THIAGO
BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
Necessidade da vida social
Apresentamos nesta edição o
tema no 40 do
Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita, que
está sendo aqui apresentado
semanalmente, de acordo com
programa elaborado pela
Federação Espírita
Brasileira, estruturado em
seis módulos e 147 temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente antes
da leitura do texto que a
elas se segue.
Se
destinado somente a uso por
parte do leitor, pedimos que
o interessado tente
inicialmente responder às
questões e só depois leia o
texto referido. As respostas
correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no
final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Por que é necessário ao
homem viver em sociedade?
2. O isolamento do homem,
com o objetivo de crescer
espiritualmente, é atitude
correta?
3. Quais as principais
características de uma
vivência cristã legítima?
4. Que pensar dos que se
afastam do bulício citadino,
para se dedicarem ao socorro
dos desgraçados?
5. Tendo por modelo o
exemplo de Jesus, que desceu
das Regiões Felizes ao vale
das aflições para nos
ajudar, como devem agir no
mundo os que se dizem
cristãos?
Texto para leitura
Deus não fez a ninguém
perfeito, mas perfectível
1. “O homem é um animal
social”, já o disse, com
acerto, famoso pensador da
Antiguidade, querendo com
isso asseverar que o ser
humano foi criado para
conviver com os seus
semelhantes. A sociabilidade
é instintiva e obedece a um
imperativo da lei do
progresso que rege a
Humanidade, a que o homem
não se pode esquivar, sem
prejudicar-se, pois é por
meio do relacionamento com
os semelhantes que ele
desenvolve as suas
potencialidades.
2. O insulamento priva o
homem das relações sociais
que lhe garantem o
progresso. A razão disso é
que Deus, em seus sábios
desígnios, não nos fez
perfeitos, mas perfectíveis.
Por isso, para atingirmos a
perfeição a que estamos
destinados, precisamos todos
uns dos outros, pois não há
como desenvolver e burilar
nossas faculdades
intelectuais e morais senão
no convívio social, na
permuta constante de
afeições, conhecimentos e
experiências, sem a qual a
sorte do nosso Espírito
seria o embrutecimento e a
estagnação.
3. Como o fim supremo da
sociedade é a promoção do
bem-estar e da felicidade de
todos os que a compõem, para
que isso seja alcançado há
necessidade de que cada um
de nós observe certas regras
de procedimento ditadas pela
justiça e pela moral,
abstendo-se de tudo que as
possa destruir.
O insulamento do homem é uma
violência à lei natural
4. Homem nenhum possui
faculdades completas. Com a
união social elas se
completam umas às outras. É
essa a principal causa que
determina que os homens,
necessitando uns dos outros,
vivam em sociedade e não
insulados.
5. Em que pese o fato de ser
o homem,
inquestionavelmente, um ser
gregário, houve quem
pretendesse isolá-lo do
mundo com o pensamento de
que, assim fazendo, poderia
ele melhor servir a Deus.
Esse isolamento constitui,
no entanto, uma violência à
lei natural e se caracteriza
por uma fuga injustificável
às responsabilidades do
dia-a-dia.
6. A vivência cristã implica
um clima de convivência
social em regime de
fraternidade, em que todos
se ajudam e se socorrem,
dirimindo dificuldades e
problemas. Viver o Cristo é
conviver com o próximo,
aceitando-o tal qual é, com
seus defeitos e
imperfeições, sem a
pretensão de corrigi-lo. O
verdadeiro cristão inspira
seu semelhante com bondade
para que ele mesmo desperte
e mude de conduta de moto
próprio.
7. Isolar-se a pretexto de
crescer espiritualmente não
passa, pois, de uma
experiência em que o egoísmo
predomina, porque afasta o
indivíduo da luta que forja
heróis e constrói os santos
da abnegação e da caridade..
Segundo o Espiritismo, tal
procedimento só merece
reprovação, visto que não
pode agradar a Deus uma
vida pela qual o homem
deliberadamente se condena a
não ser útil a ninguém.
Os que se isolam para ajudar
o próximo têm duplo mérito
8. Já aqueles que se afastam
do bulício citadino,
buscando no retiro a
tranqüilidade reclamada por
certas ocupações, como os
que se recolhem a
determinadas instituições
fechadas para se dedicarem,
amorosamente, ao socorro dos
desgraçados, embora
afastados da convivência
social eles prestam,
obviamente, excelentes
serviços à sociedade e
adquirem duplo mérito,
porque têm a seu favor, além
da renúncia às satisfações
mundanas, a prática das leis
do trabalho e da caridade
cristã.
9. Lembra-nos Joanna de
Ângelis que, ao descer das
Regiões Felizes ao vale das
aflições, para nos ajudar,
Jesus mostrou-nos como devem
agir os que se dizem
cristãos. O Mestre não
convocou a si os
privilegiados, mas os
infelizes, os rebeldes, os
rejeitados, suportando suas
mazelas e, mesmo assim, os
amando.
