados por longa enfermidade ou
deprimidos por uma vida de
tribulações; e) a circunstância
de os Espíritos muito inferiores,
que permanecem ligados à Terra,
não gozarem do benefício do sono
reparador e, por isso, perseverarem
na ilusão de que continuam
encarnados. (A Crise da Morte,
pp. 70 a 75.)
B.
Como os Espíritos satisfazem os
hábitos voluptuosos que trazem da
última existência?
R.:
Mencionando expressamente o livro "Raymond",
escrito pelo professor Oliver Lodge,
Bozzano diz que os Espíritos
recém-desencarnados não encontram
no meio espiritual a mesma
satisfação de antes, nos hábitos
voluptuosos adquiridos no mundo dos
vivos, e até os perdem. Todavia,
quando chegam ao mundo espiritual,
influenciados pelas tendências que
os dominavam na Terra, há os que
pedem de comer e outros que querem
um gole de uísque. Existe, porém,
um meio de contentá-los,
fornecendo-se-lhes qualquer coisa
que se assemelhe ao que reclamam.
Desde, porém, que hajam saboreado
uma ou duas vezes a coisa desejada,
não mais sentem dela necessidade e
a esquecem. (A
Crise da Morte, p. 78.)
C.
Que ensinamentos extraímos do nono
caso?
R.:
Este caso foi tirado do livro de
mensagens transcendentais intitulado
A Heretic in Heaven.
O médium-narrador é o Sr.
Ernesto H. Peckham, e o comunicante,
que fora membro do mesmo círculo
experimental do Sr. Peckham,
valeu-se de um pseudônimo –
"Daddy" – para assinar
as mensagens. Eis os detalhes
contidos nas mensagens: a) embora
morto, o Espírito se sentia mais
vivo do que antes; b) os acessos de
soluço, a asma e outros sintomas
bronquiais, que o atormentaram no
momento da morte, continuaram a
afligi-lo na vida espiritual; c) sua
mãe, que morrera havia muitos anos,
e sua esposa foram visitá-lo em sua
nova morada; d) seguiu-se depois
disso um prolongado período de
sono. (A
Crise da Morte, pp. 84 a 91.)
D.
O advento da Nova Revelação veio
na época certa?
R.:
Sim. Segundo Bozzano, as
manifestações mediúnicas se
produziram no momento exato em que
estavam maduros os tempos para serem
compreendidas, apreciadas e
assimiladas. Se as
"pancadas" de Hydesville
se houvessem produzido um século
antes, teriam passado despercebidas
e infecundas. "Cumpre, pois, se
reconheça que a Nova Ciência da
Alma nasceu na hora precisa, no
seio dos povos civilizados",
afirma Bozzano.
(A Crise da Morte, pp. 91 e 92.)
Texto
para leitura
53.
Eis os detalhes contidos nas
mensagens do jovem soldado: a) a
ignorância em que muitos se
encontram a respeito da própria
morte; b) o sono reparador, que
acomete os desencarnados, sobretudo
quando acham que a morte era o
aniquilamento total da criatura
humana; c) após despertar desse
sono, o desencarnado se sente um
outro ser e entende que se encontra
num meio espiritual e que é um
Espírito; d) os que desencarnam com
a convicção de que existe uma vida
de além-túmulo não necessitam
dormir, a menos que cheguem ao mundo
espiritual esgotados por longa
enfermidade ou deprimidos por uma
vida de tribulações; e) os
Espíritos muito inferiores, que
permanecem ligados à Terra, não
gozam do benefício do sono
reparador e, por isso, perseveram na
ilusão de que continuam encarnados;
f) o meio espiritual apresenta ao
visitante "coisas" que
parecem da mesma natureza que as que
ele conhecia na Terra, mas elas são
reais, absolutamente reais; g) os
desencarnados não demoram a
descobrir que podem transformar
certas "coisas" que vêem
em torno deles, unicamente pelo
desejo de que elas se transformem.
(PP. 70 a 75)
54.
A propósito do último detalhe, diz
o Espírito que, vendo a seus pés
uma agulha de madeira, ele pode
transformá-la, pela força de sua
vontade, em uma agulha de aço; mas
não pode transformar os objetos
volumosos e, ainda menos, o meio em
que vive. A razão é que a paisagem
que o rodeia não é somente
"cenário" dele; é o
"cenário" de todos os
Espíritos que ali residem. Pode,
pois, transformar apenas as coisas
pequenas e quando isso a ninguém
aborreça ou prejudique. (P. 75)
55.
Após repetidas experiências desta
natureza, informa a Entidade,
entende-se que o meio espiritual é,
na realidade, constituído
unicamente de "formas de
pensamento" e de "projeções
da memória", e que tudo isto
está organizado com o fim de tornar
mais fácil, aos Espíritos
recém-desencarnados, o período de
transição decorrente da morte
corpórea. (P. 75)
56.
A respeito das percepções
espirituais, diz o comunicante que,
a princípio, pensa-se que os
Espíritos conversam da mesma
maneira que o faziam quando
encarnados; mas, desde o começo,
experimenta-se a curiosa sensação
de compreender-se muito mais do que
o que se formula verbalmente. (P.
