"Seja,
porém, o vosso falar: Sim, sim;
Não, não; porque o que passa
disto é de procedência
maligna." - Jesus. (Mt.,
5:37)
Sombra e Luz
fazem parte da Vida de todos
quantos estamos nesta árdua
romagem planetária nos círculos
evolutivos primários...
Vemos a
claridade do "Mais
Alto", mas nos comprazemos
ainda em arrastar os pés nos
lameiros do imediatismo.
Inúmeras
criaturas, induzidas pelos valores
transitórios e superficiais,
vivem duas Vidas diversas. Vidas
dúplices, distintas: uma em casa,
outra na área profissional; uma
no círculo religioso, outra na
esfera social...
Enquanto
encarnados, podemos conviver com
tal culto mimetista incensado pela
hipocrisia, mas, ao
desencarnarmos... a máscara
cairá e cada Alma se revelará
intrinsecamente tal qual é, sem
sofismas, sem subterfúgios...
Afirma Pedro
Richard: "(...) Quem rende
culto à doblez negligencia as
obrigações espirituais e
esquece-se de que um dia voltará
ao Plano em que a mente se despoja
de toda ilusão.
(...)
Entreguemos a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus,
permanecendo convictos de que
ninguém consegue servir a dois
senhores.
A
desencarnação é o processo de
que a Vida se utiliza para eliminar
o que parece, e deixar o que é.
Combatamos em nós toda
disparidade de procedimento,
evitando caminhar com um pé na
estrada e outro na sarjeta."
Não é
possível conciliar Luz e Sombra:
ou assumimos nossa Identidade
Cósmica Imortal e saibamos viver
coerentemente com ela ou rendamos
culto aos ouropéis fantasiosos do
imediatismo de César. Aos dois -
juntos - não podemos servir.
Espelhemo-nos
nos exemplos aurifulgentes das
nobres personalidades de:
- Francisco
de Assis que marchou resoluto
em direção ao ideal da Vera
Fraternidade, rompendo com o
passado de riquezas e facilidades
de seu dourado berço que não lhe
dava plenitude;
- Paulo de
Tarso, abrasado por Jesus,
arauto da Boa-Nova que se despojou
em definitivo da personalidade de
Saulo, sicário de César e
atormentado;
- Jeziel,
que trazia a nobre personalidade
de Estêvão ínsita na
intimidade;
- Maria de
Magdala, antes obsidiada e
leviana, liberou - após o
encontro com Jesus - a impoluta
faculdade de amar até o
sacrifício da própria Vida;
- Simão,
temeroso e reticente que daria
origem ao apóstolo Pedro que
selaria com sangue sua fidelidade
ao Mestre;
- Joana de
Cusa que, perdendo em nível
social, alcançou as culminâncias
de imarcescível glória
estelar...
Saibamos,
também, romper com o passado de
equívocos para abraçarmos em
definitivo o luminoso roteiro
traçado pelo Meigo Pegureiro: a
glória do Mundo Maior que a todos
espera.
Dando
seqüência a estas ilações,
completa Joanna de Ângelis:
"Por essa
forma, se as tuas aspirações
superiores ainda não se
converteram em flores de alegria e
as ásperas batalhas teimam por
manter-se nos embates duradouros,
não desfaleças. O passado de
sombras, para ser vencido,
necessita ser retificado e os
abusos agasalhados, requerem
disciplina espartana para serem
superados.
Importa
considerar que já não és o que
eras, nem sentes o que sentias,
embora, não poucas vezes, o
assédio do hábito te atormente
as pausas de equilíbrio.
Examina o
passado para verificação do que
te compete refazer, mas não te
fixes nele. Prepara o futuro
através de atitudes corretas, mas
não te angusties pela chegada
dele.
Vence a hora de
cada hora, realizando o que
possas, através de como possas,
lidando infatigável na república
do espírito em atribulação.
Os
acontecimentos vividos são
experiências para as
realizações a viver.
Jesus é o
teu divisor de águas e Kardec é
o condutor do teu amanhã...
Eleva-te ao
Mestre através do Seu apóstolo
moderno e fecha às paixões o
templo da tua alma, em caráter
definitivo."