10. Evocando o exemplo do
Cristo, a mentora de Divaldo
P. Franco recomenda (Leis
Morais da Vida, cap.
31):
“Atesta a tua confiança no
Senhor e a excelência da tua
fé mediante a convivência
com os irmãos mais inditosos
que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa a
clarificar-lhes a marcha.
Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda, desculpa,
compreende.
Se eles te enganam ou te
traem, se te censuram ou te
exigem o que te não dão,
ama-os mais, sofre-os mais,
porquanto são mais
carecentes de socorro e amor
do que supões.
Se conseguires conviver
pacificamente com os amigos
difíceis e fazê-los
companheiros, terás logrado
êxito, porquanto Jesus em
teu coração estará sempre
refletido no trato, no
intercâmbio social com os
que te buscam e com os quais
ascendes na direção de
Deus.”
Respostas às questões
propostas
1. Por que é necessário ao
homem viver em sociedade?
R.: “O homem é um animal
social”, já o disse, com
acerto, famoso pensador da
Antiguidade, querendo com
isso asseverar que o ser
humano foi criado para
conviver com seus
semelhantes. A sociabilidade
é instintiva e obedece a um
imperativo da lei do
progresso que rege a
Humanidade, a que o homem
não se pode esquivar sem
prejudicar-se, pois é por
meio do relacionamento com
os semelhantes que ele
desenvolve as suas
potencialidades.
2. O isolamento do homem,
com o objetivo de crescer
espiritualmente, é atitude
correta?
R.: Não. Em que pese o fato
de ser o homem,
inquestionavelmente, um ser
gregário, houve quem
pretendesse isolá-lo do
mundo com o pensamento de
que, assim fazendo, poderia
ele melhor servir a Deus.
Esse isolamento constitui,
no entanto, uma violência à
lei natural e se caracteriza
por uma fuga injustificável
às responsabilidades do
dia-a-dia. Isolar-se a
pretexto de crescer
espiritualmente não passa de
uma experiência em que o
egoísmo predomina, porque
afasta o indivíduo da luta
que forja heróis e constrói
os santos da abnegação e da
caridade.
3. Quais as principais
características de uma
vivência cristã legítima?
R.: A vivência cristã
implica um clima de
convivência social em regime
de fraternidade, em que
todos se ajudam e se
socorrem, dirimindo
dificuldades e problemas.
Viver o Cristo é conviver
com o próximo, aceitando-o
tal qual é, com seus
defeitos e imperfeições, sem
a pretensão de corrigi-lo. O
verdadeiro cristão inspira
seu semelhante com bondade
para que ele mesmo desperte
e mude de conduta de moto
próprio.
4. Que pensar dos que se
afastam do bulício citadino,
para se dedicarem ao socorro
dos desgraçados?
R.: Os que se afastam do
bulício citadino, buscando
no retiro a tranqüilidade
reclamada por certas
ocupações, como os que se
recolhem a determinadas
instituições fechadas para
se dedicarem, amorosamente,
ao socorro dos desgraçados,
prestam, obviamente,
excelentes serviços à
sociedade e adquirem duplo
mérito, porque têm a seu
favor, além da renúncia às
satisfações mundanas, a
prática das leis do trabalho
e da caridade cristã.
5. Tendo por modelo o
exemplo de Jesus, que desceu
das Regiões Felizes ao vale
das aflições para nos
ajudar, como devem agir no
mundo os que se dizem
cristãos?
R.: Lembra-nos Joanna de
Ângelis que, ao descer das
Regiões Felizes ao vale das
aflições, para nos ajudar,
Jesus mostrou-nos como devem
agir os que se dizem
cristãos. O Mestre não
convocou a si os
privilegiados, mas os
infelizes, os rebeldes, os
rejeitados, suportando suas
mazelas e, mesmo assim,
amando-os. Evocando o
exemplo do Cristo, a mentora
de Divaldo P. Franco
recomenda: “Atesta a tua
confiança no Senhor e a
excelência da tua fé
mediante a convivência com
os irmãos mais inditosos que
tu mesmo. Sê-lhes a lâmpada
acesa a clarificar-lhes a
marcha. Nada esperes dos
outros. Sê tu quem ajuda,
desculpa, compreende. Se
eles te enganam ou te traem,
se te censuram ou te exigem
o que te não dão, ama-os
mais, sofre-os mais,
porquanto são mais
carecentes de socorro e amor
do que supões. Se
conseguires conviver
pacificamente com os amigos
difíceis e fazê-los
companheiros, terás logrado
êxito, porquanto Jesus em
teu coração estará sempre
refletido no trato, no
intercâmbio social com os
que te buscam e com os quais
ascendes na direção de
Deus.”
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, itens 766 e
768.
As Leis Morais,
de Rodolfo Calligaris, págs.
107 e 108.Leis Morais da Vida,
de Joanna de Ângelis,
psicografado por Divaldo P.
Franco, cap. 31.