75)
57.
Com o tempo, percebe-se que a
conversação por meio da palavra
não constitui mais do que uma
espécie de superestrutura
artificial, substancialmente inútil
para a permuta das idéias, a qual,
na realidade, se opera diretamente,
pela transmissão dos pensamentos.
(P. 75)
58.
Citando o livro "Raymond",
escrito pelo professor Oliver Lodge,
Bozzano lembra que os Espíritos
recém-desencarnados não encontram
no meio espiritual a mesma
satisfação de antes, nos hábitos
voluptuosos adquiridos no mundo dos
vivos, e até os perdem. Todavia,
quando chegam ao mundo espiritual,
influenciados pelas tendências que
os dominavam na Terra, há os que
pedem de comer e outros que querem
um gole de uísque. Existe, porém,
um meio de contentá-los,
fornecendo-se-lhes qualquer coisa
que se assemelhe ao que reclamam.
Desde, porém, que hajam saboreado
uma ou duas vezes a coisa desejada,
não mais sentem dela necessidade e
a esquecem. (P. 78)
59.
As projeções do pensamento no meio
espiritual são consideradas efêmeras,
apenas do ponto de vista da
evolução ulterior do Espírito.
São, contudo, substanciais
no meio em que elas se produzem. Com
efeito, admitida a existência de um
meio espiritual, cuja densidade
específica seja constituída de
"éter vitalizado" – num
mundo assim a paisagem geral, assim
como as projeções particulares
devem ser consideradas reais,
absolutamente reais, pois que teriam
a mesma consistência que o
organismo espiritual dos seres que o
habitam e seriam constituídas do
mesmo elemento. (P. 81)
60.
Nono caso - Este caso foi
tirado do livro de mensagens
transcendentais intitulado A
Heretic in Heaven. O
médium-narrador é o Sr. Ernesto H.
Peckham, autor do belo livro
The Morrow of Death, e o
comunicante, que fora membro do
mesmo círculo experimental do Sr.
Peckham, valeu-se de um pseudônimo
– "Daddy" – para
assinar as mensagens. (PP. 84 e 85)
61.
Eis os detalhes contidos nas
mensagens de "Daddy": a)
embora morto, o Espírito se sentia
mais vivo do que antes; b) os
acessos de soluço, a asma e outros
sintomas bronquiais, que o
atormentaram no momento da morte,
continuaram a afligi-lo na vida
espiritual; c) sua mãe, que morrera
havia muitos anos, e sua esposa
foram visitá-lo em sua nova morada;
d) seguiu-se depois disso um
prolongado período de sono. (PP. 86
a 88)
62.
Além de outros episódios
constantes das mensagens de "Daddy",
Bozzano comenta o fato de ter o
Espírito anunciado sua morte a um
amigo encarnado, que então a
ignorava. Como o fato realmente
ocorreu nas condições de meio
indicadas pelo comunicante, é
forçoso concluir que se trata de um
dos fenômenos comuns – ora
visuais, ora auditivos – de
manifestação dos mortos,
fenômenos a que os metapsiquistas
ortodoxos chamam "telepatia
diferida". (P. 90)
63.
O autor assinala ainda nas citadas
mensagens: 1o) o
interessante fenômeno segundo o
qual os objetos afastados não
parecem diminuídos à percepção
espiritual, pela distância,
enquanto todo objeto é
simultaneamente percebido por todos
os seus lados e no seu próprio
interior, indo a visão além do
objeto; 2o) a
observação concernente ao
pensamento do Espírito, logo
percebido por outro Espírito
distante e que intervém, auxiliando
o primeiro com um conselho que lhe
transmite no mesmo instante. (P. 91)
64.
Bozzano diz que os "raios
Roentgen" (raios X) e a
"telegrafia sem fio" são
conquistas científicas que nos
permitem compreender perfeitamente a
viabilidade dos dois fenômenos
acima referidos, que pareceriam
absurdos se revelados duas
gerações antes da sua. "Esta
observação – adverte o autor –
deveria aconselhar a todos
prudência, antes de proclamarem
absurdas e impossíveis outras
informações análogas, constantes
das mensagens do Além e que ainda
não estão confirmadas pela
ciência terrestre." (PP. 91 e
92)
65.
O fato indica ainda que as
manifestações mediúnicas se
produzem no momento exato em que
parecem maduros os tempos, para
serem compreendidas, apreciadas e
assimiladas. Se as
"pancadas" de Hydesville
se houvessem produzido um século
antes, teriam passado despercebidas
e infecundas. "Cumpre, pois, se
reconheça que a Nova Ciência da
Alma nasceu na hora precisa, no
seio dos povos civilizados",
acrescenta Bozzano. (P. 92)
66.
O autor considera também detalhe
fundamental a revelação mediúnica
acerca das modalidades sob as quais
se manifesta a visão espiritual,
que requer um certo tempo para que
se desenvolva inteiramente nos
Espíritos recém-chegados, o que
explica por que são em número
reduzido os Espíritos desencarnados
que a ela aludem. (PP. 92 e 93)
(Continua
no próximo número.)