Eu respeito motocicleta
Não tenho mais visto,
porém, há algum tempo,
víamos adesivos em
carros com a frase “eu
respeito motocicleta”.
Quase sempre em carros
de pessoas que também
usavam motos, é bom que
se diga, a bem da
verdade. Hoje, com a
prática da moto-entrega,
seria muito bom que
pudéssemos ver colados
às motos adesivos com os
dizeres “eu respeito
carros e leis de
trânsito”. Não há quem
não fique preocupado
quando um “motoboy”
surge em seu retrovisor,
no mais das vezes se
esgueirando em meio aos
veículos que trafegam em
fluxo e velocidade
normais.
Pois é exatamente esse o
momento para nos
perguntarmos: qual a
atitude de um espírita
nessa hora? Sim, porque
ser espírita não é só
freqüentar palestras,
tomar passes, estudar e
ler Kardec, mas mudar
atitudes. E mudar nos
momentos em que somos
colocados à prova.
Então, o que fazer
nessas horas? No caso
apresentado, a despeito
da infringência às leis
de trânsito,
primeiramente devemos
tentar entender a pressa
do irmão, que é pago,
estimulado e premiado
por nós mesmos a fazer
entregas cada vez mais
rápidas. Não a ponto de
essa compreensão
encobrir falhas
cometidas, já sujeitas
às leis de causa e
efeito, terrenas e
divinas, represálias e
multas daqui e débitos
espirituais de acolá,
dependendo da gravidade
dos desajustes
provocados.
Compreendido, à luz da
fraternidade, o que se
passa à nossa volta,
cabe-nos o recurso da
oração, direcionada
àquele irmão que trafega
em um quase desatino.
Se for conhecido nosso
e, em havendo
oportunidade e
conveniência, com todo o
cuidado, podemos
alertá-lo para os riscos
que corre e para a
necessidade de respeitar
os direitos dos outros
para também ser
respeitado. Podemos até
mesmo orientá-lo a
manter-se nas faixas
próprias de tráfego, e
não entre elas,
ziguezagueando entre os
demais veículos. E só.
Sempre buscando
vibrações sintonizadas
com a tolerância.
Se Jesus tivesse vindo
ao nosso meio nos dias
atuais, penso que assim
agiria nessas horas,
usando da compreensão e
da oração. Aliás, essa é
uma boa técnica para os
espíritas nos momentos
em que somos testados:
sempre perguntarmo-nos o
que faria Jesus se
estivesse no nosso
lugar.
“A vida está galopante e
muda os seus cenários a
cada minuto, exigindo
permanente serenidade a
fim de não esmagar as
pessoas”, afirma-nos
Joanna de Ângelis. Se
correm e erram à nossa
volta, tranqüilizemo-nos
para não entrarmos na
mesma faixa vibratória,
dizendo impropérios, tão
comuns nos locais de
trânsito tumultuado.
Diante da agitação, como
da balbúrdia, devemos
buscar a serenidade.
“Entrar no clima” não
traz benefícios a
ninguém.
A situação apresentada é
apenas uma das tantas em
que podemos colocar em
prática nossa almejada
transformação de
atitudes. O ideal é que
tivéssemos condições de
usar, em nós mesmos,
adesivos dizendo “eu
respeito o próximo e o
seu livre arbítrio e oro
a Deus pedindo que seus
atos sejam abençoados”.